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Juliana Monaco   |   09/04/2021 17:13

Hotelaria do Rio registra prejuízo de R$ 1,6 bi em um ano

Desde o início da pandemia, cerca de sete hotéis fecharam as portas em definitivo no Rio de Janeiro


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A hotelaria registrou uma ocupação média de 25%, após anúncio das restrições em março
A hotelaria registrou uma ocupação média de 25%, após anúncio das restrições em março
No início de março de 2020, a ocupação da rede hoteleira carioca estava em torno de 70%. Em abril, este índice caiu para 5% e os hotéis começaram a fechar as portas. Em maio, já eram cerca de 90 hotéis e albergues fora de operação e mais de 25% dos postos de trabalho suspensos, permanente ou temporariamente. Cerca de sete hotéis fecharam as portas em definitivo. Mais de um ano depois, a hotelaria carioca chega a março de 2021 com ocupação média de 20% e prejuízo acumulado de R$ 1,6 bilhão, segundo levantamento da Hotéis Rio.

CAMINHO DE ALTOS E BAIXOS
A reabertura dos hotéis começou timidamente em junho de 2020, mas ganhou força a partir de agosto. A retomada, conforme perspectivas do trade de Turismo, se deu pelo Turismo doméstico, em viagens rodoviárias e em núcleos familiares. Neste cenário, os hotéis do interior do Rio de Janeiro se destacaram com altas ocupações - respeitando a capacidade permitida - especialmente nos fins de semana. Mesmo com a suspensão dos eventos corporativos, houve aumento na demanda durante a semana em função da suspensão das aulas e do trabalho remoto.

Além dos selos estadual e municipal de orientação dos protocolos sanitários de prevenção à covid-19, no final de 2020, a hotelaria esteve envolvida em campanhas promocionais voltadas para o público interno (“Redescubra o Rio”) e principais mercados emissores (SP e MG – “Mais Rio por Menos”), com o objetivo de reforçar a marca Rio na preferência dos viajantes.

O atual cenário da pandemia traz apreensão para a hotelaria com a chegada da baixa temporada do Turismo que, até então, acreditava-se que poderia ser salva pelo segmento corporativo, o que não se consolidou em função das medidas restritivas. No fim de março, para conter o avanço da doença no município, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou restrições mais rígidas, em que apenas serviços essenciais puderam funcionar durante um período de 10 dias. O decreto continuou a permitir o funcionamento dos meios de hospedagem, porém com o serviço de alimentação restrito aos hóspedes.

PEDIDO DE SOCORRO
“Nós estamos em uma situação extremíssima, então, não restaria outra solução senão enfrentarmos esse novo fechamento das atividades. A liberação dos hotéis ameniza o nosso setor, mas com a cidade fechada, não muda muito o cenário. Continuamos hospedando pessoas que estão embarcadas em plataformas e muitos profissionais de saúde, atuando como uma atividade fundamental neste momento. Estamos conscientes que vamos funcionar com ocupações muito baixas, e não poderia ser diferente. Para isso, esperamos ter alguma contrapartida dos governos federal, estadual e municipal quanto à não cobrança de impostos ou uma postergação, já que dez dias em 30 dias é um terço de nossa receita. Mas, o mais importante agora é que todo esse esforço signifique uma queda nos casos de covid em nossa cidade", disse o presidente da Hotéis Rio, Alfredo Lopes.

Segundo a Hotéis Rio, houve queda drástica nos índices de ocupação em função do congelamento do mercado internacional e corporativo e das restrições nos atrativos turísticos, além dos próprios destinos emissores de lazer, como Minas Gerais e São Paulo, o que naturalmente desestimula os planos de viagens. Em março deste ano, a ocupação média girava em torno de 35% e 40%. Este índice desabou para cerca de 25% logo após o anúncio das restrições, que envolveram praias, shoppings e atrativos turísticos, e na última semana do mês ficou abaixo dos 20% na maior parte dos hotéis apurados. Ainda segundo o sindicato, a rede hoteleira já contabiliza um prejuízo acumulado no último ano de, aproximadamente, R$ 1,6 bilhão.

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