CNC critica alta de tarifas de importação anunciada pelos EUA e pede diálogo diplomático
Entidade demonstrou preocupação com os impactos econômicos da medida, que classificou como injustificada

A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) se manifestou nesta quarta-feira (9) sobre a decisão do governo dos Estados Unidos de elevar em 50% as tarifas de importação sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Em nota oficial, a entidade demonstrou preocupação com os impactos econômicos da medida, que classificou como "injustificada do ponto de vista econômico".
A elevação tarifária foi comunicada pelo presidente norte-americano Donald Trump em uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No documento, Trump afirma que a decisão é uma resposta à suposta perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que responde a um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Trump também alegou que o Brasil impõe barreiras comerciais excessivas contra produtos norte-americanos, o que, segundo ele, desequilibra a balança comercial entre os dois países.
Em sua nota, a CNC destacou que, nos últimos dez anos, o comércio bilateral gerou superávit de US$ 51 bilhões a favor dos EUA, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Para a confederação, medidas como a anunciada tendem a desestimular a integração econômica global e podem encarecer cadeias produtivas interligadas, afetando o crescimento econômico e o bem-estar das populações envolvidas.
A entidade também reafirmou seu compromisso com a defesa dos interesses dos empresários brasileiros e disse apostar no histórico de relações sólidas entre Brasil e Estados Unidos. A CNC espera que uma solução diplomática seja alcançada "pelas instituições competentes de ambos os países".
Veja a seguir a íntegra do comunicado enviado pela CNC:
"A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) acompanha com preocupação a elevação das tarifas de importação impostas pelo Governo norte-americano, anunciada nesta quarta-feira, 09/07, e prevista para entrar em vigor a partir do dia 1º de agosto.
Tal medida se mostra injustificada do ponto de vista econômico, na medida em que, a relação comercial dos Estados Unidos com o Brasil, somente nos últimos dez anos, apresentou superávits em favor daquele país de 51 bilhões de dólares, de acordo com dados compilados pela Secretaria de Comercio Exterior, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Industria, Comércio e Serviços (MDIC).
A CNC entende que o fortalecimento das relações de comércio exterior contribui para produzir efeitos benéficos para as nações envolvidas, e que medidas que desestimulem a integração econômica global tendem a encarecer cadeias produtivas cada vez mais integradas, produzindo efeitos negativos sobre o crescimento econômico e o bem-estar dos dois países.
Na defesa incessante dos interesses dos empresários, a CNC seguirá apostando no histórico de sólidas relações entre o Brasil e os Estados Unidos, seu segundo maior parceiro comercial, de modo a reverter os impactos potencialmente negativos para as duas economias, na esperança que as instituições competentes de ambos os países encontrem uma saída por meio do diálogo diplomático."