Embratur projeta até 9,1 milhões de turistas estrangeiros em 2025
Bruno Reis projeta até 9,1 milhões de turistas e explica ações segmentadas e uso de influenciadores

O diretor de Marketing, Negócios e Sustentabilidade da Embratur, Bruno Reis, afirmou que o Brasil deve encerrar 2025 com algo entre 8,8 e 9,1 milhões de turistas internacionais, consolidando assim uma marca histórica para o País. A declaração foi feita durante o evento Imaginadora Relevantes, realizado nesta quarta-feira (12), em São Paulo, que reuniu profissionais do Turismo e da comunicação digital.
Reis destacou que o desafio da Agência é manter o crescimento de forma contínua, e não apenas como um pico pontual. "Vencemos a barreira dos 7 milhões, que era um marco importante para nós, e devemos chegar a algo entre 8,8 e 9,1 milhões no final do ano. Nossa luta é para que esses números não sejam um pico deste ano especificamente, mas uma constante", afirmou.
Estratégias segmentadas por mercado
Durante o painel, o executivo explicou que a Embratur vem adotando uma estratégia segmentada por nichos e mercados emissores, com planos específicos para cada região e tipo de produto turístico. Ele citou o Plano Brasis, lançado recentemente, que prevê abordagens diferentes para destinos como Rio de Janeiro, Acre, Amazonas e Pantanal, por exemplo.
"Não existe uma única estratégia para vender o Brasil. A forma de promover o Rio é diferente da de promover o Pantanal. Cada mercado exige uma linguagem e uma oferta adequadas às suas características"
Bruno Reis, diretor de Marketing, Negócios e Sustentabilidade da Embratur
Caso Pantanal e nichos de influência
Reis apresentou como exemplo o trabalho de reposicionamento do Pantanal no Exterior. Segundo ele, a Embratur identificou que a comunicação tradicional - centrada em aspectos institucionais ou técnicos - não gerava engajamento suficiente.

"Quando analisamos o motivo pelo qual nunca conseguimos vender o Pantanal de forma mais assertiva, percebemos que o problema estava na linguagem. Em vez de falar que é um produto da UNESCO ou uma planície alagada, passamos a apresentar como um 'safari' para observar fauna e flora únicas, como a onça-pintada. É isso que o público estrangeiro procura"
Bruno Reis, diretor de Marketing, Negócios e Sustentabilidade da Embratur
A partir desse diagnóstico, a Agência mapeou operadores de Turismo e influenciadores especializados em mercados estratégicos, como o Reino Unido. "Descobrimos que muitos britânicos decidem fazer um safari na África, por exemplo, atraídos pelo trabalho de uma jovem fotógrafa, autoridade no tema. Então, trouxemos essa mesma influenciadora para o Pantanal", contou lembrando da tática de identificar uma tendência de influência e trabalhar essa influência com destinos nacionais.
O modelo vem sendo replicado em outros segmentos, como o kitesurfe no Nordeste. "Quem define o destino do kitesurfista europeu é o chamado 'kite leader', um influenciador que dita o melhor vento e a praia ideal. Em vez de investir em treinamento para agentes de viagem alemães, fomos direto a esse público, com quem de fato precisamos dialogar", explicou.
Imagem institucional e comunicação direta
Reis também defendeu a importância de aproximar a imagem do governo do público e comunicar de forma mais direta. "Tirar essa imagem de governo quadrado e distante também é nosso papel. Precisamos respeitar as particularidades de cada mercado e falar a linguagem de quem viaja”, afirmou.
Ao final, o diretor ressaltou que muito do seu trabalho e do seu time na Embratur consiste em combinar análise de concorrência, marketing segmentado e uso de influenciadores estratégicos para consolidar o País como destino competitivo e sustentável no cenário internacional.