Da Redação   |   18/12/2023 15:59
Atualizada em 18/12/2023 16:08

Turismo destaca Sustentabilidade em comissão do Conselhão de Lula

Imagem e reputação do País é um dos grandes temas em debate na Comissão de Meio Ambiente

RicardoStuckert/PR
Lula fala ao Conselhão
Lula fala ao Conselhão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou na semana passada da 2ª reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão. Durante a reunião, os diversos Grupos de Trabalho apresentaram seus principais resultados e recomendações debatidas ao longo do ano.

Recuperação de áreas degradadas, criação de uma política integrada para a primeira infância, lançamento de um conjunto de polos tecnológicos de alto impacto, medidas para acesso ao crédito para micro e pequenas empresas de forma menos concentrada nos grandes centros urbanos são algumas das recomendações apresentadas ao presidente por integrantes dos GTs. Grupos que envolvem também temas como transição energética, proteção da Amazônia e Economia do Futuro, além de questões voltadas para desigualdades de direitos e democracia.

“Nós temos o caminho das pedras e temos que decidir agora se nós vamos retirar essas pedras ou não. É uma decisão que a gente vai ter depois da sabedoria de vocês de produzir soluções, de apresentar para nós esse conjunto de propostas que a gente pode saber quais poderão ser aplicadas, para a gente dar uma guinada e mudar o rumo desse país”, afirmou o presidente.

Para o presidente, o formato do Conselhão, com pessoas de diversas origens, formações e visões de mundo, é essencial para trazer o que há de melhor em termos da visão da sociedade para dentro do governo. O desafio, segundo Lula, é transformar a riqueza de propostas em ações viáveis e fazer escolhas políticas dos caminhos possíveis, levando em conta o projeto de país que se almeja para as próximas décadas.

“Nós precisamos fazer um estudo de viabilidade econômica de quanto será o investimento para a gente colocar essas coisas maravilhosas que vocês detectaram que é preciso fazer para o Brasil dar certo. Quanto vai custar a gente fazer esse investimento?”, disse o presidente Lula.

“Porque aí é que entra a decisão política. Se a gente vai dizer, como historicamente se disse, ‘é muito caro’. E a gente não pergunta quanto custa não fazer as coisas na época certa. Quanto custou a esse país não tomar as decisões na época certa”, ponderou o presidente.

Divulgação
Chieko Aoki e Jeanine Pires fazem parte do Conselhão
Chieko Aoki e Jeanine Pires fazem parte do Conselhão

E o Turismo?

A indústria de Viagens e Turismo é transversal e dialoga com os mais diversos setores representados no Conselhão. Mais objetivamente, tem Chieko Aoki e Jeanine Pires como suas representantes diretas. Mas encontrou espaço também na Comissão Temática de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que tem Jeanine Pires como uma das coordenadoras.

Dentro da comissão, como contou Jeanine Pires à PANROTAS, o tema Imagem e Reputação do País, especialmente tendo como meta a COP30, que será realizada no Brasil em 2025, abrigou o Turismo, com o viés da sustentabilidade.

“O Turismo sim gera emprego, renda, divisas, impostos, mas ajuda também a recuperar os patrimônios naturais e a valorizar o patrimônio histórico-cultural, tendo um papel transformador além da economia em si. O Brasil será decisivo para o mundo nos próximos anos com a transformação ecológica, onde o Turismo tem importante participação”, disse Jeanine.

Recomendações do Turismo

"A Amazônia oferece a possibilidade de o Brasil ser o que jamais foi: um país à altura de uma tarefa global. Nunca tínhamos sido chamados a enfrentar um problema dessa dimensão, capaz de afetar a coletividade humana. Agora Somos". João Moreira Sales no livro: Arrabalde, em busca da Amazônia.

O Plano de Transformação Ecológica e a realização da COP 30 são oportunidades únicas e urgentes para que nosso país chegue a um novo paradigma econômico que seja sustentável, justo e inclusivo.

Chegar ao mundo com uma nova imagem que reflete ações reais e protagonismo na agenda climática requer o fortalecimento de cadeias produtivas capazes de valorizar economicamente as riquezas de nossos biomas, a autenticidade de nossas culturas e o povo brasileiro em toda sua diversidade.

Dentre essas atividades destacamos o investimento em Turismo sustentável. Porque com ele não estamos apenas promovendo o crescimento econômico e a geração de emprego, renda e divisas; estamos também reduzindo as desigualdades e reafirmando nosso compromisso com um planeta mais verde e saudável.

O Brasil que estamos construindo será protagonista da agenda climática global e líder em Turismo sustentável.”

Fazem parte da coordenação da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável:

Elbia Gannoum – Presidente da Abeólica - Ass. Bras. Energia Eólica

Fernando Augusto Quintella – Presidente Bom Jardim da Serra Participações. Ex Cosan, Vale, BTG.

Ingrid Barth – Presidente da Abstartups, conselheira do Open Banking com o Banco Central e ex-diretora executiva da Abfintechs.

Jeanine Pires – Diretora da Pires Inteligência em Turismo. Primeira mulher a presidir a Embratur. Foi presidente do Conselho de Turismo da Fecomércio São Paulo e ex-diretora da CVC Corp.

Jeovani Salomão – Fundador e presidente do Conselho de Administração do AYOGroup, fundador e presidente da Memora Processos Inovadores S.A., conselheiro da ORAEX Cloud Consulting.

José Carlos R. Martins – Empresário e engenheiro civil, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Foi vice-presidente sênior da Confederation of Contractors Associations (CICA).

Marina Grossi – Presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

Rodrigo Sabatini – Fundador e Mentor do movimento internacional Juventude Lixo Zero Hoje e presidente do Instituto Lixo Zero Brasil, Diretor da Zero Waste International Alliance.

Além de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, o Conselhão tem as comissões macro de Direito e Democracia, Combate à Desigualdade, Tecnologia e Assuntos Econômicos.

Resultados

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que coordena o colegiado, afirmou que o ano terminou com uma série de expectativas superadas, tanto pelo trabalho consistente realizado de forma voluntária pelos integrantes do Conselhão em mais de 100 reuniões, quanto pelos resultados atingidos pelo país nesses primeiros 12 meses, e que muitos, segundo ele, duvidavam que seria possível.

“O Brasil, depois de sete anos, vai terminar 2023 com três coisas acontecendo ao mesmo tempo, que há sete anos não acontecia nesse país: crescimento econômico de 3%, inflação controlada e desemprego em queda, com a taxa de 7,6%, menos de 8%”, declarou.

O Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) é o colegiado que reúne a sociedade civil para assessorar a Presidência da República na formulação de políticas públicas. Criado em 2003, o Conselhão sempre teve grande importância ao levar demandas da sociedade diretamente ao presidente da República, ajudando na construção de políticas públicas mais eficientes.

Foi recriado em 2023 com o objetivo de retomar um espaço de diálogo entre o Governo Federal e a sociedade brasileira. Programas como o Minha Casa, Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento foram gestados nesse formato.

O Conselhão é presidido pelo presidente Lula e tem como membros o vice-presidente, Geraldo Alckmin, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, que coordena o colegiado, e cidadãos brasileiros de “ilibada conduta” e “reconhecida liderança”.



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