Marcos Martins   |   13/02/2019 09:00

Empresas estão otimistas e vão contratar mais em 2019

Estudo da Amcham Brasil, baseado em entrevistas com 50 presidentes e diretores de empresas, revela otimismo de empresários neste ano


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Mercado está mais confiante neste ano, segundo pesquisa
Mercado está mais confiante neste ano, segundo pesquisa
As empresas vão construir suas estratégias de expansão e produtividade com a premissa de que o Brasil crescerá em 2019, segundo pesquisa da Amcham (Câmara Americana de Comércio), realizada com 550 presidentes e diretores de empresas.

A maioria dos grupos (51%) vai contratar mais pessoas ao longo deste ano, abrindo novas posições ou ampliando equipes, sendo que 36% vão trazer colaboradores pelo regime de CLT e 15% por meio de novas maneiras de contratação, possibilitadas pela nova lei trabalhista. No entanto, 37% dos executivos não pretendem contratar este ano, enquanto 12% não têm definição.

“O clima é de otimismo. Detectamos que os empresários brasileiros estão confiantes na capacidade do governo de conduzir as reformas estruturais que o Brasil precisa, em especial, a da Previdência”, afirma a CEO da Amcham Brasil, Deborah Vieitas.

O ritmo de crescimento e contratação de mão de obra vai depender de alguns fatores. O primeiro deles, apontado por 42%, é o aumento da competitividade da economia, o que vai exigir firmeza na condução dessas reformas estruturais aguardadas ansiosamente pelos empresários, de acordo com o estudo “Plano de Voo Amcham: perspectivas empresariais 2019”.

Na sequência, os empresários entrevistados citam dois fatores cruciais a retomada das contratações: o aumento do consumo (33%) e maiores investimentos em infraestrutura (22%).


PRODUTIVIDADE

Para a maioria dos pesquisados pela Amcham, o crescimento será por meio da produtividade em processos, produção e equipe. É o que responderam 43%, quando perguntados sobre a prioridade do negócio. Há destaque também para o foco em inovação e digitalização do portfólio de produtos e serviços (21%), ampliação geográfica de mercado (12%) e aquisição ou investimentos em novos negócios (11%).

As companhias também planejam investimentos em áreas consideradas como não prioritárias pelo novo governo. Para compensar, as empresas vão investir de maneira redobrada em educação, capacitação e treinamento para colaboradores (38%), inovação (33%), sustentabilidade (18%) e diversidade (12%). Em janeiro, por exemplo, o governo sinalizou cortes de verba no Sistema S (Senai, Senac e Sebrae).

Sobre o uso de novas tecnologias no negócio, 42% do empresariado respondeu que os investimentos serão para melhoria de processos, com foco em aumento de eficiência e da produtividade. Também serão feitos investimentos em ferramentas para melhorar a experiência do cliente (34%) e detecção de produtos e novos modelos de negócios, com foco em análise de dados e incorporação de serviços digitais ao produto (17%).

EXPECTATIVAS

Para 99% dos entrevistados, a economia vai crescer em 2019. Só há divergência quanto ao ritmo: 69% acham que o PIB aumenta até 2%, enquanto 30% é mais otimista e considera que será mais que 2%.

Diante de um cenário macroeconômico positivo, 34% do empresariado respondeu que suas respectivas empresas vão crescer entre 5% e 10% este ano. Outros 28% estimam expansão de 10% nos seus negócios, enquanto 27% projetam crescimento de até 5%. E 10% responderam que não haverá crescimento.

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