Janize Colaço   |   10/10/2018 12:00

Transporte aéreo tem prejuízo de R$ 1,8 bi no 2T18, diz Anac

As quatro principais aéreas do País somaram no segundo trimestre de 2018, juntas, um prejuízo de R$ 1,8 bilhão.

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As quatro principais aéreas do País somaram no segundo trimestre de 2018 um prejuízo de R$ 1,8 bilhão, ante ao resultado de R$ 964 milhões negativos registrados no mesmo período do ano passado.

A informação foi apurada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e, considerando o desempenho do primeiro semestre, o prejuízo do ano foi de R$ 1,4 bilhão — valor 62% maior que os R$ 871 milhões negativos apurados no mesmo período de 2017.

Na comparação entre os dois anos, a margem líquida das quatro principais empresas brasileiras de transporte aéreo passou de -5,4% para -7,6% no primeiro semestre e de -12,5% para -20,3%, considerando-se apenas o segundo trimestre.

No segundo trimestre deste ano, aliás, a Azul apurou prejuízo líquido de R$ 186,4 milhões e margem líquida de -9,3%; o prejuízo líquido da Gol foi de R$ 988,3 milhões, com margem líquida de -44,6%; o da Latam Airlines, de R$ 464,9 milhões, com margem líquida de -12,9%; e o da Avianca, de R$ 141,1 milhões e margem líquida de -15%.

O cenário macroeconômico do período foi marcado por altas nos indicadores atrelados aos custos mais significativos do transporte aéreo: preço do combustível e taxa de câmbio. Em trajetória de alta, o valor do litro do querosene de aviação, que correspondeu a cerca de 30% dos custos e despesas operacionais dos serviços de transporte aéreo no período, subiu 34,1% em relação ao mesmos três meses de 2017, informou a Anac.

Já a alta da taxa de câmbio foi de 12,2% na média de abril a junho, comparada a igual período do ano anterior. A cotação do dólar afeta os custos com combustível, arrendamento, manutenção e seguro de aeronaves, que, no segundo trimestre de 2018, corresponderam a aproximadamente 49% do total de custos e despesas operacionais do transporte aéreo.

Apesar disso, a receita operacional líquida de Azul, Avianca, Gol e Latam cresceu 15,1% no acumulado até o segundo trimestre de 2018 (passando para R$ 18,6 bilhões), na comparação com o mesmo período de 2017 (que alcançou a marca de R$ 16,2 bilhões). Por seu turno, os custos dos serviços prestados pelas quatro empresas subiram 18,9%, atingindo R$ 16,6 bilhões este ano contra R$ 13,96 bilhões em 2017.

“Assim, com o incremento dos custos em percentual maior do que o crescimento da receita, o lucro bruto das aéreas brasileiras, em conjunto, caiu 8,5%. Passando de R$ 2,24 bilhões no acumulado até o segundo trimestre de 2017 para R$ 2,05 bilhões no mesmo período deste ano”, pontua a Anac em nota.


OUTROS RESULTADOS

O resultado financeiro do segundo trimestre também apresentou uma piora nas principais aéreas brasileiras — saindo de R$ 772,9 milhões negativos para R$ 1,1 bilhão negativo. Latam e Gol pioraram, com R$ 301,3 milhões negativos (29,2%) e R$ 842,1 milhões negativos (138,2%), respectivamente. Em contrapartida, Azul e Avianca melhoraram com R$ 7,57 milhões (104,9%) e R$ 17,3 milhões (156%).

Ao se analisar o valor acumulado até o segundo trimestre, houve uma regressão de 25,5%, de R$ 1,04 bilhão negativo em 2017 para R$ 1,3 bilhão negativo no consolidado das empresas em 2018. A Gol piorou o resultado negativo em R$ 506,1 milhões para negativo em R$ 985,7 milhões e a Latam de R$ 132,6 milhões negativos para R$ 280,4 milhões negativos.

Já a Azul e Avianca melhoraram seus resultados de R$ 306 milhões negativos para R$ 23,3 milhões negativos e de R$ 92,2 milhões negativos para R$ 11,7 milhões negativos, respectivamente.

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