Artur Luiz Andrade   |   11/04/2020 13:14
Atualizada em 11/04/2020 13:19

O que os brasileiros consomem na quarentena do coronavírus

75% dos brasileiros têm preferido comprar em supermercados próximos de casa, para evitar aglomerações


Fernanda Cruz/Agência Brasil

A quarta edição do Kantar Thermometer, estudo de impactos socioeconômicos no Brasil e no mundo decorrentes da pandemia do Covid-19, indicam que 75% dos brasileiros têm preferido comprar em supermercados mais próximos de casa, como forma de evitar as aglomerações. Os consumidores também estão ainda mais atentos aos preços dos produtos e a promoções. “Isso traz um desafio grande para as marcas que precisam ser competitivas nesse cenário de canal de vendas mais pulverizado”, analisa a pesquisa.

?Entre os que preferem comprar nos canais de e-commerce, 54% consideram a experiência mais positiva do que comprar em lojas físicas, mas 24% ainda consideram comprar on-line uma experiência desafiadora. Isso mostra que, embora muitos gostem da opção principalmente pelos preços e conveniência, há uma oportunidade de melhorar a experiência, já que cada vez mais pessoas poderão ficar dependentes desse canal para compras e serviços.

MENOS COMPRAS
Depois de registrar altas de consumo a partir de 16 de março, início da quarentena, em comparação com a primeira quinzena de março, já é possível observar uma queda de frequência. A região da Grande São Paulo concentra as maiores cestas, com crescimento de 26% em unidades. Nesse contexto, a classe AB foi a que mais se abasteceu, principalmente alimentos básicos e produtos de limpeza.



Com o fechamento de bares e restaurantes, o delivery se tornou uma solução mais viável. Dentre os brasileiros que optaram pelo serviço, 53% fizeram a escolha duas a três vezes na última semana. Entre os que não pediram, 33% alegaram não ter o costume de pedir comida pronta, 27% afirmaram ter tempo para cozinhar e 16% preferiram economizar por conta da crise.

?A pesquisa aponta que os brasileiros têm feito mais lanches nesse período de quarentena. O hábito cresceu 74% durante a primeira semana de confinamento, o que fez ascender o consumo de itens como creme de cacau (+56%), chocolate tablete (+55%) e biscoitos doces e salgados (+40%).

?As variações apresentadas no Brasil podem ser entendidas, principalmente, por conta de o País, diferentemente da Europa e países da América Latina, não estar em situação de lockdown - tanto que 21% da população não conseguiu manter o isolamento social completo e precisou sair de casa para trabalhar.

MÍDIA
Os patamares de audiência diária se estabilizaram, tanto durante a semana quanto aos fins de semana, em todo o País. A exceção fica por conta da região Norte, que continua com a média do tempo consumido em ascensão.
?Além do crescimento do consumo de vídeo, os conteúdos de áudio tiveram aumento expressivo na geração de conversas no Twitter após o início das medidas de distanciamento social.

?Rio e São Paulo tiveram um volume maior de campanhas publicitárias na TV com a temática Covid-19. Tanto o setor privado como o público investiram em campanhas com o tema entre os dias 30 de março e 05 de abril. Os setores que mais anunciaram foram Comércio, Financeiro e Securitário e Administração Pública e Social. De forma geral, 48% dos anunciantes mencionaram o tema em suas peças veiculadas e 31% das novas campanhas tiveram o Covid-19 como tema central. Na mídia digital, as categorias de delivery e streaming foram as que mais aumentaram o número de inserções, com altas de 39% e 36%, respectivamente.

?A versão completa da quarta edição do Kantar Thermometer já está disponível no site http://br.kantar.com/covid-19/, que traz atualizações frequentes sobre os impactos do novo coronavírus.

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Sobre o autor

Artur Luiz Andrade é editor-chefe da PANROTAS, jornalista formado pela UFRJ e especializado em Turismo há mais de 30 anos.