Marcos Martins   |   25/06/2019 11:56

Intenção de consumo tem quarta queda consecutiva

A pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), realizada mensalmente pela CNC, revela cautela das famílias em relação ao cenário econômico brasileiro


Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Momento é de cautela para os consumidores
Momento é de cautela para os consumidores
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), pesquisa mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apresentou queda de 3,5% em junho, o quarto resultado negativo sucessivo. Em maio, o recuo foi de 1,7%, demonstrando o descontentamento das famílias observado a partir de março (-0,4%), quando as intenções de consumo passaram a ficar negativas. Na comparação com junho do ano passado, o aumento foi de 5,3%.

A queda do ICF na comparação mensal representou a maior taxa negativa desde maio de 2015 (-4,6%). Nos últimos quatro meses, esse indicador acumulou retração de 7,3%. Já no primeiro semestre, revelou alta de apenas 0,1%, representando pouca mudança na propensão ao consumo.

“O ICF de junho espelhou o menor grau de confiança dos consumidores com relação à melhora da economia e, por conseguinte, às intenções de consumo, podendo vir a se refletir em menores vendas do comércio mais para a frente”, aponta o presidente da confederação, José Roberto Tadros.

“Como as perspectivas no curto prazo são de que as famílias diminuam suas intenções de compra, estima-se que o comércio tenda a sofrer oscilações no volume de vendas até o fim do ano, sendo afetado, sobremodo, pela cautela dos consumidores, uma vez que estes reconhecem que as condições de consumo se tornaram mais difíceis nos últimos meses”, ressalta.

MAIS INDICADORES

Dos subíndices que compõem o ICF, a maior insatisfação deveu-se ao Momento para Duráveis, que recuou 5,7% na comparação mensal, mas avançou 4,5% ante junho de 2018. Por outro lado, subiu para 33% o número de famílias que disseram que a Renda Atual está melhor, uma participação maior do que em junho do ano passado (29,8%). Também diminuiu para 25,6% o total das famílias que reconheceram que a renda havia piorado, pois esta distribuição em junho do ano passado era maior, de 29,8%.

As variações negativas dos subindicadores Nível de Consumo Atual (-2,7%), Compras a Prazo (-2,5%) e Momento para Duráveis (-5,7%) espelharam a piora nas condições de consumo. E as reduções acentuadas nos subíndices Perspectiva Profissional (-4,9%) e de Consumo (-5%) expuseram o grau de degeneração das expectativas com o consumo de bens. Em junho, prevaleceram as famílias que disseram que as perspectivas de consumo haviam caído (40,4%).

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