Divulgação/WTTC

ROMA - O Global Summit 2025 do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) de 2025 começou oficialmente em Roma, com reuniões pré-agenda oficial e uma breve coletiva de imprensa, que contou com a presença da CEO interina do WTTC, Gloria Guevara, que substitui Julia Simpson, do chairman do WTTC, Greg O’Hara, que passa o posto para Manfredi Lefevbre, da ministra do Turismo da Itália, Daniela Santanchè, e da presidente do Enit, Ivana Jelinic.

Guevara destacou alguns temas cruciais que serão debatidos nos dois dias de plenária do evento, mas disse que o mais importante é que todos trabalhem juntos. Ela deu o exemplo das questões de segurança na entrada nos países, que deve estar aliada a processos amigáveis para os visitantes. “Isso é um trabalho que depende de muitos lados e por isso é imprescindível que todos trabalhem juntos para que segurança e boas-vindas caminhem lado a lado”, exemplificou.

Mas não se furtou de listar algumas prioridades que precisam e irão ser debatidas nos próximos dias:

• Inteligência Artificial e a regulamentação de seu uso e benefícios para maior eficiência e menores custos
• O alto preço de alguns destinos, por conta da alta demanda, o que mostra a necessidade de produtos midscale e diversidade de destino
• Overtourism
• E as questões geopolíticas.

Turistas demais na Itália?

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Sobre o excesso de turistas em algumas regiões, como Roma e Veneza, na Itália, a ministra Daniela Santanchè preferiu olhar para a metade cheia do copo.

Segundo ela, 75% dos turistas que visitam a Itália concentram seus roteiros em 4% do território italiano. Isso significa, em sua lógica, que 96% dos destinos italianos sofrem na verdade de undertourism, falta de turistas.

De acordo com a ministra, muitos países sofrem do mesmo problema e o desafio do Turismo atualmente é fazer com que o viajante descubra outros destinos da Itália e outros países do mundo que têm ótimas histórias para contar.

Sobre o overtourism nesses 4% de destinos italianos, ela não deu detalhes do que pode ser feito, mas os participantes puderam ver de perto a quantidade de turistas na capital da Itália, abarrotando pontos turísticos como a Fontana di Trevi e a Praça de São Pedro. Que a Itália, um dos países mais fascinantes e deslumbrantes do mundo, merece todo esse sucesso, ninguém duvida. Mas a experiência do visitante (e dos moradores) acaba sendo atrapalhada pelo overtourism, seja com trânsito pior, falta de carros de aplicativo ou táxis nos horários de pico e, coo mencionado, preços acima da média.

Será com certeza uma discussão interessante no Summit Global, mas o chairman Greg O’Hara, canadense morador de Milão há cinco anos, deu uma luz sobre o que pode ser feito.

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“Uma das soluções é colocarmos mais voos para essas cidades ainda pouco visitadas”, disse, citando o exemplo de Bari e da Sicília, que ganharam mais voos de Nova York e estão vendo seu Turismo internacional crescer. “Você pode passar dez dias na Sicília e não irá ver tudo o que essa bela região tem a oferecer. Tenho certeza que a Sicília vai ser o grande destino italiano nos próximos anos e temos de aumentar o acesso a outras cidades da Itália e do mundo, para diminuir o overtourism nas cidades mais acessíveis e espalhar melhor esses visitantes.” Ele ainda citou que Olbia, na Sardenha, em breve ganhará voos de Nova York, dentro dessa lógica de descentralização do Turismo via acessibilidade aérea.

A presidente do Enit, Ivana Jelinic, ressaltou que a Itália não quer mais falar sobre overtourism e sim desenvolver o Turismo em quantidade adequada de visitantes para que as comunidades italianas se desenvolvam.

A ministra Daniela encerrou seu breve discurso dizendo que o Turismo pode ser a ponte para a paz nesse momento do mundo.

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Luxo e esportes

Manfredi Lefebvre, o italiano que por anos comandou a Silversea, antes de vendê-la para a Royal Caribbean, e que hoje lidera a Abercrombie & Kent e a Crystal Cruises, entre outras empresas, destacou a liderança da Itália no Turismo e no segmento de viagens de luxo, com investimentos bilionários (mais de €11,4 bilhões em 2024 e € 12 bilhões este ano) e uma oferta diversificada.

Segundo ele, o atual momento de incertezas no mundo pode diminuir o ritmo de crescimento do Turismo, mas queda não haverá. As pessoas estão com mais tempo livre, viajar é uma prioridade e a indústria precisa responder a esse anseio da melhor forma.

Ele destacou o crescimento do fashion tourism (Turismo de moda) e do Turismo esportivo na Itália, que receberá os Jogos Olímpicos de Inverno, em 2026 (Milão e Cortina d’Ampezzo) e a Americas Cups (2027, Nápoles). Segundo ele, o evento pode transformar Nápoles diante do mundo. Ele agradeceu ao empenho de Pierfrancesco Vago, presente ao evento, e sua MSC por essa conquista da Americas Cup e se disse otimista com o que vem por aí na Itália e no mundo.

Próximos passos

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Durante o Summit 2025, o WTTC também lançará seus relatórios mais recentes, incluindo o "Futuro da Força de Trabalho em Viagens e Turismo", que destaca como governos, empresas e educadores podem trabalhar juntos para se preparar para o futuro, e sua Pesquisa Ambiental e de Impacto de 2025.

“Ao recebermos hoje a Cúpula Global do WTTC em Roma, a Itália não só apresenta um próspero setor de Viagens e Turismo, que deverá contribuir com mais de € 237 bilhões para a economia este ano, como também demonstra uma verdadeira liderança global”, disse Gloria Guevara.

“Desde a realização da histórica Reunião de ministros do Turismo do G7 no ano passado até a recepção ao mundo novamente esta semana, a Itália está estabelecendo um padrão de como o Turismo pode impulsionar economias, criar empregos e inspirar a colaboração global.”

Itália em destaque

A Itália está vivendo um momento marcante no cenário mundial. De acordo com o relatório Impacto Econômico 2025: Tendências Globais do WTTC, a Itália deverá permanecer entre os dez mercados de Viagens e Turismo mais poderosos do mundo.

Os gastos com viagens corporativas atingiram € 28,4 bilhões em 2024, colocando a Itália em 7º lugar no ranking global, um aumento de 18% em relação aos níveis pré-pandemia.

Viagens e Turismo também estão criando oportunidades reais para os jovens, com 9,2% dos empregos diretos na Itália ocupados por trabalhadores com menos de 25 anos, quase o dobro de sua participação na economia em geral, destacando o papel do setor como um empregador vital para a próxima geração da Itália.

A contribuição do setor para o PIB deverá aumentar para € 237,4 bilhões em 2025, ante € 228,5 bilhões no ano passado, mantendo a Itália firmemente entre as 10 maiores do mundo. A expectativa é de que o emprego cresça para 3,2 milhões de empregos, enquanto os gastos de visitantes internacionais deverão ultrapassar € 60 bilhões este ano, garantindo a posição da Itália entre os seis principais destinos do mundo para gastos de visitantes internacionais.

A confiança dos investidores também está aumentando, com € 11,4 bilhões em investimentos de capital registrados em 2024, com previsão de aumento para € 12 bilhões em 2025, impulsionando a próxima geração de crescimento do setor a longo prazo.

A PANROTAS viaja a convite do WTTC, com proteção GTA