Da Redação   |   23/05/2025 12:56
Atualizada em 23/05/2025 14:30

Alta do IOF encarece gastos no Exterior: veja o que muda e o que vale mais a pena agora

Entenda como o IOF unificado afeta viagens ao exterior e como economizar no novo cenário


Adam Gault/Getty Images
Uma compra de R$ 5 mil no cartão de crédito internacional, que anteriormente teria um IOF de R$ 169 (3,38%), agora terá um imposto de R$ 175 (3,5%)
Uma compra de R$ 5 mil no cartão de crédito internacional, que anteriormente teria um IOF de R$ 169 (3,38%), agora terá um imposto de R$ 175 (3,5%)

Nesta quinta-feira (22), o governo federal anunciou um aumento na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que passa a ser de 3,5% para diversas operações cambiais. A medida, que entra em vigor nesta sexta-feira (23), visa uniformizar as alíquotas e contribuir para o equilíbrio fiscal, com uma expectativa de arrecadação adicional de R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.

Com o aumento do IOF, os custos de viagens ao exterior tendem a subir. Por exemplo, uma compra de R$ 5 mil no cartão de crédito internacional, que anteriormente teria um IOF de R$ 169 (3,38%), agora terá um imposto de R$ 175 (3,5%). Além disso, a compra de moeda estrangeira em espécie também ficará mais cara. Se antes a alíquota era de 1,1%, agora será de 3,5%, encarecendo a aquisição de dólares, euros e outras moedas .

Entenda quais estratégias de compras valem a pena neste novo cenário.

O que muda com o novo IOF?

A nova alíquota de 3,5% passa a incidir sobre as seguintes operações:

  • Cartões de crédito e débito internacionais: anteriormente com alíquota de 3,38%, agora passam a 3,5%.
  • Cartões pré-pagos internacionais e cheques de viagem: também ajustados para 3,5%.
  • Remessas para contas no exterior: aumentam de 1,1% para 3,5%.
  • Compra de moeda estrangeira em espécie: sobe de 1,1% para 3,5%.
  • Empréstimos externos de curto prazo (até 364 dias): passam a ter IOF de 3,5% .

O que permanece inalterado?

Após críticas e repercussão negativa, algumas alíquotas foram mantidas:

  • Remessas destinadas a investimentos: continuam com IOF de 1,1%.
  • Transferências relativas a aplicações de fundos no exterior: permanecem isentas de IOF .

Com o IOF unificado, o que vale mais a pena?

Com o IOF igual para todos os formatos de câmbio, surgem dúvidas sobre o que realmente compensa na hora de gastar no exterior.

1. Ainda vale usar plataformas como Wise e Nomad?

  • Antes: essas plataformas eram vantajosas por causa do IOF reduzido (1,1%).
  • Agora: com IOF em 3,5%, perdem parte da vantagem, mas ainda oferecem cotações mais próximas do câmbio comercial, além de evitar a variação do dólar entre a compra e a data da fatura do cartão.
  • Ponto positivo: o valor da transação é travado no momento da conversão.
  • Ponto negativo: é necessário planejar com antecedência.

Conclusão: ainda faz sentido usar Wise, Nomad ou similares, especialmente para quem quer evitar surpresas na fatura.

2. E o cartão de crédito internacional, ainda vale a pena?

  • Vantagem: praticidade e possibilidade de acumular pontos ou milhas.
  • Desvantagem: a cotação é do dólar turismo + IOF de 3,5% e só é fechada na data de pagamento da fatura, o que pode levar a gastos maiores em períodos de alta do dólar.

Conclusão: Pode valer a pena para quem tem cartão com boas recompensas, mas continua sendo a opção mais cara no geral.

3. Trocar dinheiro em espécie ainda compensa?

Pixabay
Trocar dinheiro em espécie deixou de ser a melhor opção, mas pode complementar o planejamento da viagem
Trocar dinheiro em espécie deixou de ser a melhor opção, mas pode complementar o planejamento da viagem
  • Casas de câmbio trabalham com dólar turismo e cobram taxas administrativas.
  • Agora, com IOF de 3,5%, perdeu-se a sua principal vantagem (IOF de 1,1%).
  • Apesar disso, é sempre importante levar uma pequena quantia em espécie para emergências.

Conclusão: Trocar dinheiro em espécie deixou de ser a melhor opção, mas pode complementar o planejamento da viagem.

Simulação prática: qual opção sai mais barata?

Simulação: R$ 5.000 convertidos para dólares (cotação: R$ 5,00)

Método
IOF
Câmbio usado
Dólares líquidos
Wise/Nomad
3,5%
Câmbio comercial
US$ 970
Cartão de crédito
3,5%
Dólar turismo (~5,20)
US$ 922
Papel moeda (espécie)
3,5%
Dólar turismo (~5,30)
US$ 912

Conclusão: Wise e Nomad ainda oferecem melhor custo-benefício, mesmo com IOF maior.

Dicas para economizar com o novo IOF

  • Planeje suas compras: evite compras impulsivas no exterior e priorize gastos essenciais.
  • Considere alternativas de pagamento: avalie o uso de cartões pré-pagos ou contas digitais internacionais, comparando as taxas e benefícios oferecidos.
  • Acompanhe a cotação das moedas: fique atento às variações cambiais e aproveite momentos de baixa para adquirir moeda estrangeira.
  • Evite múltiplas conversões: sempre que possível, realize transações na moeda local para evitar taxas adicionais.

Carla Furtado, especial para o Portal PANROTAS.

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