Karina Cedeño   |   25/09/2018 20:00

Viajantes preferem transparência a preço baixo, revela estudo

A indústria precisa focar em outras questões além da venda 

Pixabay
Por meio das novas tecnologias, a capacidade de "antecipar" e "prever" o que os viajantes querem já é uma realidade. No entanto, insights baseados em algoritmos e a suposição de que quem compra viagens usa apenas a razão são falhos e com limitações.

Isso porque os viajantes têm características individuais e motivações pessoais/emocionais sutis que precisam ser cuidadosamente entendidas e analisadas antes se as empresas querem fomentar com os clientes relações profundas, duradouras e autênticas.

O vencedor do Prêmio Nobel, 2017, Richard Thaler, estuda como as pessoas podem ser "previsivelmente irracionais" de maneiras que desafiam teorias e modelos econômicos tradicionais. Ou seja, ao reconhecer que as pessoas tomam decisões baseadas em fatores psicológicos, emocionais e sociais (e isso também vale para os viajantes), a indústria pode se tornar mais eficientemente na venda de seus produtos e serviços.

Porém, por mais que a tecnologia de aprendizado das máquinas permita saber quando as pessoas estão procurando por viagens, quando é mais provável que elas reservem e quando é melhor mostrá-las, nem sempre os cliques e taxas de conversão são gerados por estes fatores.

Um estudo da Amadeus revelou que os anúncios de viagens que mostram preços e gráficos em tempo real geram taxas de conversão maiores do que aqueles que mostram preços mais baixos. Isso mostra que os viajantes estão cada vez mais céticos em serem atraídos para ofertas que fornecem preços baixos e preferem transparência, qualidade e precisão ao fazerem suas reservas.

Mas como a indústria de viagens pode se adaptar a isso? Uma das dicas dadas pelo estudo é apoiar os viajantes em todas as fases da viagem, desde a busca e a reserva, passando pela chegada ao destino e também depois da viagem, por meio de pesquisas de satisfação.

Outra sugestão é a maior conectividade entre provedores e vendedores, facilitando a concentração na experiência do viajante e não apenas nas partes operacionais do processo. É preciso oferecer mais do que isso.

Um dos exemplos nesta questão são as economias compartilhadas, como o Airbnb, que reforça a sua oferta de alojamento com experiências. Os hóspedes podem visitar um mercado de antiguidades com um guia local e fazer bolos ou tapas, por exemplo. Agora, cabe aos players da indústria se atentarem a estes fatores para conseguirem captar as preferências de seus viajantes de forma mais assertiva.

O estudo da Amadeus oferece outros insights, que podem ser conferidos neste link.

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