Rodrigo Vieira   |   22/07/2021 12:01

Oferta de carros está abaixo da demanda das locadoras

Mais de 400 mil veículos deixarão de ser vendidos para locadoras em 2021, projeta ABLA


Pixabay/Divulgação Abla
Projeções da ABLA apontam que faltará veículos para comprar em 2021
Projeções da ABLA apontam que faltará veículos para comprar em 2021
Mais de 400 mil veículos deixarão de ser vendidos para locadoras em 2021, projeta a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA). Os dados da entidade apontam que as empresas do setor poderiam comprar 800 mil veículos neste ano, mas no máximo 50% deste potencial poderá ser aproveitado, com compras entre 380 mil e 400 mil automóveis e comerciais leves.

O presidente do Conselho Nacional da ABLA, Paulo Miguel Junior, ressalta que a indústria automotiva também enfrenta obstáculos como a redução de insumos e até mesmo interrupção da produção por parte das montadoras.

Divulgação
Paulo Miguel Junior, presidente do Conselho da Abla
Paulo Miguel Junior, presidente do Conselho da Abla

Conforme a projeção da ABLA, levando em consideração que o preço médio dos veículos comprados por locadoras gira em torno de R$ 60 mil, o investimento anual que deixará de ser feito neste ano será superior a R$ 22 bilhões. "A queda é impactante frente ao total de carros que o setor iria comprar, não fossem as consequências dessa pandemia", diz Miguel Junior.

As novas projeções da entidade que representa as locadoras vão ao encontro das estatísticas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Em junho, foram quase 167 mil unidades produzidas, o que representou retração de 13,4% em relação ao mês de maio.

"É uma produção quase 70% acima daquela verificada no mesmo período do ano passado, mas é preciso lembrar que em abril, maio e junho de 2020 passamos pelo auge das medidas de isolamento", avalia Miguel Junior.

ESTÁ FALTANDO CARRO
Ainda de acordo com o presidente da ABLA, a realidade da indústria automotiva no mundo, não apenas no Brasil, "é a de que as montadoras não têm carros para entregar". A falta de insumos, principalmente de chips, "ainda pode piorar se pensarmos na concorrência com o setor de eletrônicos, que demanda ainda mais semicondutores no segundo semestre. Nossa expectativa é que o mercado de veículos só volte à normalidade em 2022".

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