Beatrice Teizen   |   26/09/2025 19:49
Atualizada em 26/09/2025 19:50

Experience USA: operadoras mostram impacto da Copa do Mundo na procura por viagens aos EUA

Empresas expositoras falaram também sobre a procura do destino mesmo com as mudanças referente ao visto


PANROTAS / Emerson Souza
Experience USA reuniu 28 expositores, entre eles, dez operadoras brasileiras
Experience USA reuniu 28 expositores, entre eles, dez operadoras brasileiras

O Experience USA 2025, antigo Visit USA, reuniu 28 expositores e mais de 400 agentes de viagens no Tivoli Mofarrej, em São Paulo, nesta sexta-feira (26), para a primeira edição sob o novo nome.

O intuito desta repaginação, segundo a especialista em Turismo do Consulado dos EUA, Emanuelle de Nadal Luz, é que os turistas brasileiros não somente visitem os Estados Unidos, mas realmente vivam experiências memoráveis no destino.

E o país terá um ano de 2026 especial, com muitos eventos e celebrações acontecendo, entre elas, a principal: a Copa do Mundo de Futebol. Serão onze cidades estadunidenses recebendo os jogos, lotando hotéis, estimulando gastos com gastronomia, compras e atrações internacionais.

Para saber como está a procura pelo campeonato mundial e como está a demanda como um todo pelos EUA – que passa por uma série de mudanças em relação ao processo de obtenção de visto, entre outras questões –, conversamos com as operadoras brasileiras expositoras no evento.

Confira a seguir.

Abreu – Felipe Cuadrado

PANROTAS / Emerson Souza
Felipe Cuadrado, da Abreu
Felipe Cuadrado, da Abreu

“A Copa do Mundo nos EUA já desperta muito interesse, temos promovido e trabalhado o período intensamente. Hoje vemos muitas cotações e orçamentos, especialmente de grupos e até de motorhomes, que devem ser tendência forte no próximo ano. A expectativa é que, após o anúncio das cidades-sede e das bases das seleções em dezembro, principalmente da brasileira, a demanda acelere ainda mais. Já estamos preparados com produtos para destinos como Dallas, Miami e São Francisco, que têm vida turística o ano todo e ganharão ainda mais relevância com o evento.

O brasileiro, mesmo diante de instabilidades – seja cambial ou de regras de visto –, continua viajando ao país. Ele tende a esperar uma definição para retomar as reservas, mas sempre volta com força. Por isso, acreditamos em um crescimento muito positivo da procura pelos Estados Unidos em 2026, tanto durante a Copa quanto ao longo de todo o ano.”

CVC – Paulo Biondo

PANROTAS / Emerson Souza
Paulo Biondo, da CVC
Paulo Biondo, da CVC

“Os Estados Unidos seguem sendo nosso destino internacional mais vendido, embora hoje com uma distância menor em relação a outros países que vêm crescendo muito. Em relação à Copa do Mundo, ainda temos projetos em aprovação, que vamos anunciar em breve, mas já trabalhamos com todas as marcas da CVC Corp para estimular conteúdos das cidades que vão receber jogos.

Acredito que será uma Copa diferente, porque, apesar dos altos custos em destinos como Miami, há muitas opções de hospedagem em cidades vizinhas, a poucas horas de carro, o que dará mais flexibilidade ao viajante.

Outro ponto importante foi a suspensão da taxa extra do visto, uma notícia que trouxe alívio imediato e já gerou um impacto positivo nas vendas para os EUA.”

Diversa – Ewerton Baeta e Phillip Salomon

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Ewerton Baeta e Phillip Salomon, da Diversa
Ewerton Baeta e Phillip Salomon, da Diversa

"Nós estamos apostando em motorhomes para fazer as cidades da Copa do Mundo, passando por Atlanta, Miami, Kansas City, e teremos pacotes já com o ingresso para os jogos do Brasil. Apesar de ter outros países, nosso foco principal será Estados Unidos, até por ter mais cidades sede que México e Canadá.

Para a Copa do Mundo nós não esperamos que a demanda de Estados Unidos caia, até porque a maioria desse público já tem visto, passaporte, e por não ser uma viagem muito acessível, valores acabam não afetando muito. Mesmo assim, na Diversa num geral, a gente sente uma queda, daquelas famílias que queriam ir à Flórida, por exemplo, aí as questões externas começam a afetar."

Frt – José Feitosa

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José Feitosa e Gabriela Tavares, da Frt
José Feitosa e Gabriela Tavares, da Frt

"O brasileiro ama os Estados Unidos. Quem já tem o passaporte e o visto, não deixa de viajar. O câmbio atrapalha a classe média e abaixo, então, para Copa do Mundo, o câmbio e a política acabam não afetando.

Os EUA são um mercado consolidado. Por isso a Frt segue apostando no destino, com pacotes que abrangem ou não a Copa do Mundo. No torneio teremos produtos que abrangem a semifinal e final do torneio, com as cidades de Dallas, Nova York e Atlanta."

