Juliana Monaco   |   29/05/2020 16:07

CNC prevê queda de 6,1% no PIB em 2020

A CNC projeta quadro recessivo a partir do segundo trimestre, após retração de 1,5% no primeiro trimestre.


A estimativa é que as despesas de consumo das famílias registrem queda de 7,2% em 2020
A estimativa é que as despesas de consumo das famílias registrem queda de 7,2% em 2020
Diante da incerteza em relação à superação da crise causada pelo coronavírus, a Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê uma retração de 6,1% no PIB em 2020 e de 7,2% nas despesas de consumo das famílias. Segundo o IBGE, o PIB brasileiro encolheu 1,5% no primeiro trimestre, o maior recuo trimestral em quase cinco anos. Para o segundo trimestre, a CNC projeto um encolhimento de 3,3% no PIB.

“Os efeitos se tornaram mais significativos a partir da segunda quinzena de março, quando uma série de decretos estaduais e municipais impôs restrições ao nível de atividade econômica, especialmente nos setores do comércio, nos transportes e nos serviços em geral. A gradual recuperação da economia observada antes da eclosão da pandemia deverá se reverter em um quadro recessivo a partir do segundo trimestre", afirmou o presidente da Confederação, José Roberto Tadros.

De acordo com o economista da CNC Fabio Bentes, os indicadores referentes ao segundo trimestre apontam uma deterioração ainda mais significativa do nível de atividade econômica a partir de abril. "Somente no último mês, de acordo com o Ministério da Economia, o mercado formal de trabalho registrou o pior saldo da história, com menos 860,5 mil postos, entre admissões e demissões. Em todo o ano passado, foram geradas 642,9 mil vagas formais de emprego", ressaltou.

Em relação à produção, o setor de serviços (-1,6%) foi o que mais sentiu os efeitos da retração nos três primeiros meses de 2020, especialmente em razão das quedas nas atividades de transportes e correios (-2,4%) e de informação e comunicação (-1,9%). No lado da demanda, as despesas de consumo das famílias acusaram a maior contração (-2%) desde a crise do apagão no terceiro trimestre de 2001 (-3,1%). Já os investimentos tiveram um destaque positivo (+3%) por conta das importações de máquinas e equipamentos no setor de óleo e gás.

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