Juliana Monaco   |   03/06/2020 19:32   |   Atualizada em 03/06/2020 20:18

Hotelaria paulista deve se recuperar totalmente apenas em 2022

A ocupação anual absoluta em São Paulo deve ser de 32% em 2020, 56% em 2021 e 66% em 2022.

Emerson Souza
A ocupação anual absoluta deve ser de 32% em 2020, 56% em 2021 e 66% em 2022
A ocupação anual absoluta deve ser de 32% em 2020, 56% em 2021 e 66% em 2022
De acordo com pesquisa realizada pela HotelInvest, em parceria com a Omnibees, STR e FOHB, a previsão é de que a recuperação total ocorra em 2022 para a hotelaria econômica e em 2023 para a hotelaria de luxo. Ainda em 2020, a ocupação média pode variar entre 27% e 35% para os hotéis econômicos e midscale, e entre 21% e 27% para os upscales e de luxo - o que representa uma queda entre 49% e 61% em relação a 2019.

Assim como no cenário nacional, a hotelaria regional será a primeira a se recuperar, seguida da nacional e internacional. A estimativa é que a demanda regional seja de 52% até janeiro de 2021, subindo para 89% até janeiro de 2022. A ocupação anual absoluta deve ser de 32% em 2020, 56% em 2021 e 66% em 2022. Já a recuperação total do RevPAR deve levar entre dois anos e meio e quatro anos.

 A oferta aumentará 5,5% no segmento econômico e midscale e 13,2% no upscale e luxo
A oferta aumentará 5,5% no segmento econômico e midscale e 13,2% no upscale e luxo

HOTELARIA ECONÔMICA E MIDSCALE

As projeções de desempenho dos hotéis econômicos e midscale da cidade de São Paulo indicam que o início da recuperação é mais provável em agosto, com break-even entre setembro e outubro de 2020. A recuperação total das receitas de hospedagem ocorrerá, no cenário mais otimista, em dois anos e meio a partir do mês pré-pandemia (fevereiro de 2020), podendo ser superior a quatro anos no cenário conservador.
No cenário otimista, a hotelaria econômica e midscale terá uma ocupação de 60% até o final de 2020. No cenário moderado, a taxa de ocupação será de aproximadamente 50%, enquanto no conservador, de 40%. Em relação à oferta, o segmento partirá de 34 mil UHs em maio de 2020 para 35,9 mil UHs em dezembro de 2023, equivalente a um aumento de 5,5%.

Na média de 2020, o RevPAR apresenta quedas entre 54% e 66%. Com uma recuperação mais rápida da economia, o RevPAR voltaria a valores de 2019 em dois anos e seis meses. Desse modo, as quedas nas receitas causará um prejuízo operacional expressivo. No cenário mais provável (moderado), o lucro da hotelaria urbana econômica e midscale em São Paulo voltará a patamares mais expressivos apenas em 2022, ainda abaixo dos valores de 2019.

HOTELARIA UPSCALE E DE LUXO

A lógica de recuperação da hotelaria mais sofisticada em São Paulo é semelhante a dos segmentos econômicos e midscale, porém mais lenta e prolongada. A maior dependência da demanda internacional e do setor de eventos desacelerá o crescimento de ocupação dos hotéis. A recuperação total das receitas de hospedagem ocorrerá, no cenário mais otimista, em três anos a partir de fevereiro de 2020, podendo ser superior a cinco anos no cenário conservador.

Até o final de 2020, a hotelaria upscale e de luxo terá uma ocupação em torno de 45% no cenário otimista, de 40% no moderado e 30% no conservador. Na média do ano, a ocupação ficará entre 59% e 68% inferior à de 2019. Em relação à oferta, o segmento partirá de 5 mil UHs em maio de 2020 para 5,7 mil UHs em dezembro de 2023, um aumento de 13,2%.

Na média de 2020, o RevPAR apresenta quedas entre 62% e 71%. A recuperação total é estimada em quase quatro anos. No melhor cenário, o índice de RevPAR voltaria aos patamares de 2019 em três anos. Além dos desdobramentos da covid-19 no setor, o aumento de oferta previsto entre os hotéis mais sofisticados também retardará a curva de recuperação da média do mercado a patamares pré-pandemia.

Para o managing partner da HotelInvest, Pedro Cypriano, o cenário mais provável é o moderado, mas é preciso estar preparado para outras possibilidades, pensando na segmentação de cada hotel. "Podemos torcer para que o cenário otimista ocorra, mas precisamos nos preparar para o conservador. A minha recomendação é que os gestores hoteleiros entendam o seu mix de demanda e calculem as potenciais recuperações para cada um desses grupos. Isso ajuda muito a ter maior previsibilidade e a ter um número que seja mais próximo à sua realidade", comentou.

Clique aqui para baixar a pesquisa completa sobre a recuperação da hotelaria urbana no Brasil.

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