Beatrice Teizen   |   21/07/2021 15:28   |   Atualizada em 21/07/2021 16:21

VP de Serviços Médicos da MSC Cruzeiros fala sobre covid-19

Na armadora desde 2012, Dr. Pierfrancesco Lepore trabalha em estreita colaboração com equipes de médicos

Na MSC Cruzeiros desde 2012, o vice-presidente de Serviços Médicos, Dr. Pierfrancesco Lepore, é responsável por trabalhar em estreita colaboração com as equipes de médicos e profissionais de enfermagem a bordo de toda a frota de navios da companhia.

As equipes são complementadas por um oficial de Conformidade do Protocolo de Saúde, uma função criada no ano passado para supervisionar todas as medidas de saúde relacionadas à covid-19 implementadas a bordo, de acordo com o protocolo de saúde e segurança da empresa de cruzeiros.

Divulgação/MSC Cruzeiros
Dr. Pierfrancesco Lepore, da MSC Cruzeiros
Dr. Pierfrancesco Lepore, da MSC Cruzeiros
Para reforçar o trabalho de retomada – que consta com sete navios em operação –, a armadora elaborou um conteúdo de perguntas & respostas com o médico. Confira a seguir.

"Já se passou quase um ano desde que o MSC Grandiosa reiniciou as suas operações no Mar Mediterrâneo. Quais foram os principais aprendizados desde que vocês apresentaram pela primeira vez o protocolo de saúde e segurança?
Dezenas de milhares de hóspedes viajaram em segurança conosco desde que o MSC Grandiosa partiu de Gênova, na Itália, em agosto do ano passado, quando o protocolo foi introduzido pela primeira vez e, desde então, reunimos diversos dados e aprendizados de cada viagem realizada, em cada um dos sete navios que já retornaram aos mares com passageiros a bordo.


Desde o início, o nosso protocolo foi projetado para ser adaptado de acordo com a situação de evolução do vírus em terra, e ninguém sabia, quando retomamos nossas operações, se isso teria que acontecer e, caso afirmativo, quando. A sociedade em geral imaginava que a situação da pandemia iria melhorar, mas no final de 2020, vimos a segunda e a terceira ondas em muitos países, com o aumento das taxas de contágio e restrições locais postas em prática. A flexibilidade do nosso protocolo mostrou que podíamos nos adaptar imediatamente, e este é um aspecto das medidas de prevenção que estou especialmente orgulhoso.

Então, quais mudanças vocês introduziram?

Reforçamos o protocolo em novembro, em linha com a pandemia na Europa continental, com uma série de aprimoramentos de medidas mais rigorosas. Iniciamos, por exemplo, a testagem de antígeno para COVID-19 adicional a bordo em todos os passageiros na metade do cruzeiro, além das exigências dos testes universais pré-embarque de todos os hóspedes. A frequência de testagem da tripulação durante o tempo a bordo foi aumentada de duas vezes por mês para semanalmente, que são adicionais aos testes pré-embarque para toda a tripulação, que inclui um período de quarentena de 14 dias a bordo, além de outras medidas de monitoramento de saúde contínuas. Também aumentamos ainda mais a frequência da limpeza e higienização a bordo, principalmente de áreas públicas e pontos de contato frequentes.

Você poderia explicar o que envolvem esses testes?

Primeiramente, vamos falar sobre os testes para os nossos hóspedes. Como parte da triagem de saúde pré-embarque, além de verificar a temperatura e de revisar um questionário detalhado de saúde, todos os hóspedes são testados para a COVID-19. Existem dois testes disponíveis; um teste de antígeno para todos os hóspedes e um teste swab RT-PCR secundário, caso seja necessário. O teste de antígeno detecta proteínas específicas do vírus e os testes de RT-PCR detectam o material genético do vírus.

Temos equipamentos de testagem a bordo de nossos navios, que são trazidos para terra, no terminal, onde montamos as estações de swab para que os testes sejam realizados. Cada estação é composta por uma equipe médica, incluindo profissionais de enfermagem registrados e treinados, juntamente com um membro do nosso Departamento de Atendimento ao Hóspede, para ajudar os profissionais na parte de identificação de cada hóspede. Em um porto como o de Gênova, na Itália, que, por exemplo, se espera a chegada de 1.000 hóspedes ao terminal em seus diferentes intervalos de tempo pré-agendados, até 15 estações de swab podem ser facilmente configuradas para o processar os testes.

