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Marcos Martins   |   03/12/2018 12:00

Sites de destinos – Parte 1: como atender aos estrangeiros?

Especialistas de representação de marcas e do Ministério do Turismo reúnem dicas valiosas para os sites de destinos em reportagem especial

Riotur / Alexandre Macieira
Rio de Janeiro é o principal destino com estrangeiros em viagens a lazer
Rio de Janeiro é o principal destino com estrangeiros em viagens a lazer
O Brasil alcançou na chegada de turistas estrangeiros no ano passado um total de 6.588.770 visitantes, acima de 2016 e 2014, anos de Olimpíadas e Copa do Mundo, respectivamente. Essa alta foi impulsionada pelos países vizinhos na América do Sul, com destaque para Argentina e Chile.

No entanto, esse número ainda é baixo, considerando que o território brasileiro possui dimensões continentais. O desafio para aumentar as chegadas internacionais envolve não apenas políticas em esfera pública e privada, mas também o conteúdo digital que é fornecido por meio dos sites de destinos, um dos canais de busca dos viajantes ao escolher a sua próxima viagem.

O que essas páginas oferecem, quais são os principais erros e o que pode ser feito para otimizá-las? O Portal PANROTAS publicará em duas partes um especial sobre como os sites de destinos aparecem neste cenário. Teremos como base as cidades mais visitadas por estrangeiros entre 2013 e 2017, a lazer e negócios, de acordo com informações enviadas pelo Ministério do Turismo, ouvindo as opiniões de especialistas do Turismo.

Confira o ranking dos destinos mais visitados por estrangeiros no Brasil:

Lazer
Negócios, eventos e convenções
Rio de Janeiro
São Paulo
Florianópolis
Rio de Janeiro
Foz do Iguaçu (PR)
Porto Alegre
São Paulo
Curitiba
Armação dos Búzios (RJ)
Brasília
Bombinhas (SC)
Campinas (SP)
Salvador
Belo Horizonte
Balneário Camboriú (SC)
Salvador
Itapema (SC)
Foz do Iguaçu (PR)
Angra dos Reis (RJ)
Florianópolis

IDIOMA E CONTEÚDO

Antes mesmo de pensar na produção de conteúdo, um dos pontos principais é disponibilizar esse material em outros idiomas, como inglês e espanhol, algo que mesmo sendo básico ainda é um problema recorrente entre os sites de destinos.

“Temos que pensar na questão do idioma, pois é um detalhe super relevante ao vender qualquer produto para o mercado. Observei que, entre os sites que mais recebem visitas, alguns têm opção de inglês, sendo raríssimos em espanhol, e outros estão sem opção nenhuma. Os destinos da região Sul recebem muitos turistas sul-americanos e ficar sem o idioma espanhol é uma grande falha neste caso”, avalia a gerente de Relações Públicas do Sea World Parks na América do Sul, Marjori Schroeder.

“Os sites do Rio de Janeiro, Florianópolis e Foz do Iguaçu têm uma boa navegabilidade, sendo possível acessar tranquilamente pelo mobile. Outros destinos menores contam com sites mais antigos, de visual ultrapassado. Recomendo a todos terem pelo menos três opções de idiomas, além de informações claras e objetivas. Uma agenda de eventos atualizada causa boa impressão e os sites devem ter sempre links para serviços e associações”, reforça a executiva da Imaginadora.

Jeanine Pires, diretora da Pires & Associados, faz análise dos sites de destinos
Jeanine Pires, diretora da Pires & Associados, faz análise dos sites de destinos
ANÁLISE DE PERFIL E REDES SOCIAIS
Outro detalhe que causa muita confusão entre os turistas estrangeiros ao visitar os portais é a mistura de conteúdo institucional com as informações úteis do destino, como endereços, horários de funcionamento e resumo de atividades, além do próprio endereço confuso na web.

“A maioria dos Estados e municípios comete erros que são cruciais, começando pela URL (endereço do site). Os governos colocam o 'ponto gov' e 'ponto br'. As pessoas dificilmente vão chegar ao site e um segundo erro é a mistura de informações entre uma agenda com a pauta institucional e profissional. Além de não atender ao turista, também não fornece informações relevantes aos visitantes”, afirma a diretora da Pires & Associados e da Matcher, Jeanine Pires.

Ela destaca também como outros problemas a falta de vídeos, interatividade e técnicas de SEO, que melhoram o posicionamento das páginas em buscas na internet. “A maneira como um argentino que fala espanhol está lendo é diferente do turista da Espanha que fala o mesmo idioma porque são perfis e comportamentos de viagens diferentes. É preciso avaliar cada perfil de maneira bem profunda. Além disso, o mundo é da interatividade. Se abrirem um site que não tem rede social, como os turistas se sentirão parte daquilo e vão seguir o destino?”, sugere.

Roberto Castro/ MTur
Bob Santos, do Ministério do Turismo
Bob Santos, do Ministério do Turismo
A questão sobre a venda de experiências e inclusão dos perfis das redes sociais nos sites é um ponto relevante também para o secretário nacional de Qualificação e Promoção do Turismo do MTur, Bob Santos. “Os estrangeiros costumam preferir as redes sociais ao invés dos sites. Para se ter ideia, o perfil do Ministério do Turismo no Instagram é mais voltado para destinos do que a questões institucionais. Essas ferramentas ajudam na divulgação e as grandes empresas já se apropriaram delas”, pontua Santos.

“Em relação aos sites, vale também separar conteúdo em nichos e não vender apenas praias, mas experiências completas como as viagens de foco gastronômico, por exemplo", encerra.

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