Luiz Felipe Simões   |   16/05/2025 17:29

Accor debate atendimento e construção de experiências para comunidade LGBTI+

Com mediação de Catarina Costa, da Accor, o debate reuniu especialistas do setor e entidades


PANROTAS / Emerson Souza
Catarina Costa, da Accor, o jornalista Bruno Chateaubriand, Cesar Ferragi, da UFScar, Jorge Souza, da Orinter, e Ricardo Gomes, da Câmara de Comércio e Turismo LGBT+
Catarina Costa, da Accor, o jornalista Bruno Chateaubriand, Cesar Ferragi, da UFScar, Jorge Souza, da Orinter, e Ricardo Gomes, da Câmara de Comércio e Turismo LGBT+

O evento “Juntos pela Erradicação da LGBTI+fobia”, realizado pela Accor hoje em São Paulo, também trouxe reflexões sobre a hospitalidade como ferramenta de inclusão. O encontro foi palco de diálogos entre profissionais do Turismo e especialistas que atuam no acolhimento da comunidade LGBTI+ em ambientes de lazer e trabalho.

Com mediação de Catarina Costa, da Accor, o debate reuniu especialistas do setor e representantes de entidades como a Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil para refletir sobre o atendimento respeitoso e a construção de experiências seguras para todos os viajantes.

A inclusão da comunidade LGBTQIA+ no Turismo tem avançado, mas ainda enfrenta desafios, especialmente em relação à segurança, acolhimento e representatividade. Essa é a conclusão de profissionais e especialistas que participaram de um encontro promovido pela Accor em São Paulo.

Segurança e acolhimento como prioridade

Coordenador de pesquisa realizada em parceria com a IGLTA (Associação Internacional de Turismo LGBTQIA+), o professor adjunto do curso de Turismo da UFSCar, Cesar Ferragi, destacou que 87% dos respondentes apontaram a segurança e o acolhimento como fatores decisivos na hora de escolher destinos e acomodações.

“As pessoas não querem viajar tensas. Elas querem relaxar e ser quem são. E quando acolhemos bem, acolhemos não só os membros da comunidade, mas também suas famílias e amigos”, afirmou Ferragi.

Para ele, ainda há um longo caminho a percorrer. “Falta representatividade, faltam serviços e funcionários preparados para atender o público LGBTQIA+. Infelizmente, o trade ainda não está pronto”, concluiu.

Com 35 anos de atuação, a Orinter tem um departamento dedicado ao Turismo LGBTQIA+ e aposta na formação de agentes de viagens preparados para atender esse público. Jorge Souza, que lidera essa frente na operadora, explica que a decisão de criar o núcleo partiu da alta liderança e vem sendo conduzida com foco em autenticidade e empatia.

“Quando oferecemos um produto, não pensamos apenas em festas. Trabalhamos com o agente para que ele saiba o que pode oferecer sem medo. Ele não precisa ter vergonha ou receio de compartilhar publicações e encartes”, afirmou Souza.

Ele também destaca a importância de ouvir a comunidade para criar campanhas reais e representativas. “Na Orinter, temos a sorte de contar com uma equipe composta por quase 95% de profissionais LGBTQIA+ de perfis diversos. Isso nos ajuda a desenvolver ações mais autênticas", complementou o diretor da Orinter.

PANROTAS / Emerson Souza
Ricardo Gomes, da Câmara de Comércio e Turismo LGBT+
Ricardo Gomes, da Câmara de Comércio e Turismo LGBT+

Ricardo Gomes, presidente da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil, por sua vez, reforçou o papel do empreendedorismo como ferramenta de inclusão. “Trabalhamos com a inclusão por meio do empreendedorismo, não apenas no Turismo, mas também em outros setores”, disse.

Ele relembra a parceria firmada com o Ministério do Turismo e a Embratur desde 2018 e destaca projetos de visibilidade como o “São Paulo de Cores”, que nasceu no Rio de Janeiro com a iniciativa “Rio de Cores”. “O objetivo é fazer com que empresas ofereçam diferenciais para o turista LGBTQIA+ durante o mês do orgulho, com ações como mimos e descontos. Em São Paulo, o projeto foi reconhecido com o Prêmio Caio Jacaré de Bronze”, concluiu.

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