O teste de antígeno é um swab de nariz e garganta, e é realizado em todos os hóspedes que chegam ao terminal de cruzeiros para as suas férias. A técnica de coleta das amostras não é invasiva, e a detecção do vírus é feita de forma rápida, com os resultados ficando prontos enquanto os hóspedes completam seus procedimentos de check-in. Nossa equipe médica coleta os swabs que são então processados a bordo do navio para fornecer os resultados. Enquanto isso, o hóspede passa pelo processo de check-in e a equipe médica apura o resultado, se ele é positivo ou negativo.

Caso o teste de um hóspede for positivo, o seu embarque é negado e os devidos próximos passos, conforme previsto no protocolo, são realizados com o apoio das autoridades de saúde locais.

Compreensivelmente, o sistema de testes para todos os membros da tripulação é mais rigoroso, dado que seu tempo a bordo é muito mais longo do que o de uma semana de férias no mar. Toda a tripulação é submetida a, pelo menos, dois testes de swab para COVID-19 antes do embarque. O primeiro no país de origem e, depois, no porto de embarque. Após o segundo teste de COVID-19, a tripulação fica em isolamento a bordo por 14 dias e, em seguida, são testados novamente para um resultado final negativo. Depois disso, eles são testados todas as semanas. Todos os tripulantes têm verificações diárias de temperatura em totens localizados em suas áreas dentro dos navios. E, claro, a tripulação sempre adere às medidas preventivas de saúde, como distanciamento social, uso de máscaras faciais e acesso constante a higienizadores para as mãos.

Algumas empresas de cruzeiros voltaram a embarcar apenas com passageiros vacinados. E dentro do contexto mais amplo do turismo, há várias discussões sobre um ‘passaporte de saúde’. Qual é a posição da MSC Cruzeiros frente a tudo isso?
As vacinas são um divisor de águas, e estamos bastante motivados com a aceleração da aplicação de vacinas em muitos países ao redor do mundo. Estamos explorando uma abordagem viável para incorporar os programas de vacinas junto com os testes universais em nosso protocolo de saúde e segurança, líder do setor, uma vez que estejam disponíveis de forma mais ampla.

As vacinas representam uma luz no fim do túnel, mas devemos reconhecer que a sua implementação global bem-sucedida levará algum tempo. Portanto, os protocolos de saúde e segurança são absolutamente essenciais para o bem-estar de nossos hóspedes, tripulantes e comunidades que os nossos navios visitam. Isso reflete a orientação da Organização Mundial da Saúde, que descreveu as vacinas como um 'divisor de águas', mas que acrescentou que 'ser vacinado não significa que podemos deixar de ter a cautela necessária e colocar a nós mesmos e aos outros em perigo' e, recomendou que medidas de prevenção, como o distanciamento social e o uso de máscaras, devam continuar ‘no futuro próximo’.

Todas as medidas de proteção baseadas na ciência precisam ser consideradas e evoluir à medida que a pandemia e o vírus se desenvolvem, e acreditamos que uma abordagem em várias camadas é a certa para mitigar o risco.
Acreditamos que a vacinação deve coexistir com sistemas de testagem e outros protocolos de saúde e segurança e deve ser vista como uma extensão avançada de viagens responsáveis. Claro que as medidas que implementamos serão avaliadas continuamente ao longo do tempo, à medida que as circunstâncias da pandemia evoluem, e sempre seremos guiados pelas evidências e orientações das comunidades científica e médica.

À medida que as vacinas são implementadas de forma mais ampla, também podemos considerar o uso apropriado de passaportes de saúde e outras medidas adicionais que podem potencialmente fornecer mais garantias para os turistas e para os destinos que eles visitam. A curto e médio prazos, estamos preparados para a situação híbrida de transportar com segurança hóspedes vacinados e não vacinados com o apoio de procedimentos de teste universais rigorosos.

Por exemplo, no Reino Unido, que tem um dos programas de vacinação mais progressivos do mundo, os nossos hóspedes que realizam cruzeiros conosco pelas Ilhas Britânicas e foram vacinados com as duas doses, mesmo assim ainda precisam fazer testes de swab de antígeno antes do embarque.

E, para finalizar, anunciamos, no dia 1º de maio, o lançamento de um amplo programa de vacinação para toda a nossa tripulação, que está sendo muito bem-sucedido."


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