Alta do IOF encarece gastos no Exterior: veja o que muda e o que vale mais a pena agora
Entenda como o IOF unificado afeta viagens ao exterior e como economizar no novo cenário

Nesta quinta-feira (22), o governo federal anunciou um aumento na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que passa a ser de 3,5% para diversas operações cambiais. A medida, que entra em vigor nesta sexta-feira (23), visa uniformizar as alíquotas e contribuir para o equilíbrio fiscal, com uma expectativa de arrecadação adicional de R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.
Com o aumento do IOF, os custos de viagens ao exterior tendem a subir. Por exemplo, uma compra de R$ 5 mil no cartão de crédito internacional, que anteriormente teria um IOF de R$ 169 (3,38%), agora terá um imposto de R$ 175 (3,5%). Além disso, a compra de moeda estrangeira em espécie também ficará mais cara. Se antes a alíquota era de 1,1%, agora será de 3,5%, encarecendo a aquisição de dólares, euros e outras moedas .
Entenda quais estratégias de compras valem a pena neste novo cenário.
O que muda com o novo IOF?
A nova alíquota de 3,5% passa a incidir sobre as seguintes operações:
- Cartões de crédito e débito internacionais: anteriormente com alíquota de 3,38%, agora passam a 3,5%.
- Cartões pré-pagos internacionais e cheques de viagem: também ajustados para 3,5%.
- Remessas para contas no exterior: aumentam de 1,1% para 3,5%.
- Compra de moeda estrangeira em espécie: sobe de 1,1% para 3,5%.
- Empréstimos externos de curto prazo (até 364 dias): passam a ter IOF de 3,5% .
O que permanece inalterado?
Após críticas e repercussão negativa, algumas alíquotas foram mantidas:
- Remessas destinadas a investimentos: continuam com IOF de 1,1%.
- Transferências relativas a aplicações de fundos no exterior: permanecem isentas de IOF .
Com o IOF unificado, o que vale mais a pena?
Com o IOF igual para todos os formatos de câmbio, surgem dúvidas sobre o que realmente compensa na hora de gastar no exterior.
1. Ainda vale usar plataformas como Wise e Nomad?
- Antes: essas plataformas eram vantajosas por causa do IOF reduzido (1,1%).
- Agora: com IOF em 3,5%, perdem parte da vantagem, mas ainda oferecem cotações mais próximas do câmbio comercial, além de evitar a variação do dólar entre a compra e a data da fatura do cartão.
- Ponto positivo: o valor da transação é travado no momento da conversão.
- Ponto negativo: é necessário planejar com antecedência.
Conclusão: ainda faz sentido usar Wise, Nomad ou similares, especialmente para quem quer evitar surpresas na fatura.
2. E o cartão de crédito internacional, ainda vale a pena?
- Vantagem: praticidade e possibilidade de acumular pontos ou milhas.
- Desvantagem: a cotação é do dólar turismo + IOF de 3,5% e só é fechada na data de pagamento da fatura, o que pode levar a gastos maiores em períodos de alta do dólar.
Conclusão: Pode valer a pena para quem tem cartão com boas recompensas, mas continua sendo a opção mais cara no geral.
3. Trocar dinheiro em espécie ainda compensa?

- Casas de câmbio trabalham com dólar turismo e cobram taxas administrativas.
- Agora, com IOF de 3,5%, perdeu-se a sua principal vantagem (IOF de 1,1%).
- Apesar disso, é sempre importante levar uma pequena quantia em espécie para emergências.
Conclusão: Trocar dinheiro em espécie deixou de ser a melhor opção, mas pode complementar o planejamento da viagem.
Simulação prática: qual opção sai mais barata?
Simulação: R$ 5.000 convertidos para dólares (cotação: R$ 5,00)
Método | IOF | Câmbio usado | Dólares líquidos |
---|---|---|---|
Wise/Nomad | 3,5% | Câmbio comercial | US$ 970 |
Cartão de crédito | 3,5% | Dólar turismo (~5,20) | US$ 922 |
Papel moeda (espécie) | 3,5% | Dólar turismo (~5,30) | US$ 912 |
Conclusão: Wise e Nomad ainda oferecem melhor custo-benefício, mesmo com IOF maior.
Dicas para economizar com o novo IOF
- Planeje suas compras: evite compras impulsivas no exterior e priorize gastos essenciais.
- Considere alternativas de pagamento: avalie o uso de cartões pré-pagos ou contas digitais internacionais, comparando as taxas e benefícios oferecidos.
- Acompanhe a cotação das moedas: fique atento às variações cambiais e aproveite momentos de baixa para adquirir moeda estrangeira.
- Evite múltiplas conversões: sempre que possível, realize transações na moeda local para evitar taxas adicionais.
Carla Furtado, especial para o Portal PANROTAS.