Pedro Menezes   |   11/12/2025 13:31

Iata: US$ 1,2 bilhão de companhias aéreas seguem bloqueados por governos

No total, 26 países da África e do Oriente Médio respondem por US$ 1,12 bilhão bloqueados

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O valor representa uma leve melhora de US$ 100 milhões desde o último relatório, em abril, mas continua afetando diretamente a saúde financeira e a operação das empresas aéreas
O valor representa uma leve melhora de US$ 100 milhões desde o último relatório, em abril, mas continua afetando diretamente a saúde financeira e a operação das empresas aéreas

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) voltou a acender o alerta para um problema que há anos assombra as companhias aéreas: o bloqueio de recursos provenientes de vendas de passagens e carga em diversos países. Ao fim de outubro de 2025, um total de US$ 1,2 bilhão permanecia retido por governos ao redor do mundo (93% desse montante concentrado na África e no Oriente Médio).

O valor representa uma leve melhora de US$ 100 milhões desde o último relatório, em abril, mas continua afetando diretamente a saúde financeira e a operação das empresas aéreas. As restrições variam desde procedimentos burocráticos e inconsistentes para aprovar a repatriação até atrasos prolongados, limitações de acesso a moeda estrangeira e outras travas impostas por autoridades monetárias.

A associação reforça o apelo para que governos removam todas as barreiras e permitam que as companhias acessem suas receitas, conforme garantido em acordos bilaterais de serviços aéreos e tratados internacionais.

“As companhias precisam de acesso confiável às suas receitas em dólares para manter operações, pagar contas e sustentar a conectividade aérea. Com margens apertadas e custos majoritariamente dolarizados, dependemos do cumprimento dos acordos por parte dos governos. Facilitar a repatriação é do interesse dos próprios países, que se beneficiam do papel econômico que a aviação desempenha"

Willie Walsh, diretor-geral da Iata

10 países concentram 89% dos valores retidos

Dez países juntos (principalmente na África, Oriente Médio e Sul da Ásia) somam US$ 1,08 bilhão, quase 90% do total retido. Pela primeira vez, Argélia lidera o ranking, após adotar uma nova exigência de aprovação pelo Ministério do Comércio, agravando um processo já considerado burocrático.

Valores bloqueados por país (em milhões de dólares):

  • Argélia – 307
  • Zona XAF* – 179
  • Líbano – 138
  • Moçambique – 91
  • Angola – 81
  • Eritreia – 78
  • Zimbábue – 67
  • Etiópia – 54
  • Paquistão – 54
  • Bangladesh – 32

*Zona XAF inclui Camarões, República Centro-Africana, Chade, Congo, Guiné Equatorial e Gabão.

Instabilidade econômica agrava bloqueios

No total, 26 países da África e do Oriente Médio respondem por US$ 1,12 bilhão bloqueados. E a Iata informa que continuará negociando diretamente com governos e autoridades monetárias para destravar esses valores e garantir previsibilidade às operações das companhias aéreas globais.

Segundo Walsh, a instabilidade política e econômica é um dos principais motivos para o endurecimento das regras cambiais. “Sabemos que a alocação de divisas é uma decisão difícil, especialmente em economias sob pressão. Mas os benefícios no longo prazo - para empregos, Turismo e comércio - superam qualquer alívio financeiro de curto prazo”, reforçou o CEO da IAta.

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Sobre o autor

Natural do Rio de Janeiro, Pedro Menezes é bacharel em Comunicação Social/Jornalismo e atua há 12 anos na imprensa especializada em Turismo. Atualmente, é editor do maior portal brasileiro voltado a profissionais do setor, com base em São Paulo. O jornalista tem experiência em cobertura nacional e internacional de feiras, congressos e eventos, além de pautas de política e economia ligadas ao Turismo.