Festival de Parintins: Boi Garantido conquista 33º título e quebra hegemonia do Caprichoso
Caprichoso e Garantido encantaram o público com enredos potentes, alegorias monumentais
A Ilha de Parintins e todo o Brasil descobriram hoje o grande campeão 58º Festival Folclórico de Parintins. Após três noites de espetáculos e diferente dos últimos anos, a vitória desta vez foi do Boi Garantido, que quebrou a hegemonia recente do Caprichoso, que por sua vez buscava o inédito tetracampeonato.
A apuração dos votos começou às 14h no Bumbódromo e terminou pouco depois de 16h30. Como sempre, foi acompanhada com tensão por milhares de torcedores apaixonados. Ao fim da apuração, o projeto “Boi do Povo, Boi do Povão” foi o ganhador, dando o 33º título ao Boi Garantido.
O Boi Garantido somou 1.259,1 pontos, superando por uma margem de 0,5 ponto o Boi Caprichoso, que totalizou 1.258,6 pontos. A disputa foi acirrada, mas o Garantido levou a melhor nas três noites de apresentação, garantindo a maior pontuação em cada uma delas.
Na primeira noite, o Boi da Baixa obteve 419,7 pontos, enquanto o rival alcançou 419,4. Já na segunda noite, o Garantido marcou 419,8 contra 419,3 do Caprichoso. Na terceira e última noite, consolidou a vitória com 419,6 pontos, frente a 419,0 do adversário.
Ao longo do fim de semana, Caprichoso e Garantido encantaram o público com enredos potentes, alegorias monumentais, rituais indígenas e homenagens a figuras emblemáticas da cultura amazônica e brasileira. E o campeão foi definido com base em 21 quesitos avaliados por jurados nas três noites de festa.
Além do espetáculo, o festival também valoriza o engajamento das torcidas e, este ano, reforçou a importância da conservação da Amazônia. Ambas as agremiações reforçaram o papel da cultura como resistência e instrumento de proteção da floresta e dos seus povos.
Na apresentação deste ano, o Boi Garantido emocionou o público com uma homenagem ao compositor Chico da Silva, autor da icônica toada “Vermelho”. A performance destacou símbolos da resistência cultural e afetiva do povo amazônida. Um dos momentos mais marcantes foi a entrada da cunhã-poranga e ex-BBB Isabelle Nogueira, que encarnou uma arara em uma coreografia impactante, exaltando a fauna da região.