PANROTAS / Renato Machado

MADRI (ESPANHA) – Com 27 anos de Iberia e recém-empossado diretor global de Vendas da companhia aérea, Víctor Moneo é enfático: “O Brasil é a estrela este ano, é onde mais queremos desenvolver nossa capacidade". Em conversa com jornalistas na sede da empresa espanhola, em Madri, o executivo compartilhou a expectativa sobre as novas rotas para o Nordeste brasileiro e confessou existir internamente um “plan Brasil”.

“A Iberia tem um plano muito ambicioso para colocar o Brasil como líder na [operação da] América Latina", revela Moneo. A relação histórica com a Espanha faz com que países como México, Argentina e Colômbia estejam entre os destinos com mais frequências desde Madri. Tal cenário, no entanto, irá mudar.

Atualmente, são 19 operações semanais envolvendo o Brasil. Com o acréscimo das rotas Fortaleza/Madri (dezembro de 2025) e Recife/Madri (janeiro de 2026), esse número irá saltar para 28, fazendo do Brasil o latino-americano com mais ligações na malha da aérea.

“Nunca vi uma aposta tão importante como a que estamos fazendo hoje com o Brasil. Este ano, nós vamos alocar quase 600 mil assentos [entre São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza]. E isso é um marco histórico, representa um crescimento de 27% em relação a 2023"

Víctor Moneo, diretor global de Vendas da Iberia

Para as operações no Nordeste, a Iberia irá utilizar os novos Airbus A321 XLR em configuração de duas classes (170 lugares na econômica; 14 na executiva). O interior do modelo narrow-body tem fileiras de quatro assentos com corredor único central. “É um avião que chegou faz pouco tempo e temos de voá-lo para, então, entender o que podemos fazer mais com ele no futuro", afirma o diretor, destacando a eficiência da aeronave no consumo de combustível.

Entrar no mercado nordestino não é um plano recente. A aérea espanhola chegou a testar as rotas na década passada, mas não deu continuidade às operações. “Nossa intenção era voltar assim que houvesse uma recuperação", conta Moneo, lembrando a redução operacional forçada pela pandemia. “A América Latina, provavelmente, é a área geográfica que se recuperou mais rapidamente. No caso do Brasil, nós também acreditamos que há uma recuperação, e é por isso que queremos apostar.”

Confiante com o início das operações no Nordeste, Víctor Moneo não poupa elogios ao comportamento recente do mercado brasileiro. Para exemplificar, cita o “Hola Madrid", programa de stopover da Iberia. Segundo ele, mais de 13 mil brasileiros visitaram a capital da Espanha por conta desta ação, colocando o país no primeiro lugar em participação no programa - à frente de Estados Unidos e México. “O Brasil é um mercado que responde se você estimula", comemora.

“A Espanha e a Europa também têm a responsabilidade de lotar esse voos", pondera Moneo. “Para que isso aconteça, é preciso conhecer os destinos, temos que trabalhar mais com a Embratur, fazendo promoções pela Europa", defende.

Renato Machado, especial para o Portal PANROTAS, viaja a convite da Iberia