Turismo de neve no Brasil ganha força com ExpoSKI e novos mercados
Feira busca proporcionar resultados rápidos, conexões de qualidade e relacionamentos duradouros

Se a melhor maneira de as agências de viagens se diferenciarem da concorrência direta e das grandes OTAs é com especialização e nicho, a ExpoSKI é uma ferramenta poderosa para os profissionais venderem esta que é uma das modalidades mais dependentes da venda consultiva no Brasil: o Turismo de neve.
Com o seu pioneirismo no segmento, a ExpoSKI além de capacitar os agentes de viagens e conectá-los com fornecedores especializados, impulsiona as vendas de neve no Brasil. Segundo a organizadora Adriana Boischio, a cada edição concluída uma pesquisa é feita para entender o impacto das reuniões de negócios: "claramente podemos ver que os fornecedores que investiram no mercado brasileiro por meio da ExpoSKI notaram alta no número e no tempo de permanência de brasileiros".
"O relacionamento das agências com os fornecedores continua, não acaba após a feira, e isso gera vendas maiores. O período escolhido para a realização da ExpoSKI, em setembro, é estratégico, pois já dá retorno para a próxima temporada de inverno no hemisfério norte. O agente estando aqui, está apto a vender as viagens para janeiro e fevereiro do ano que vem"
Adriana Boischio, organizadora da ExpoSKI
Temporada de esqui na França
Um exemplo é na França: de 2019 a 2025, o número de brasileiros cresceu 140% nas estações de esqui do País. Segundo Éric Bonnel, diretor de Val Thorens, os resultados positivos passam principalmente por uma promoção no Brasil.
"A ExpoSKI tem papel importante nisso. Participamos da feira desde a primeira edição e aqui temos um maior contato com operadoras e agências de todo o Brasil. Mas para além disso, também fazemos um trabalho de visitação a outras agências: neste ano fui ao Centro-Oeste, ano passado ao Sul do Brasil, divulgando Val Thorens", explica.
Conexões de qualidade

Para obter todo esse êxito, a filtragem de buyers e suppliers é um papel fundamental para a feira. "Por exemplo, quando recebemos uma inscrição de uma agência que não vende neve ainda, mas que tem muito potencial, nós entramos em contato para que ela participe como visitante, conheça mais do segmento ouvindo os workshops, participando dos momentos de networking. Então, no ano seguinte, ela vai sentar para as reuniões e conseguir uma conversa mais interessante com os fornecedores", aponta Adriana.
Outro papel da organização também é trabalhar para diversificar os buyers. "Isso porque as montanhas que vêm até aqui não querem se conectar apenas com compradores de São Paulo", explica, acrescentando que 40% das agências participantes são de fora de São Paulo.
Mais compradores, mais fornecedores, mais suporte

A ExpoSKI está trabalhando também para receber cada vez mais fornecedores. O futuro da feira passa em captar novos destinos e serviços para apresentar aos agentes.
Em 2025, 40% dos expositores são novos, enquanto 60% já participaram no ano anterior ou em algum outro. Neste ano, a novidade é a Itália, que está começando a trabalhar com mais afinco as suas montanhas no Brasil. "Tem público para todo mundo, não precisamos tirar turistas de um para colocar em outro. Estamos, na verdade, aumentando o número de pessoas que viajam. A Itália, por exemplo, está vendo o potencial do mercado após observar um crescimento de brasileiros na França", explica Adriana.
Além disso, a ExpoSKI também trabalha para crescer não apenas em números de participantes, mas em termos de plataforma. "Queremos oferecer mais serviços para os expositores e compradores, fazendo com que estar aqui seja um atestado de qualidade, um selo que credencia a pessoa a vender melhor os destinos de neve", aponta.
Cresce a feira, cresce o mercado
Para Adriana, o mercado é um sintoma de como as vendas para a neve têm crescido no Brasil. Ao observar grandes operadoras nos últimos anos, há um aumento no investimento em departamentos específicos para atender este público, como é o caso da Kangaroo Tours e da Queensberry, ambas estreantes na feira.
"Esperamos que outras operadoras sigam com esse movimento, que é muito pós-pandemia, desde 2021/2022 vemos esse interesse crescer no Turismo de neve", aponta.
Destinos presentes na ExpoSKI apresentam esses dados. O Turismo de Andorra, representado na feira por Jordi Haro, destaca o aumento de brasileiros nos últimos anos, impulsionado também pela busca por novos destinos e pela combinação - no caso de Andorra - com Barcelona, na Espanha. A Itália está investindo no Brasil e em outros mercados buscando crescer o volume de turistas, que tem se recuperado pós-pandemia. Barbara Oristânio, da Enit, destacou esses números: De 2023 para 2024, as viagens para as montanhas italianas tiveram uma variação positiva de 10,1% entre viajantes estrangeiros.