Spirit Airlines dispensará 270 pilotos a partir de 1º de novembro deste ano
É a terceira rodada de desligamentos e rebaixamentos de pilotos da companhia aérea desde setembro passado
A companhia aérea low cost Spirit Airlines anunciou que suspenderá, a partir de 1º de novembro, cerca de 270 pilotos e rebaixará outros 140, segundo informou o site Bloomberg.
É a terceira rodada de desligamentos e rebaixamentos de pilotos da companhia aérea desde setembro passado, de acordo com um comunicado da Air Line Pilots Association (Alpa), o sindicato que representa os pilotos da Spirit. A companhia aérea saiu do Chapter 11 em março, após uma reestruturação de quatro meses e anos de prejuízos, várias tentativas fracassadas de fusão e outros desafios.
- Na semana passada, a Spirit Airlines reportou um prejuízo líquido ajustado de US$ 158 milhões no segundo trimestre;
- A receita da empresa no segundo trimestre foi de aproximadamente US$ 1,3 bilhão, o que representa queda de 11% em relação ao ano anterior;
- As ações da Spirit Aviation caíram 50% desde o início do ano.
A Spirit Airlines não registra lucro desde 2019. Em novembro passado, a companhia se tornou a primeira grande aérea dos EUA a entrar com pedido de falência do Capítulo 11 desde a American Airlines, há 13 anos. A falência permitiu um período de reestruturação financeira e medidas de corte de custos.
“Estamos tomando as medidas necessárias para garantir que operamos da forma mais eficiente possível como parte de nossos esforços para voltar à lucratividade”, disse a Spirit em comunicado enviado à Forbes, acrescentando que as suspensões irão “alinhar melhor o quadro de funcionários à malha de voos”.
A Spirit reduziu drasticamente sua capacidade, eliminando cerca de 1 milhão de assentos em maio e junho deste ano — uma redução de aproximadamente 24% em relação ao ano passado.
Quais tentativas de fusão da Spirit fracassaram no passado?
- A Frontier propôs um acordo em 2022, mas foi superada pela JetBlue, cuja tentativa de aquisição foi bloqueada por um juiz;
- A Frontier fez outra proposta em 2024, mas a Spirit a rejeitou em fevereiro deste ano, dizendo que ela era menos vantajosa para os acionistas do que seu próprio plano de reestruturação.
Baixa confiança do consumidor afeta os lucros das aéreas
A baixa confiança do consumidor tem afetado os lucros das companhias aéreas, principalmente em relação às passagens de classe econômica, um sinal de que os viajantes mais econômicos estão gastando menos com passagens aéreas. Durante as divulgações de resultados do segundo trimestre, executivos de todas as grandes companhias aéreas dos EUA relataram uma demanda mais fraca por reservas na cabine principal em voos domésticos:
O CEO da Delta Air Lines, Ed Bastian, disse que a fraqueza na demanda estava “principalmente concentrada na cabine principal”. O diretor comercial da United Airlines, Andrew Nocella, observou que a receita das cabines premium cresceu 6% em relação ao segundo trimestre do ano anterior, “enquanto a da cabine econômica foi negativa”. Já o CEO da American Airlines, Robert Isom, relatou uma queda de 6% na receita unitária doméstica ano após ano, observando que “a fraqueza na cabine principal persistiu durante todo o segundo trimestre”.
Por sua parte, a Spirit Airlines tem se esforçado para conquistar clientes com serviços mais premium, como mais espaço para as pernas nos assentos, que têm tido desempenho melhor do que as passagens da classe econômica, pelas quais a companhia sempre foi conhecida.
Com informações do site da Forbes.