Aéreas faturam quase R$ 70 bi em 2024, mas margem negativa reflete alto custo operacional
Por outro lado, estas mesmas empresas acumularam R$ 63,7 bilhões em custos operacionais no ano passado

Os resultados financeiros das principais companhias aéreas brasileiras (Azul, Gol e Latam) passarão a ser divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que lançou hoje o Painel de Demonstrações Contábeis das Empresas Aéreas brasileiras. Estão lá os resultados de todos os anos, incluindo 2024 e o primeiro trimestre de 2025.
Pois bem. O setor faturou R$ 68,9 bilhões ao longo de 2024, aumento de 10,5% em relação a 2023. A maior parte da receita veio do transporte de passageiros, que representou 87,1% do total (R$ 60,1 bilhões). Apesar da relevância dos passageiros, outras fontes ganharam peso no balanço.
A receita com carga e mala postal foi de R$ 3,3 bilhões (4,8%), enquanto a cobrança de bagagens gerou R$ 1,16 bilhão (1,7%). As receitas auxiliares (como serviços adicionais e taxas) somaram R$ 1,76 bilhão, e as penalidades por alteração ou cancelamento de passagens representaram R$ 1,95 bilhão (2,8%).
Por outro lado, as empresas acumularam R$ 63,7 bilhões em custos operacionais. O maior impacto veio de combustíveis e lubrificantes, que responderam por 31,5% do total (R$ 20 bilhões) — reflexo da volatilidade do preço do petróleo e da influência do câmbio.
E mesmo com crescimento de receita e uma margem bruta positiva de 22,6%, a margem líquida fechou em -16,4%, refletindo o peso dos custos e das despesas financeiras, de acordo com dados divulgados pela Anac.
Outros custos significativos foram:
- Seguros, arrendamentos e manutenção: R$ 12,3 bilhões (19,2%)
- Pessoal: R$ 8,8 bilhões (13,8%)
- Despesas operacionais gerais: R$ 9,97 bilhões (15,6%)
- Comissaria, handling e limpeza de aeronaves: R$ 2,38 bilhões (3,7%)
Indicadores financeiros
O gráfico da Anac mostra que a Latam foi a companhia que apresentou maior estabilidade e melhores resultados de lucro bruto no ano, atingindo picos de R$ 2,1 bilhões no terceiro trimestre. A Azul e a Gol, por sua vez, oscilaram mais, com períodos de queda acentuada.
Já o resultado financeiro líquido foi negativo para Azul e Gol em praticamente todos os trimestres, chegando a perdas de até R$ 3,7 bilhões no segundo trimestre. A Latam, por outro lado, manteve-se próxima da estabilidade, fechando o ano com saldo positivo de R$ 500 milhões.