Filip Calixto   |   17/08/2023 10:50
Atualizada em 17/08/2023 11:24

Mesmo em queda, preço da passagem aérea continua entre maiores da década

Momento com valores mais baixos nos bilhetes foi registrado em 2017, quando o valor médio era R$ 443

Briana Tozour/Unsplash
Valor médio cobrado pelas passagens em 2022 foi o maior em 14 anos. De janeiro a maio deste ano, índice caiu R$ 54
Valor médio cobrado pelas passagens em 2022 foi o maior em 14 anos. De janeiro a maio deste ano, índice caiu R$ 54

O valor médio pago em uma passagem aérea para viagens domésticas caiu aproximadamente R$ 54 entre janeiro e maio deste ano, na comparação com a média cobrada no ano passado. Segundo dados apurados pela Anac e compilados pela editoria =igualdades, da Revista Piauí, o preço médio de uma passagem única em 2022 foi de R$ 655 – o que representa o maior índice dos últimos 14 anos – enquanto a média dos cinco primeiros meses deste ano foi de R$ 572.

Os valor médio cobrado entre janeiro e maio é considerado um alívio na precificação mais recente, mas ainda representa o segundo maior valor cobrado da década. Vale lembrar que o ponto mais baixo dos preços foi registrado em 2017, quando o preço médio era R$ 443.

Como exemplo de como os preços tem impactado na renda do cidadão médio no Brasil, a publicação utilizou a ponte aérea Rio-São Paulo como caso a se observar. A passagem única para o trecho barateou R$ 117, em média, em relação ao ano passado, chegando a R$ 441 por bilhete no começo deste ano. Mas para um carioca que recebe salário mínimo, comprar uma passagem de ida e volta para São Paulo significa gastar 58% de sua renda mensal.

A queda nos preços da ponte aérea pode estar relacionada à diminuição dos preços do querosene de aviação, que baixaram 40% entre julho do ano passado e maio deste ano.

Outra observação feita pela revista que vale citar é que elevado custo dos voos domésticos no Brasil faz com que algumas viagens internacionais fiquem mais baratas em relação aos voos internos. Em maio, por exemplo, um paulista pagaria mais barato viajando a Buenos Aires, na Argentina, a bordo de um avião da empresa low cost FlyBondi, do que a São Luís, no Maranhão, em um avião da Latam, por exemplo.

O voo da FlyBondi, só de ida, partindo do aeroporto de Guarulhos para Buenos Aires custava, em maio, cerca de R$ 520 (US$ 103). Já o voo partindo do aeroporto de Congonhas para São Luís, pela Latam (que era o preço mais baixo naquele mês), saiu por R$ 864, em média.

Indo além nas viagens internacionais, os dados mostram que, um voo de ida para a Europa custava, em média, R$ 7,1 mil em maio deste ano. Enquanto o rendimento médio per capita dos brasileiros, em 2022, foi R$ 1.625 – menos que um quarto do valor da passagem.

Cabe ainda salientar que, desde o início da gestão Lula, no começo do ano, uma das iniciativas inéditas em desenvolvimento está relacionada justamente ao setor de aviação e Turismo. Ainda não lançado oficialmente, o programa Voa Brasil, do Ministério de Portos e Aeroportos, pretende fomentar o setor com passagens aéreas a R$ 200 preenchendo a ociosidade das aeronaves que voam pelo País. A princípio, o programa oferecerá 1,5 milhão de passagens por mês para consumidores que não viajam regulamente.

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