Da Redação   |   16/03/2023 12:18

Marina Gouvêa, da Primetour, fala sobre transformação; veja artigo

Segundo ela, ao tentarmos transformar o lá fora, acabamos por transformar também o aqui dentro

Por Marina Gouvêa, CEO da Primetour

PANROTAS / Emerson Souza
Marina Gouvêa
Marina Gouvêa
Como parte do debate levantado pelo Fórum PANROTAS deste ano, fomos desafiados a pensar na pergunta “O que nos transforma?”. Olhando para tudo o que temos partilhado nos últimos anos, e para o caminho que temos trilhado, a resposta que temos vivido dentro da Primetour é: nós nos transformamos justamente quando nos comprometemos a ajudar a transformar – a vida de outras pessoas, suas carreiras, nosso mercado, nosso planeta... Ou seja, ao tentarmos transformar o “lá fora”, acabamos por transformar também o “aqui dentro”.

Atuando no mercado do Turismo de luxo há mais de três décadas, há uma primeira camada muito visível para se entender o que significa “ajudar a transformar a vida das pessoas”. Viagens, todos sabemos, têm esse poder. De mexer com nossa perspectiva, de ampliar nosso olhar, ao conhecermos a realidade de outros. De construir e reconstruir laços com aqueles com quem compartilhamos a jornada. É como a escritora Mary Anne Radmacher disse: “Não sou a mesma pessoa após ter visto a lua brilhar do outro lado do mundo”.

Viajamos muito, e proporcionamos muitas, muitas viagens, e é claro que, a cada passo, a cada memória que construímos ou ajudamos a construir, algo se transforma em nós. Mas há uma camada menos visível, e essa é uma escolha. Escolha que fizemos como empresa e como pessoas ao optar por ajudar a amparar – e, com isso, transformar – a vida de pessoas em situação de vulnerabilidade. Damos suporte total à AFATEC, que atende a 100 famílias (alimentação, educação, roupas, reformas, festas, oficinas, cuidados a pessoas com deficiência...), e apoiamos diversas outras causas sociais. É possível passar por isso e não se transformar? Se me permitem citar outra frase, esta, ao que parece, derivada de um provérbio chinês: “um pouco do perfume sempre perdura na mão de quem oferece a rosa”.

De maneira parecida, é transformador abrir os olhos e tomar consciência da situação climática global. É preciso sair da zona de conforto tanto para olhar essa realidade de frente quanto para agir. E, desde 2020, temos encarado esse desconforto e atuado nele ao transformar a nossa empresa em um negócio que compensa a pegada de carbono gerada por sua operação em escritório, como os gastos energéticos, por exemplo, e suas publicações, como nossos livros de fotos e nossa nova revista LUXURY TRAVEL. Fazemos essa compensação plantando, com a ajuda de ONGs especializadas, árvores nativas na Mata Atlântica. Fazemos a nossa parte para regenerá-la, para transformá-la. E ainda plantamos uma árvore para cada cliente que compra uma passagem aérea internacional conosco. E “plantar uma semente” não é o melhor símbolo da potência da transformação?

Temos, sempre que possível, debatido esse tema com o trade, tentando construir pontes para ajudar a transformar, tornando mais “verde” o nosso mercado. Da porta da nossa empresa para dentro, também vivemos muitas transformações. Temos nos provocado mais e mais a sermos agentes transformadores na vida de nossos colaboradores – escutando, proporcionando amparo para a saúde mental, desenvolvendo planos de bonificação. Temos estudado e estimulado o estudo.

Algo pode transformar mais do que a educação? E de que outros modos podemos nos transformar – com a transformação digital, por exemplo – para atender a um cliente que está, ele também, transformado? Ainda mais exigente, com outra relação com o tempo e as informações, também ele em busca de transformações no modo como é atendido e na maneira como vivencia a sua viagem? Bem, a resposta até que é simples: seguindo comprometidos com o próprio conceito de transformação, sem resistirmos a ele.

O artigo integra a edição 1551 da Revista PANROTAS, que pode ser lida abaixo.


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