Tráfego aéreo de passageiros no Chile está em declínio, revela estudo
Demanda diminui, mesmo com os esforços de companhias aéreas e agências de viagens para reverter o cenário

O tráfego aéreo de passageiros no Chile está em declínio e o setor demonstra crescente preocupação. Apesar do otimismo do governo em relação às viagens domésticas e internacionais, os números mostram uma realidade bem diferente: a demanda diminui, mesmo com os esforços das companhias aéreas e agências de viagens para reverter o cenário. As informações são do site El Aéreo.
O país enfrenta baixo crescimento econômico e um clima de incerteza eleitoral que impacta diretamente o consumo. Em setembro deste ano, a Associação Chilena de Linhas Aéreas (Achila) alertou sobre a queda sistemática do tráfego aéreo em 2025 e pediu ações do governo para estimular a demanda e a concorrência.
As agências de viagens também sentem os efeitos: segundo o relatório Travel Insights da Cocha, 38% das passagens são pagas em parcelas e apenas 19% à vista. Durante eventos como Travel Sale, Cyber Day e Black Friday, mais de 80% das compras são parceladas — reflexo da busca por condições mais acessíveis em meio à crise econômica.
Cifras em queda
O mercado doméstico do Chile registra retração, sustentado apenas pelo tráfego ligado à mineração. Mesmo as rotas internacionais, que vinham em alta, mostram desaceleração.
Dados da Junta Aeronáutica Civil (JAC) indicam que do início de 2025 até agora o mercado interno cresceu apenas 0,1%, e o internacional 7,6%, resultando em um avanço geral de 3,2%, sustentado pelos primeiros meses do ano.
Menos companhias aéreas e aviões
- O número de companhias aéreas que operam no Chile caiu de 23 em 2020 para 21 em 2025. Embora ainda existam voos de empresas norte-americanas como Air Canada, Aeromexico, United e American Airlines, algumas operam apenas sazonalmente;
- A redução está relacionada tanto a fatores da indústria global quanto a questões locais, como as restrições severas impostas durante a pandemia, que afastaram o Chile do Turismo internacional.;
- Além disso, companhias chilenas estão transferindo aviões para outros mercados. A Latam deslocou aeronaves para o Brasil em busca de melhores oportunidades; a Sky enviou cinco Airbus A320neo à mexicana Viva; e a JetSmart tem direcionado suas novas aeronaves para Argentina e Colômbia, mercados prioritários na expansão do grupo.
Rotas menos rentáveis podem ser suspensas
Ainda de acordo com o site El Aéreo, fontes ligadas ao setor afirmam que o governo demonstra pouca preocupação com o cenário. Se a demanda continuar caindo, rotas menos rentáveis podem ser suspensas, afetando a conectividade de várias regiões — algo que já começa a acontecer no extremo sul do país.
A possível elevação da taxa de embarque internacional em US$ 5 e mudanças regulatórias propostas por parlamentares também preocupam o setor, que teme nova retração, perda de empregos e impacto na economia regional.
“Se essa desaceleração continuar, poderá afetar não apenas o desenvolvimento da aviação no Chile, mas também toda a cadeia de valor que depende dela.”, destacou a Associação Chilena de Linhas Aéreas (Achila) em setembro deste ano.