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Uma crise se instalou em Machu Picchu após o fim da concessão da empresa Consettur, que por mais de 30 anos operou a rota de ônibus entre o povoado e a cidadela inca. Sem nova licitação organizada a tempo, a Prefeitura de Urubamba entregou temporariamente o serviço à empresa San Antonio de Torontoy, decisão que gerou protestos e bloqueios de acesso à região.

A situação, conforme apurou o jornal local La República, se agravou porque os 18 ônibus da nova operadora não tinham autorização ambiental para circular, enquanto a antiga empresa seguia atuando sem contrato válido. O impasse desencadeou paralisações e atritos entre comunidade, autoridades e operadores turísticos.

No dia 14 de setembro, comunidades locais iniciaram uma greve por tempo indeterminado para exigir a entrada dos novos veículos. O movimento levou à suspensão de trens da Peru Rail e da Inca Rail, deixando turistas retidos em Ollantaytambo.

Na noite seguinte, também esta semana, confrontos entre manifestantes e policiais no setor de Qoriwayrachina resultaram em pelo menos 15 feridos, segundo o Frente de Defesa de Machu Picchu. Imagens mostraram que até mulheres, idosos e crianças foram afetados pelo uso de gás lacrimogêneo.

Impacto social e educacional

Além do prejuízo ao Turismo, as manifestações afetaram o cotidiano da população. A Ugel (Unidade de Gestão Educativa Local) de Urubamba suspendeu as aulas presenciais em Machu Picchu Pueblo, alegando riscos à integridade de alunos e professores diante da continuidade dos protestos.

Risco ao título internacional

A fundação New7Wonders emitiu um alerta: caso a crise não seja solucionada com gestão sustentável do Turismo, Machu Picchu pode perder o título de Uma das Novas 7 Maravilhas do Mundo, conquistado em 2007. O comunicado cita problemas como desorganização institucional, alta de preços, conflitos no transporte e a deterioração da experiência dos visitantes.