Da Redação   |   27/09/2023 09:08

CEO da Europamundo fala da importância do setor no Dia Mundial do Turismo

Em artigo, Alejandro de la Osa aborda sustentabilidade, antecipação e os benefícios de viajar

Divulgação
Alejandro de la Osa, da Europamundo
Alejandro de la Osa, da Europamundo

*Por Alejandro de la Osa

Balancear Turismo e desenvolvimento social é missão das empresas turísticas

"Uma das grandes fortalezas do ser humano, fator importante de comunicação entre as sociedades, ferramenta valiosa para transformar o mundo: o Turismo tem um valor que vai muito além do próprio negócio e que se tornou ainda maior quando nos foi negado durante o período de restrições aos deslocamentos.

Três anos depois, o planeta está prestes a viver o primeiro dia dedicado a essa atividade depois do anúncio do fim da emergência global, o que traz uma aura ainda mais especial para o próximo 27 de setembro. A atividade turística vem retomando, aos poucos, os resultados obtidos em 2019 e reforçando sua vocação de elemento transformador de pessoas e de sociedades.

É a vontade de viajar que abre nossos olhos e mentes para outras culturas, nos traz conhecimento e diversão, e nos torna mais tolerantes com o que antes achávamos ser diferente. Se uma tribo da África pudesse passar mais tempo com uma tribo vizinha conseguiria perceber que elas não são tão distintas assim. Isso vale para uma nação em qualquer ponto do mundo: é o contato constante que destaca as semelhanças e afasta as diferenças. Essa vivência é uma forma fantástica de fazer o mundo um pouquinho melhor porque espalha as características de cada povo pelo mundo ao mesmo tempo em que oferece conhecimento em relação aos locais visitados àqueles que viajam.

Esse intercâmbio se torna ainda mais importante em um momento que as sociedades vivem de forma isolada e com tendência de se distanciar cada vez mais. O Turismo ajuda a percorrer o caminho contrário e, além de unir os povos, pode melhorar o cotidiano daqueles que moram em seu entorno. Comunidades que vivem em locais mais isolados se beneficiam das renovações em termos de estrutura e acesso que o Turismo promove, o que lhes traz uma mudança significativa em qualidade de vida. Entretanto, é preciso ter equilíbrio nessa equação e eu acredito que balancear Turismo e desenvolvimento social, trazendo os benefícios necessários às duas pontas, seja a missão das companhias turísticas do mundo inteiro.

Temos a obrigação de buscar formas de equilibrar o negócio, a evolução turística e a sustentabilidade no longo prazo, tanto em comunidades distantes, quanto em grandes cidades europeias e outros destinos globais. Ninguém pode frear o desejo do ser humano por viajar, mas é preciso balancear o consumo massivo para não destruir os ativos e saturar as comunidades. Ser responsável em planejar e respeitar a quantidade de passageiros que cada destino comporta é possível e deve estar na estratégia de empresas que trabalham com a promoção turística. Alguns destinos têm formas de autorregulação, como a ilha grega de Mikonos que aumenta o valor da estada durante a alta temporada. Essa forma de limitar que abre espaço somente para aqueles que podem pagar por uma diária mais cara, entretanto, gera debates em relação à moralidade.

Uma forma mais adequada de limitação que vem sendo tomada por alguns destinos, na minha avaliação, é fixar um número máximo de entradas por dia. Os ingressos para os atrativos e monumentos são vendidos por antecedência, o que requer planejamento do viajante. É preciso criar nele a mesma cultura que já existe para a compra de ingressos para espetáculos musicais. Se alguém quer ver um grande show, sabe que é preciso adquirir a entrada muitos meses antes. Por que não fazer o mesmo para visitar a Coliseu, em Roma, ou o Museu de Alhambra, em Granada?

Esse movimento global de comprar com antecipação para garantir lugar tem se tornado realidade em diversos segmentos. Mais do que satisfazer um desejo do consumidor, ele também ajuda a garantir os melhores preços – temos de lembrar que a Europa não teve inflação por muitos anos, mas agora tem – e é uma ferramenta eficaz de planejamento para operadores turísticos e destinos. Quanto maior for a capacidade de previsão, melhor será a qualidade do serviço e menor o impacto para a comunidade local.

O fato é que ao cumprirem sua missão, equilibrando o crescimento da indústria com o desenvolvimento social, as empresas turísticas terão o melhor resultado possível: ganha o passageiro, a empresa e o planeta. E neste Dia Mundial do Turismo, este é o nosso desejo, que o ganho seja, de fato, coletivo e transformador."

*Alejandro de la Osa é CEO da Europamundo

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