Marcos Martins   |   24/04/2018 15:29

Confira dicas essenciais para entrar no mercado de viagens LGBT

Vice-presidente da Câmara LGBT reúne boas práticas para quem deseja entrar no nicho


Jhonatan Soares
Vice-presidente da Câmara LGBT do Brasil e diretor operacional da MH Tour, Marcelo Michieletto, reúne dicas para o trade
Vice-presidente da Câmara LGBT do Brasil e diretor operacional da MH Tour, Marcelo Michieletto, reúne dicas para o trade
O número de viajantes LGBT cresce a cada ano e, segundo levantamento recente do aplicativo Grindr, o poder de compra global da comunidade gay está acima dos US$ 5 trilhões, em que boa parte desta quantia é gasta em viagens e experiências. De olho na oportunidade de negócio, várias agências e operadoras estão em busca de métodos para entrar de maneira responsável nesse mercado.

Durante a segunda Conferência da Diversidade e Turismo LGBT, em São Paulo, o vice-presidente da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil, Marcelo Michieletto, deu dicas valiosas para quem deseja comercializar os produtos LGBT. O executivo também é diretor operacional na operadora MH Tour, que abraçou de vez a causa.

A empresa passou cerca de um ano estudando o mercado e marcando presença em eventos, já que o Brasil não possui base de dados em relação à perfil e desejos. Além disso, a MH Tour desenvolveu um ramo chamado Viaje entre Iguais com atendimento focado no público LGBT, onde os consultores passaram por treinamentos específicos.

“O mercado brasileiro tem que ser bastante adaptado porque o que fazem lá fora não funciona no Brasil por questões de cultura e política. Temos que levar vários aspectos em consideração, incluindo idade e foco de viagem”, explica Michieletto, que destacou negativamente a falta de informação e instrução do mercado e as empresas que resolvem apostar no nicho baseiam-se em estudos estrangeiros, que na maioria das vezes têm realidades diferentes.

“LGBT não é um segmento, mas sim um público. E dentro desse público existem segmentos. Muitas agências nos procuram e têm dificuldade de entender isso. É necessário saber qual público dentro dos LGBT se deseja atingir, se são gays, lésbicas, viagens românticas, entre outros”, argumenta.

As oportunidades para a comunidade gay incluem produtos de luxo, ecoturismo, lua de mel, casamentos, enoturismo, cruzeiros, além dos tradicionais eventos temáticos. Uma preocupação, segundo o executivo, deve ser direcionada à escolha dos fornecedores, que nem sempre possuem boa comunicação ao tratar do assunto e já deixam, de cara, uma imagem negativa para os clientes.

“O trabalho não vai funcionar se a intenção é apenas a venda. É necessário se engajar, conhecer o cliente e garantir a segurança dele, de uma forma que ajude a comunidade, promovendo igualdade e não o preconceito. É algo que deve estar enraizado na empresa”, finaliza.

Uma das preocupações da indústria este ano é com a Copa da Rússia, já que o país é bastante rígido e até combate causas LGBT que já são conquistas em outros destinos. Muitos torcedores LGBT estão receosos ou desistiram da viagem para assistir à Copa na Rússia. A escolha de um destino no mínimo amigável e tolerante é essencial na hora de programar uma viagem para esse público.

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