Estudo atesta sucesso do PERSE: geração de empregos no setor dobra média nacional em 2024
Segundo o levantamento, o programa teve papel crucial ao oferecer isenções fiscais e apoio financeiro

A retomada dos setor de eventos e Turismo, impulsionada pelo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE), resultou na geração de empregos formais duas vezes maior que a do restante da economia ao longo de 2024, de acordo com estudo apresentado no Senado Federal.
O estudo revelou ainda que o segmento sofreu uma queda de 40% na receita em 2020, perdeu 1 em cada 5 empregos formais, e concentrou metade dos desligamentos no país durante o auge da pandemia. Mesmo com os avanços recentes, o levantamento conclui que a recuperação plena ainda não foi atingida, reforçando a necessidade de prorrogação e aperfeiçoamento do programa.
O estudo foi encomendado por entidades representativas do setor e elaborado pela Tendências Consultoria. A análise se baseou em dados oficiais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), IBGE, Receita Federal, Banco Central e da Organização Mundial do Turismo (UN Tourism).
Segundo o levantamento, o programa teve papel crucial ao oferecer isenções fiscais, facilitação no pagamento de débitos e apoio financeiro emergencial a empresas do setor cultural, turístico e de entretenimento, altamente fragilizadas pela pandemia. O setor foi um dos últimos a apresentar sinais consistentes de recuperação financeira, com melhorias mais evidentes somente a partir de 2024, conforme dados do Banco Central.

O levantamento revela ainda que a crise enfrentada pelos setores atendidos pelo programa foi desproporcional em comparação com o restante da economia. Em 2020, enquanto o PIB nacional registrava crescimento, a receita dos segmentos beneficiados pelo programa caía drasticamente, e 20% dos empregos formais foram eliminados, contra apenas 1% na média nacional.
“O estudo comprova, com dados objetivos, aquilo que o setor de eventos e Turismo já vinha percebendo na prática: o PERSE foi decisivo para evitar o colapso de milhares de empresas e empregos. Em 2024, as atividades contempladas pelo programa geraram empregos a um ritmo duas vezes superior ao da média da economia brasileira,um sinal claro de que o setor, quando apoiado, tem capacidade de reagir com força, gerar renda, desenvolvimento e inclusão”,
Doreni Caramori Júnior, presidente da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (ABRAPE)
E completa: “Ainda assim, os efeitos da pandemia foram devastadores e seus reflexos ainda estão presentes. Por isso, defendemos uma avaliação comparativa do PERSE com todos os benefícios concedidos pelo país. Essa política pública não é um privilégio, é uma resposta proporcional à crise sem precedentes que atingiu nosso setor. Agora é o momento de consolidar os avanços, corrigir distorções e criar condições para que a cultura, o turismo e o entretenimento sigam contribuindo com a retomada econômica e o desenvolvimento do Brasil.”
Reconhecimento
Outras lideranças também destacaram o papel decisivo do programa para a sobrevivência e reestruturação das atividades:
- FOHB - “A hotelaria demorou para voltar e o PERSE indubitavelmente foi responsável por esse salvamento. Agradecemos a sensibilidade do Congresso quando atendeu essa política pública”, declarou Orlando de Souza, presidente executivo do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).
- SINDEPAT - Pablo Morbis, presidente do Conselho do Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat), reforçou: “Esse é um momento para sensibilizar todos os nossos congressistas para continuarem olhando com bastante carinho para o nosso setor. As políticas públicas e programas de benefício mostram cada vez mais que é possível gerar emprego e fazer a economia crescer.”
- UNEDESTINOS - Para Toni Sando, presidente da União Nacional de CVBx e Entidades de Destinos (Unedestinos), o programa foi essencial: “PERSE da presença, da gratidão, da recuperação fiscal, do desenvolvimento, dos novos investimentos, que foram feitos a partir desse programa.” Thiago Borges, vice-presidente institucional da Resorts Brasil, acrescentou: “A palavra é obrigado e vamos juntos construir outras políticas públicas, novos incentivos para que o setor cresça. E para que a gente possa juntos trazer novos benefícios e cada vez mais empregos para o nosso país.”
Desafios estruturais
No plano internacional, o estudo demonstra que políticas semelhantes foram adotadas por diversos países, em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. Apesar disso, o setor ainda enfrenta desafios estruturais, como os impactos da Reforma Tributária, a competitividade com destinos vizinhos na América do Sul e a segurança pública, que afeta a atratividade turística.
Entre os caminhos para o fortalecimento do setor, o levantamento destaca oportunidades estratégicas para o Brasil, como o protagonismo em fóruns globais (G20, COP, Agenda 2030), uma matriz energética limpa, o potencial natural para ecoturismo e a atratividade crescente do país em um contexto internacional de instabilidade geopolítica.