COP30: hotéis de Belém acusam governo de intervenção após investigação sobre preços
Senacon negou tentativa de controlar preços e disse que há indícios de aumentos superiores a 1.000%

Os altos preços cobrados por diárias em hotéis de Belém, durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro, virou algo de debate entre o setor hoteleiro de Belém e o governo federal
Segundo reportagem da Folha, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) notificou os principais hotéis da cidade pedindo informações detalhadas sobre a evolução dos preços desde 2019. A intenção é comparar os valores praticados com os de outros períodos de grande demanda, como o Círio de Nazaré.
O Sindicato de Hotéis e Restaurantes de Belém e Ananindeua, por sua vez, se recusou a fornecer os dados e acusou o governo federal de tentar impor limites a preços privados. Em resposta, a Senacon negou a tentativa de controlar preços e disse que há indícios de aumentos superiores a 1.000% em relação à média histórica.
Segundo a Folha, o Tivoli Maiorana Belém chegou a cotar diárias de R$ 25.773 e apresentou uma proposta de R$ 34,8 milhões por 15 dias de hospedagem, enquanto no hotel Ibis Styles Hangar, as diárias para o período da COP variavam entre R$ 6.000 e R$ 6.500. Já o Radisson Belém apresentou proposta de R$ 7,5 milhões por 22 dias.
Em meio ao problema, a Secretaria Extraordinária da COP30 (Secop30) já avalia o uso de acomodações militares para parte das delegações e equipes de apoio. Além disso, o governo federal assinou, na semana passada, um termo de boas práticas com corretoras e imobiliárias para evitar abusos nos aluguéis durante o evento.