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Filip Calixto   |   20/04/2020 15:12

Setor aéreo vai sofrer até 2023 com crise, diz estudo

Pesquisa realizada pela consultoria Bain & Company diz que efeitos da crise vão durar até 2023.

Filip Calixto
De acordo com o relatório, atualmente, a maior parte da frota global de aviões está parada por causa do fechamento de fronteiras e das medidas de distanciamento social
De acordo com o relatório, atualmente, a maior parte da frota global de aviões está parada por causa do fechamento de fronteiras e das medidas de distanciamento social
Mercado altamente afetado pela crise gerada pela pandemia do coronavírus pelo mundo, o setor aéreo deve sofrer impactos negativos em sua cadeia pelo menos até o fim de 2023. É o que projeta um estudo realizado pela consultoria Bain & Company e divulgado pelo Estado de São Paulo ontem (19). De acordo com o relatório, atualmente, a maior parte da frota global de aviões está parada por causa do fechamento de fronteiras e das medidas de distanciamento social.

O estudo afirma ainda que fabricantes de aeronaves devem registrar queda significativa em suas produções nos próximos cinco anos. No que diz respeito às companhia aéreas, a demanda global só deve voltar ao patamar pré-coronavírus em meados de 2022, isso considerando que a crise seja moderada.

A consultoria Bain & Company prevê que, para as fabricantes, a situação mais difícil no segmento de aeronaves de grande porte (com dois corredores), que deve retomar o nível pré-crise em dezembro de 2023. Entre os aviões menores (de um único corredor), a projeção é de recuperação a partir de novembro de 2021.

O levantamento estima que, com a crise, 35% da frota global de aeronaves ainda deverá estar parada no fim deste ano, e que o cancelamento de encomendas de aviões pode chegar a 20% menos, já considerando que governos apoiarão as aéreas. Para ficarmos num exemplo nacional, vale lembrar que a Gol, na semana passada, anunciou um acordo com a Boeing. O trato compensa a companhia brasileira com dinheiro pela diminuição da encomenda de aviões 737 MAX, o pedido baixou de 129 jatos para 95.

No âmbito das companhias aéreas, a Bain & Company prevê cenário igualmente complexo. Segundo a consultoria, a queda na demanda global por voos deve atingir 70% em junho e ficar entre 40% e 55% neste ano. O número está em linha com estimativas da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata), que prevê recuo de 55% na receita com passageiros.

No caso das empresas aéreas que operam na América Latina, o estudo aponta que a demanda por voos domésticos retorne ao nível que se tinha antes da crise apenas no início do segundo semestre de 2022. Para voos internacionais, isso não ocorrerá antes de junho de 2024.

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