Da Redação   |   15/06/2022 16:37

WTTC quer parceria entre governos para aumentar Turismo no Caribe

Tema foi tratado na Cúpula de Sustentabilidade e Investimento, em San Juan (Porto Rico)

Carla Lencastre, especial para o Portal PANROTAS


SAN JUAN (PORTO RICO) – Representante do setor privado global de viagens e Turismo, o WTTC enfatizou na Cúpula de Sustentabilidade e Investimento a importância da colaboração entre governos de diferentes países para impulsionar o crescimento do setor no Caribe. No fórum, realizado em 14 de junho, foi apresentado um novo relatório que prevê um mercado caribenho de viagens de US$ 100 bilhões em 2032, com a criação de mais de 1,34 milhão de empregos na região. O crescimento pode vir a ser maior do que o de outros setores da economia, diz o WTTC.

Divulgação/WTTC
A cooperação entre governos foi tema na Cúpula de Sustentabilidade e Investimento do WTTC
A cooperação entre governos foi tema na Cúpula de Sustentabilidade e Investimento do WTTC
“O Caribe precisa de objetivos comuns. Temos uma oportunidade e precisamos desenvolver as viagens multidestinos, como acontece na Europa. O turista não pode ir só a Punta Cana ou só para Cancún. Isso é ridículo. O Caribe tem de ser visto como um destino único e unido”, disse o empresário Frank Rainieri, fundador e CEO do grupo Puntacana, pioneiro em sustentabilidade na República Dominicana, e embaixador de Turismo sustentável da OMT, agência das Nações Unidas.

Durante a pandemia, o setor de viagens e Turismo foi um dos mais afetados em todo o mundo e perdeu metade do seu valor. Para alcançar novos números no Caribe, região dependente de visitantes estrangeiros, o WTTC estimula, além da colaboração governamental, a parceria público-privada. Preservar o meio ambiente não é o suficiente. É necessário cuidar também das pessoas que trabalham no mercado, colaborando para uma sociedade mais igualitária.

"Nas Bahamas promovemos múltiplas ilhas com foco em sustentabilidade. E incentivamos o Turismo principalmente para melhorar a vida das comunidades locais. Esta é uma das belezas das Bahamas”, disse Latia Duncombe, diretora geral do Turismo das Bahamas e participante do painel “Futuro sustentável”, o primeiro da cúpula de Sustentabilidade e Investimento.

INCLUSÃO E DIVERSIDADE PARA O SUCESSO DO SETOR
Em outro painel do WTTC também realizado na parte da manhã, “Resiliência sustentável”, foi discutido como o impacto devastador da covid-19 no setor de viagens e Turismo chamou a atenção para importância de políticas de investimentos sustentáveis e inclusivas para garantir a competitividade no mercado a longo prazo. Gibrán Chapur, vice-presidente da rede Palace Resorts, de hotéis all inclusive de luxo, foi enfático em destacar que “é tudo sobre pessoas”.

“Para ser sustentável, temos de cuidar do meio ambiente, sim, e das pessoas. Entendemos que é necessário priorizar o bem-estar dos funcionários. Tentamos mantê-los próximos de suas famílias, por exemplo. Não é justo que eles só vejam seus filhos uma vez por semana. Com a família por perto, acreditamos que o funcionário se sente melhor e trabalha melhor. Com melhores serviços, temos melhores resultados. Assim nos tornamos resilientes e obtemos sucesso. Qualquer empresa, independentemente do seu tamanho, pode fazer isso”.

A preocupação com a qualidade de vida e a falta de profissionais capacitados que se vê hoje em todo o mundo no setor de viagens e Turismo foram assuntos recorrentes em diversos painéis do WTTC, como em um sobre qualificação profissional realizado no início da tarde.

“Remuneração é importante, mas depois da pandemia outros fatores ganharam relevância para quem trabalha no mercado de viagens. Inclusão e diversidade, por exemplo, estão entre as nossas prioridades”, disse Zachary Rabinor, fundador e CEO da Journey Mexico.

O painel sobre qualificação foi conduzido por Scott Mayerowitz, diretor do site de viagens The Points Guy, e teve ainda a participação de Virginia Messina, vice-presidente de Comunicação do WTTC. E quando o tema é inclusão e diversidade, ficou claro que ainda há muito a ser feito, não apenas para incluir funcionários, como também hóspedes.

"Uma pessoa com deficiência dificilmente irá fazer uma viagem de Turismo se não tiver certeza de terá uma boa experiência. Como pessoa com deficiência, posso afirmar isso”, disse John Sage, fundador e CEO da Acessible Travel Solutions (B2B) e da Sage Traveling (B2C).

Cadeirante, Sage deu uma dica prática para hoteleiros receberem bem pessoas com mobilidade reduzida que parece óbvia, mas, segundo ele, poucos seguem: fotos, muitas fotos dos quartos: “O setor de viagens para pessoas com deficiência é grande, estimamos em 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, e não é bem servido. Há muito a ser feito”.


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