Laura Enchioglo   |   24/07/2025 12:27

Como parques e atrações podem atrair o público LGBT? Veja dicas de especialistas

Painel durante a LGBT+ Turismo Expo debateu o assunto com especialistas do Turismo e influenciadores


PANROTAS / Emerson Souza
Gustavo Barbosa, do Hopi Hari, Lucas Monteiro e Carlos Ruiz, influenciadores, Márcia Santos, da MS Viagens, e Mariana Velasco, do Ministério do Turismo, que mediou o debate
Gustavo Barbosa, do Hopi Hari, Lucas Monteiro e Carlos Ruiz, influenciadores, Márcia Santos, da MS Viagens, e Mariana Velasco, do Ministério do Turismo, que mediou o debate

Pertencer a um espaço pode parecer simples, mas a comunidade LGBT pode não se sentir assim em diversos locais. Para melhorar o acolhimento e receber cada vez mais este público, especialistas destacaram como parques e a indústria de Turismo podem trabalhar sua comunicação nas redes e recepção dos turistas em um painel durante a LGBT+ Turismo Expo.

O casal Carlos Ruiz e Lucas Monteiro são influenciadores e possuem uma família interracial, com filhos adotivos, o que, segundo eles, faz com que o preconceito seja percebido em diversos locais que visitam. Mesmo assim, muitos parques, atrações e cidades estão preparadas - ou estão trabalhando - para receber cada vez mais este público, e um passo primordial neste esforço é a comunicação nas redes sociais.

"Sempre buscamos se o local que vamos visitar tem algum tipo de identificação com a gente, seja em uma comunicação nas redes ou dentro do próprio parque. Essa comunicação precisa ser natural e não apenas com casais LGBT. Precisa ser uma comunicação diversa", destacou Lucas Monteiro, influenciador da página @paisde3_.

Gustavo Barbosa, gerente de Marketing do Hopi Hari, destacou o esforço do parque em trabalhar a capacitação dos colaboradores e diversificar o quadro de funcionários.

"Nós somos um parque grande, são mais de 600 colaboradores, pessoas que vêm de lugares diferentes, e ainda hoje temos uma dificuldade para que todos tenham um letramento básico e consigam levar isso no dia a dia. Mesmo assim, nós empregamos muitas pessoas LGBT. Há dois anos, 40% dos nossos colaboradores se identificavam dentro da sigla, o que faz com que a experiência do cliente seja mais fluida e acolhedora no parque"

Gustavo Barbosa, gerente de Marketing do Hopi Hari

Falando de Turismo como um todo, Márcia Santos, proprietária da MS Viagens, destacou a importância da capacitação e do apoio das operadoras para evoluir a cadeia inteira no tema. "O profissional do Turismo precisa saber o local certo para indicar ao cliente, porque nem todos os destinos são acolhedores para esse público. Como agência, vejo que as operadoras precisam nos apoiar cada vez mais. Aumentando o número de operadoras que trabalham com o produto pride, nós evoluímos a cadeia de fornecedores como um todo e capacitamos as agências para trabalhar esse público", explicou.

PANROTAS / Emerson Souza
Carlos Ruiz, influenciador no canal @paisde3_
Carlos Ruiz, influenciador no canal @paisde3_

Carlos Ruiz destacou a importância, não apenas social como financeira, de trabalhar com o público LGBT ao longo do ano.

"No Brasil, são muitas famílias como a nossa, LGBT, com filhos adotivos. Nós fazemos parte da sociedade e se as marcar não olharem para o público ao longo do ano estarão perdendo muito dinheiro"

Carlos Ruiz, influenciador do canal @paisde3_

Comunicação e trabalho de ONGs são peças chave

Para receber melhor o hóspede e turista LGBT, os painelistas destacaram que as marcas precisam de coragem para trabalhar o assunto e ONGs podem ser o ponto de virada para auxiliar no letramento de empresas.

"Quanto menos montado e mais orgânico o conteúdo, melhor. Isso gera mais conexão e é mais real para todos nós, que procuramos sempre se somos representados nessas marcas antes de consumir ou visitar um local", destacou Lucas.

Ainda assim, Gustavo, do Hopi Hari, apontou a falta de engajamento das marcas para trabalhar este assunto nos últimos anos. "Sinto falta de coragem das marcas. Elas precisam ser coerentes e aliadas da comunidade ao longo do ano e não apenas no mês do orgulho", disse.

PANROTAS / Emerson Souza
Marcia Santos, da MS Viagens
Marcia Santos, da MS Viagens

Para trabalhar melhor o assunto, Márcia sugeriu o apoio conjunto com as ONGs.

"ONGs podem trabalhar com hotelaria, parques e players do setor para capacitar colaboradores, para que saibam entender o público e como realizar uma comunicação que não seja apenas institucional"

Marcia Santos, proprietária da MS Viagens

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados