Pedro Menezes   |   22/07/2025 09:17

Lideranças norte-americanas criticam nova taxa de US$ 250 para emissão de visto

Medida tem sido vista pelas autoriades como um obstáculo desnecessário para o turismo internacional

Getty Images/dimarik
A taxa, que ainda não tem data exata de implementação, será somada às cobranças já existentes para emissão de vistos e ao reajuste da taxa do Formulário I-94, que passou de US$ 6 para US$ 24
A taxa, que ainda não tem data exata de implementação, será somada às cobranças já existentes para emissão de vistos e ao reajuste da taxa do Formulário I-94, que passou de US$ 6 para US$ 24

Lideranças do Turismo norte-americano criticaram duramente a nova “Visa Integrity Fee”, uma nova taxa adicional de US$  250 para que turistas e estudantes estrangeiros solicitem visto para os Estados Unidos. A medida, que foi lançada como um esforço para restaurar a integridade do sistema imigratório, tem sido vista como um obstáculo desnecessário para o turismo internacional.

A taxa, que ainda não tem data exata de implementação, será somada às cobranças já existentes para emissão de vistos e ao reajuste da taxa do Formulário I-94, que passou de US$ 6 para US$ 24. Com isso, o custo total para muitos viajantes pode ultrapassar os US$ 450, como já vimos aqui no Portal PANROTAS.

O valor considerado excessivo por líderes do setor. “É uma tarifa autoimposta Aumentar taxas para visitantes internacionais legais equivale a impor uma tarifa a um dos maiores produtos de exportação dos EUA: os gastos de turistas estrangeiros", disse Geoff Freeman, presidente e CEO da U.S. Travel Association.

"A nova cobrança não será reinvestida na experiência do visitante” e chega em um momento delicado, no qual os turistas já demonstram preocupação com a receptividade dos EUA e altos custos de viagem. Essas taxas não são reinvestidas na melhoria da experiência de viagem. Elas apenas desencorajam a visita em um momento em que os viajantes já estão sensíveis à forma como são recebidos e aos preços praticados"

Geoff Freeman, CEO do US Travel
PANROTAS / Artur Luiz Andrade
Geoff Freeman, CEO do US Travel
Geoff Freeman, CEO do US Travel

Freeman também criticou os cortes no orçamento da Brand USA, agência responsável pela promoção do país no exterior. A verba foi reduzida de US$ 100 milhões para US$ 20 milhões. “Deixar de financiar integralmente a Brand USA é uma oportunidade perdida — especialmente em um momento em que os EUA se preparam para sediar eventos globais históricos, como o America 250 e a Copa do Mundo de 2026.”

Erik Hansen, vice-presidente sênior da U.S. Travel Association, por sua vez, afirmou que a medida eleva em até 144% o custo de entrada nos EUA para estrangeiros que precisam de visto. Para ele, a medida vai “dificultar a competitividade internacional do país como destino turístico”.

Já o advogado de imigração Steven A. Brown, do escritório Reddy Neumann Brown PC, aconselha seus clientes a não contarem com o reembolso prometido pela lei. “Se conseguir o reembolso, ótimo. Mas normalmente é difícil conseguir dinheiro de volta do governo. Melhor encarar como um gasto perdido.”

A lei prevê que o valor pode ser devolvido se o visitante cumprir todas as condições do visto — como não trabalhar ilegalmente e não ultrapassar o tempo de permanência por mais de cinco dias. Contudo, o próprio governo admite que o sistema de reembolso ainda levará anos para ser implementado.

Fonte: CNBC

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