Gol atinge R$ 5,5 bilhões de receita e retorna ao lucro líquido no 3T25
Companhia aérea reduz alavancagem, amplia malha internacional e alcança melhor margem desde a pandemia

A Gol divulgou seus resultados operacionais e financeiros referentes ao terceiro trimestre de 2025, com destaque para uma receita líquida de R$ 5,54 bilhões, alta de 11,6%, margem EBITDA recorrente de 29,7% (+7 p.p), melhor resultado desde a pandemia, e um EBITDA recorrente de R$ 1,64 bilhão (+45,9%).
E após anos de prejuízos, a Gol registrou lucro líquido de R$ 248 milhões, revertendo a perda de R$ 1,42 bilhão do 3T24. A companhia encerrou o trimestre com R$ 5,4 bilhões em liquidez, incluindo R$ 2,7 bilhões em caixa e R$ 2,7 bilhões em recebíveis de cartão de crédito. O fluxo de caixa operacional, por sua vez, atingiu R$ 1,48 bilhão, enquanto investimentos (CAPEX) somaram R$ 305 milhões.
Outro destaque ficou por conta da redução da dívida, resultado do processo de reestruturação financeira após a saída do Chapter 11. Neste caso, a dívida bruta total caiu 13,5% em relação ao mesmo período de 2024, passando de R$ 29,5 bilhões para R$ 25,5 bilhões, enquanto a dívida líquida recuou 21,6%, para R$ 19,7 bilhões.
Quanto ao desempenho operacional, a capacidade total aumentou 8,9% no trimestre, com destaque para o mercado internacional, que teve alta de 34,5%. A companhia hoje opera 82 destinos e 43 rotas internacionais, com destaque para a nova ligação São Paulo–Caracas, na Venezuela.
A taxa de ocupação, por sua vez, subiu para 84,1%, e o número de passageiros transportados cresceu 10,7%, chegando a 8,8 milhões. A empresa ainda planeja uma alta temporada recorde no verão 2025/2026, com 65 mil voos domésticos e 5,2 mil voos internacionais, um aumento de 20% sobre o verão anterior.
| Indicador | Unidade | 3T25 | 3T24 |
|---|---|---|---|
| Receita Líquida | R$ milhões | 5.537 | 4.960 |
| EBITDA Recorrente | R$ milhões | 1.643 | 1.127 |
| Margem EBITDA Recorrente | % | 29,7% | 22,7% |
| Lucro (Prejuízo) Líquido | R$ milhões | 248 | -1.420 |
| Caixa e Equivalentes (Caixa Final) | R$ milhões | 3.142 | 1.899 |
| Liquidez (Caixa + Recebíveis cartão) | R$ milhões | 5.421 | 4.007 |
| Dívida Bruta | R$ milhões | 25.494 | 29.481 |
| Dívida Líquida | R$ milhões | 19.697 | 25.134 |
| Dívida Líquida / EBITDA (UDM) | x | 3,2x | 5,3x |
| ASK (Assentos ofertados x km) | bilhões | 12,6 | 11,5 |
| Load Factor (ocupação) | % | 84,1% | 83,3% |
| Passageiros transportados | milhões | 8,8 | 8,0 |
| CASK (custo por ASK) | centavos (R$) | 37,2 | 37,5 |
| CASK ex-Fuel | centavos (R$) | 26,1 | 24,9 |
| RASK (receita por ASK) | centavos (R$) | 44,1 | 43,0 |
| PRASK (receita passageiro por ASK) | centavos (R$) | 39,9 | 38,7 |
| CAPEX (trimestre) | R$ milhões | 305 | 461 |
| Fluxo de Caixa Operacional | R$ milhões | 1.483 | 593 |
| Frota total | aeronaves | 143 | 138 |
Smiles, Gollog, custos e frota
- A Smiles atingiu 29,6 milhões de clientes cadastrados, crescimento de 25,3% em um ano, e aumentou em 10,4% o volume de resgates. Já a Gollog, unidade de cargas, registrou alta de 17,6% no peso transportado, impulsionada pela adição do primeiro cargueiro com pintura própria.
- Os custos operacionais cresceram 8,1%, ritmo inferior ao aumento da receita. O CASK total caiu 0,7%, enquanto o CASK ex-combustível subiu 4,7%, refletindo gastos com pessoal e tarifas aeroportuárias. O combustível de aviação teve queda de 3,7% no preço médio, aliviando parte da pressão de custos.
- Por fim, a frota operacional média da Gol chegou a 119 aeronaves, com 143 Boeings 737 no total — sendo 58 MAX 8, 64 737-800NG, 12 737-700NG e 9 cargueiros BCF. A empresa prevê ter toda a frota 100% operacional até o 1º trimestre de 2026.