HotelDO – Lia Somavilla

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Vitor Novalis e Lia Somavilla, da HotelDO
Vitor Novalis e Lia Somavilla, da HotelDO

"Nós sentimos uma queda para o destino, como todo o mercado e as operadoras, mas sinto que voltou a crescer a procura, tem tido bastante conversa. O brasileiro gosta de viajar para os Estados Unidos, então acredito que a demanda deve voltar a aumentar.

Na HotelDO, nosso carro-chefe é Orlando e estamos no Experience USA trabalhando para aumentar cada vez mais nossas opções de produtos e nosso portfólio. Para a Copa do Mundo também estamos bem preparados, podendo atender o passageiro na hotelaria, transfer, aluguel de carros e outros produtos que precisar pelos Estados Unidos."

Orinter – Jorge Souza e Cilene Baldassin

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Jorge Souza e Cilene Baldassin, da Orinter
Jorge Souza e Cilene Baldassin, da Orinter

“A Copa do Mundo é um evento que naturalmente atrai o brasileiro, e com o futebol não seria diferente. Vemos esse boom se refletindo na procura pelos Estados Unidos, um destino que já está entre os mais vendidos da Orinter e que deve crescer ainda mais em 2026. Este ano realizamos o Summit Orinter USA, focado em esporte, justamente porque acreditamos nesse potencial de alavancar vendas a partir de grandes eventos esportivos.

A suspensão da taxa extra de visto também foi um fator positivo. O Brasil é um dos principais emissores de turistas para os EUA, e a tendência é de que esse movimento se intensifique com a Copa, reforçando a relevância do país como destino internacional.”

RCA – Fernando Nobre

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Raphael Silva e Fernando Nobre, da RCA
Raphael Silva e Fernando Nobre, da RCA

"A RCA é uma operadora referência nos Estados Unidos, principalmente na Flórida, operadora seleta Disney. Então é o nosso DNA, com 60% do nosso movimento sendo o destino EUA, e a tendência para o ano que vem a gente acha que vai ser positiva. Não dá para saber por conta do cenário atual, político, econômico, mas o valor está caindo, isso ajuda bastante.

O consulado também está tentando ajudar a tirar a taxa que seria implementada no visto. Ainda não sentimos uma demanda para Copa do Mundo, mas esperamos um crescimento na venda de hotelaria e de passagem aérea, e ainda seguimos investindo nos nossos grupos, para Orlando e Nova York, no ano que vem."

TBO – Suellen Bandeira

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Suellen Bandeira, da TBO
Suellen Bandeira, da TBO

“Para a Copa do Mundo ainda não temos nada específico, mas os Estados Unidos seguem entre nossos principais destinos de vendas, com destaque para Miami, Orlando e Nova York. A procura continua muito forte, mesmo diante das discussões sobre visto e regras de entrada, e isso tem nos permitido crescer na contratação direta e oferecer benefícios exclusivos em nossos produtos Platinum, como upgrades, early check-in, late check-out e isenção de taxas em alguns hotéis.

Setembro, inclusive, já caminha para ser o melhor mês da história da TBO em vendas para os EUA, o que mostra que a demanda do brasileiro pelo destino permanece aquecida e consistente.”

Trend – Vilma Sanches e Andressa Justus

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Vilma Sanches e Andressa Justus, da Trend
Vilma Sanches e Andressa Justus, da Trend

“Os Estados Unidos seguem como nosso destino número 1, com Orlando, Nova York e Las Vegas à frente, além de Boston com destaque no corporativo. Para lazer, a demanda por Orlando continua muito forte, até porque é um destino de repetição: o cliente já tem o visto e aproveita inclusive a queda recente no preço das passagens aéreas. Já quem precisa emitir o visto pela primeira vez encontra mais dificuldade.

No corporativo, o movimento é ainda mais sólido. Esse viajante não deixa de ir por questões políticas ou variação cambial – só se realmente não conseguir o visto. Por isso, temos registrado crescimento no destino como um todo, sem quedas significativas, mesmo diante das instabilidades.”

Visual – Diego Moura

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Carla Trombini e Diego Moura, da Visual
Carla Trombini e Diego Moura, da Visual

"A Visual está trabalhando com os pacotes de Copa do Mundo e Estados Unidos no geral, e apostando na opção de motorhome para adequar toda a família. Nossos pacotes também abrangem o México, com jogos que passam por Cidade do México, Houston e Dallas, e outros com São Francisco e Los Angeles."


* Por Beatrice Teizen e Laura Enchioglo

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Sobre o autor

Jornalista formada pela PUC-SP, com experiência em redações como Forbes Brasil e Agora São Paulo, além de colaborações para CNN Brasil e UOL. Entrou na PANROTAS em 2017, com foco especialmente no PANROTAS Corporativo, e, desde 2021, atua como coordenadora de Redação