Victor Fernandes   |   16/05/2022 11:09
Atualizada em 17/05/2022 13:12

Criação do Grupo Abra foi estratégica, diz Carlos Prado

Para o CEO do Grupo Tour House, a união de Gol e Avianca ocorre devido ao momento pós-pandemia

Guto Marcondes
Carlos Prado, CEO do Grupo Tour House
Carlos Prado, CEO do Grupo Tour House
Na última quarta-feira (11), a brasileira Gol e a colombiana Avianca anunciaram, por meio dos acionistas controladores das empresas, a criação do Grupo Abra, holding que reunirá as duas empresas. O acordo ainda conta com mais duas companhias aéreas: Viva Air e Sky Airline. Para Carlos Prado, CEO do Grupo Tour House, a ação se tratou de uma "decisão estratégica" que levou em consideração o cenário pós-pandemia na América Latina, região em que os governos não prestaram ajuda às aéreas e ainda estão realizando "medidas contra produtivas", como a gratuidade no transporte de bagagens no Brasil.

Confira abaixo o artigo completo de Carlos Prado, CEO do Grupo Tour House.

"Boas-vindas ao Grupo Abra!

Embora muito recente – anúncio ocorreu no último dia 11, a criação da holding Abra, entre as companhias aéreas Avianca e Gol, acrescenta boas perspectivas para o fortalecimento do Turismo, no seu todo. Mais que a movimentação em si, que inclui participação da Viva e da Sky Line, fica evidenciado que o tabuleiro do modal aéreo ganha nova configuração.

Tudo leva a crer que se tratou de uma decisão estratégica, no cenário pós-pandemia, para injetar musculatura e poder de fogo às aéreas integrantes da nova holding. De certa forma, essa movimentação foi motivada pela necessidade; uma vez que os governos de muitos países latino-americanos não esboçaram socorro algum às companhias aéreas, como ocorreu nos EUA e na Europa.

Não bastasse a ajuda pontual às aéreas, os referidos países possuem economias estáveis, diferentemente do que ocorre na América Latina. Portanto, o surgimento da holding Abra, que terá Paulo Constantino Jr., fundador da Gol, como CEO, constitui alento para o ecossistema como um todo. Ou seja: mais sinergia de gestão e maior conectividade entre os países sul-americanos, América do Norte, Europa e Ásia.

Nesse contexto, cabe salientar que ser acionista de companhia aérea não é território para amador. A desvalorização da moeda brasileira e dos países vizinhos, em relação ao dólar, torna o impacto da crise ainda mais crucial. A omissão do governo brasileiro, por exemplo, veio acompanhada de medidas nitidamente na contramão, como é o caso da imposição de gratuidade no transporte de bagagens. Isso é anacrônico e colide com as práticas correntes na maioria dos países do mundo.

Outro aspecto relevante, da equação que resultou na Abra, é a independência de gestão tanto da Avianca como da Gol. Isso eleva o grau de sinergia entre os players envolvidos, com destaque para o Brasil, que ganha novas perspectivas para o fortalecimento do mercado receptivo. Afinal, pode favorecer nossos destinos dotados de inegáveis atrativos naturais e culturais. E, assim, torná-los muito mais competitivos.

Quando falamos da necessidade de se pensar no ecossistema com um todo, fundamental apostar nas vantagens conhecidas da autorregulamentação. Menos burocracia e embaraços, mais autonomia para as corporações. No Grupo Tour House, temos a grata satisfação de receber, de volta, clientes que sentiram nossa consistência de gestão, a exemplo da Roche. Que a nascente Abra chegue ungida pela clareza de propósitos e compromisso inegociável com as melhores práticas."


Divulgação

Quer receber notícias como essa, além das mais lidas da semana e a Revista PANROTAS gratuitamente?
Entre em nosso grupo de WhatsApp.

Tópicos relacionados

Avatar padrão PANROTAS Quadrado azul com silhueta de pessoa em branco ao centro, para uso como imagem de perfil temporária.

Conteúdos por

Victor Fernandes

Victor Fernandes tem 6060 conteúdos publicados no Portal PANROTAS. Confira!

Sobre o autor

Colaboração para o Portal PANROTAS