Da Redação   |   15/03/2023 08:36

Confira as transformações no agenciamento de viagens em 20 anos

A pandemia comprovou que o agente, o operador, o vendedor de viagens, é imprescindível

Por Magda Nassar, presidente da Abav Nacional

PANROTAS/Emerson Souza
Magda Nassar
Magda Nassar
O agenciamento de viagens teve uma transformação profunda nos últimos 20 anos. Entretanto, nem sempre aparente para todos. Passamos de técnicos e informantes valiosos na construção de uma viagem a competidores contra algoritmos e ferramentas tecnológicas que poderiam ter nos dizimado. Enquanto tínhamos de ressignificar as formas com que entregamos o nosso trabalho e o nosso papel no mercado, nos deparamos com desafios de reconsiderar quais parcerias continuariam a ser construtivas e quais foram fragilizadas com imposições de interesses de um elo do setor em detrimento de outro.

Houve ainda a incorporação do on-line na nossa realidade e atuamos com criatividade para nos recolocarmos, unindo tecnologia ao profissionalismo e ao conhecimento técnico. Coexistimos nos dois mundos. Após todo esse movimento de adaptação e resiliência, 20 anos passados, o espírito aguerrido dos profissionais do Turismo nessa indústria crescente - que representa 11% do PIB mundial - continua ileso, e o agenciamento, que é o grande canal global de distribuição, às vezes ainda é pouco reconhecido. Prova dessa importância é a passagem do setor por esta pandemia, que comprovou que o agente, o operador, o vendedor de viagens, é imprescindível. O suporte, a técnica e o atendimento deste profissional foram extremamente necessários para os passageiros, e quem não teve essa assistência em um momento incontrolável como a crise da covid-19, sentiu na pele a dificuldade de não ter com quem contar nos momentos mais difíceis de uma viagem, onde situações básicas, como voltar para casa, não eram possíveis.

Além disso, constatação da importância de uma compra humanizada transformou ainda mais a indústria e implicou em mais modernização, trazendo multicanais de atendimento sem perder a essência de aperfeiçoamento contínuo no detalhamento técnico e na bagagem profissional. Tudo isso ao mesmo tempo em que criou megaempresas, trouxe também boutiques de vendas. Estamos mais do que nunca no caminho da curadoria de fazer a viagem do passageiro.

A Abav também passou por inúmeras transformações e provou que a união séria, engajada e profissional promove mudanças profundas e significativas. A entidade precisa que essa luta tenha mais representatividade também em números, e conseguiu reunir diversas pontas do Turismo e seus associados, para chegarmos até o momento em que estamos agora. Chegamos no patamar atual inclusive pelos benefícios que a Abav trabalhou e alcançou para o mercado como um todo. São as empresas associadas da entidade que entenderam em primeira mão o quanto a união faz a força e continuam a lutar, por meio dela, por todas as importantes pautas do setor.

A Abav leva essas vozes para todos os setores, da economia à política, inclusive promovendo regulamentações importantíssimas, em outras palavras: ouve e acolhe a dor, tentando promover soluções. A entidade é muito bem posicionada, muito influente e muito forte, além de fazer o maior evento do Turismo do Brasil. A Abav Expo, apesar de todos os desafios, manteve essa representatividade como evento nas últimas duas décadas, inclusive mudando todo o seu formato na pandemia e mantendo sua frequência anual.

Acredito que todas as mudanças que estavam para acontecer nos últimos 18 anos acabaram sendo implementadas nos últimos dois anos, por necessidade e porque quem optou por olhar os desafios de frente fez acontecer, apesar de tudo. Isso tudo é muito forte. Tenho 40 anos de Turismo e fico impressionada em ver o quanto mudamos e evoluímos nos últimos dois. Imagino que os próximos 20 serão desafiadores também, mas tenho certeza que temos muito mais ferramentas e experiência para lidar com o que vem por aí e já provamos que somos resilientes e rápidos para trazer soluções.

Parabéns ao Fórum PANROTAS, ao Guillermo Alcorta, ao José Guilherme Alcorta, ao Artur Andrade, à Heloísa Prass, ao Rodrigo Augusto Vieira e a toda a equipe PANROTAS que caminham nessa indústria de forma tão importante desde seu primeiro evento. Ficamos honrados e orgulhosos em fazer parte dessa histórica parceria que temos com o Fórum PANROTAS ao longo dos últimos 20 anos.

Este artigo integra a edição 1551 da Revista PANROTAS. Confira na íntegra:


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