Da Redação   |   10/05/2019 16:52

Doria afirma que não deixará Fórmula 1 sair de São Paulo

'Governador de São Paulo disse que ele e o prefeito Bruno Covas lutarão pela manutenção do evento na capital paulista, após anúncio do Rio de Janeiro como sede

DA AGÊNCIA BRASIL
Emerson Souza
Governador de São Paulo, João Doria
Governador de São Paulo, João Doria
O governador de São Paulo, João Doria, disse hoje que não abrirá mão do Grande Prêmio da Fórmula 1 em 2020 em São Paulo. A declaração acontece pouco depois do anúncio do Rio de Janeiro como nova sede do evento.

"Tem um contrato a ser cumprido, e tem o prefeito [Bruno Covas] e o governador que vão lutar pelo seu Estado e pela sua cidade pela manutenção do GP em São Paulo. Não abrirmos mão da F1 em São Paulo é uma tradição, uma vocação da cidade, e o Autódromo Internacional de Interlagos é um dos melhores circuitos avaliados pelos pilotos".

O governador disse que não há estremecimento entre ele e o presidente Jair Bolsonaro, por conta do anúncio feito na quarta-feira (8) pelo presidente de construir um autódromo para a realização do Grande Prêmio da Fórmula 1 em 2020 no Rio de Janeiro.

“Não há nenhum estremecimento, não há nenhum fator que possa afastar essa relação com o presidente. A relação segue muito boa, estaremos juntos no próximo dia 16 em Dallas, onde ele irá receber o prêmio de personalidade do ano”, disse o governador.

Doria também enfatizou que tem uma boa relação com o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e o prefeito da cidade, Marcelo Crivela. “Nada temos contra o Rio de Janeiro, muito menos contra o prefeito e o governador. É legítimo que eles busquem pelo estado do Rio de Janeiro, não temos nenhum conflito, nenhuma oposição de nossa parte a essa legítima vontade de melhorar o turismo e a oportunidade de promover grandes eventos no Rio de Janeiro”.

ESTRUTURA
O governador de São Paulo disse que a área escolhida para o futuro autódromo no Rio de Janeiro não tem nada a oferecer. “Já sobrevoei o campo de Deodoro e não tem nada, rigorosamente nada".

O prefeito Bruno Covas disse São Paulo atende a todas as especificações para a prova e que não há taxa de promoção a ser paga pela prefeitura aos promotores do GP. “A prefeitura não paga nenhum valor à Fórmula 1, o que está no contrato, e que a prefeitura sempre faz, são as obras que precisam ser feitas no autódromo anualmente para poder receber muito bem o evento, não há nenhum valor pago à Fórmula 1 para poder realizar o evento. Vamos continuar avançando para que o evento gere emprego e renda”.

IMPACTO ECONÔMICO
Doria destacou o aspecto econômico da realização da prova na capital paulista. "A capacidade econômica de uma cidade que tem 13 milhões de habitantes garante o volume de ingressos e o preço médio do ingresso que sustenta parte do investimento.”

Já o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse que o impacto econômico do GP em São Paulo é de R$ 334 milhões, na última edição. "Embora seja um evento que não é maior em relação ao público, ele é de grande impacto econômico para São Paulo, já que, inclusive, 77% do público que frequenta [a F1] é turista”, salientou Covas, acrescentando que a prefeitura está atuando para a renovação do contrato com a Fórmula 1.

“Desde o final do último GP nós iniciamos as tratativas para a renovação do contrato, a partir de 2021. Durante esse período todo não tivemos nenhuma resistência por parte do proprietário do evento com relação a essa renovação. Temos uma reunião em junho para dar continuidade a essa tratativa. O CEO da empresa que agora detém a F1, o Chase Carey, estará aqui para mais uma rodada de conversas com a prefeitura de São Paulo, não houve qualquer cancelamento. No entanto, fomos pegos de surpresa por este anúncio, já que a tratativa de São Paulo com a F1 tem se dado dentro da normalidade."

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