Hotelaria paulista deve se recuperar totalmente apenas em 2022
A ocupação anual absoluta em São Paulo deve ser de 32% em 2020, 56% em 2021 e 66% em 2022.

Assim como no cenário nacional, a hotelaria regional será a primeira a se recuperar, seguida da nacional e internacional. A estimativa é que a demanda regional seja de 52% até janeiro de 2021, subindo para 89% até janeiro de 2022. A ocupação anual absoluta deve ser de 32% em 2020, 56% em 2021 e 66% em 2022. Já a recuperação total do RevPAR deve levar entre dois anos e meio e quatro anos.

HOTELARIA ECONÔMICA E MIDSCALE
As projeções de desempenho dos hotéis econômicos e midscale da cidade de São Paulo indicam que o início da recuperação é mais provável em agosto, com break-even entre setembro e outubro de 2020. A recuperação total das receitas de hospedagem ocorrerá, no cenário mais otimista, em dois anos e meio a partir do mês pré-pandemia (fevereiro de 2020), podendo ser superior a quatro anos no cenário conservador.
Na média de 2020, o RevPAR apresenta quedas entre 54% e 66%. Com uma recuperação mais rápida da economia, o RevPAR voltaria a valores de 2019 em dois anos e seis meses. Desse modo, as quedas nas receitas causará um prejuízo operacional expressivo. No cenário mais provável (moderado), o lucro da hotelaria urbana econômica e midscale em São Paulo voltará a patamares mais expressivos apenas em 2022, ainda abaixo dos valores de 2019.
HOTELARIA UPSCALE E DE LUXO
A lógica de recuperação da hotelaria mais sofisticada em São Paulo é semelhante a dos segmentos econômicos e midscale, porém mais lenta e prolongada. A maior dependência da demanda internacional e do setor de eventos desacelerá o crescimento de ocupação dos hotéis. A recuperação total das receitas de hospedagem ocorrerá, no cenário mais otimista, em três anos a partir de fevereiro de 2020, podendo ser superior a cinco anos no cenário conservador.
Na média de 2020, o RevPAR apresenta quedas entre 62% e 71%. A recuperação total é estimada em quase quatro anos. No melhor cenário, o índice de RevPAR voltaria aos patamares de 2019 em três anos. Além dos desdobramentos da covid-19 no setor, o aumento de oferta previsto entre os hotéis mais sofisticados também retardará a curva de recuperação da média do mercado a patamares pré-pandemia.
Para o managing partner da HotelInvest, Pedro Cypriano, o cenário mais provável é o moderado, mas é preciso estar preparado para outras possibilidades, pensando na segmentação de cada hotel. "Podemos torcer para que o cenário otimista ocorra, mas precisamos nos preparar para o conservador. A minha recomendação é que os gestores hoteleiros entendam o seu mix de demanda e calculem as potenciais recuperações para cada um desses grupos. Isso ajuda muito a ter maior previsibilidade e a ter um número que seja mais próximo à sua realidade", comentou.
Clique aqui para baixar a pesquisa completa sobre a recuperação da hotelaria urbana no Brasil.
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