Vinicius Novaes   |   24/09/2020 08:21

Estudo mostra queda no número de fusões no primeiro semestre

Entretanto, especialistas dizem que queda não é considerada muito relevante

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Estudo realizado pela consultoria global KPMG apontou que, no primeiro semestre deste ano, o Brasil registrou 513 operações de fusões e aquisições de empresas, número que representa uma queda de apenas 5,5% no comparativo com o mesmo período de 2019. Segundo especialistas, se observar o cenário negativo por causa da pandemia durante boa parte do semestre, a queda não é considerada muito relevante.

Dentre essas 513 operações, 368 são consideradas operações domésticas, entre empresas de capital brasileiro. As restantes envolveram empresas de capital estrangeiro. Para o especialista em Direito Empresarial e Societário, e professor do Insper e da Faap, Marcelo Godke, com todos os cuidados devidamente observados, o processo pode realmente ser uma saída viável.

"Quando duas ou três empresas que atuam no mesmo setor passam por uma queda de faturamento, talvez seja o momento propício para cortarem custos e passarem por esse processo. Tecnicamente não é uma fusão, mas uma incorporação, mas pode ser muito interessante, principalmente com a possibilidade de reduzir custos e estruturas duplicadas, ajudando a salvar as empresas", diz.

Porém, os empresários devem tomar uma série de cuidados com essas operações. Quem faz o alerta é o especialista em Direito Tributário, Eduardo Natal. "São várias as questões a serem observadas, entre elas a avaliação criteriosa dos ativos e da companhia, os cuidados na elaboração dos instrumentos contratuais, questões de mercado e concorrenciais, entre outras", alerta.

Hoje (23), a Localiza Rent a Car e a Unidas (Companhia de Locação das Américas) comunicaram ao mercado um acordo para incorporação de ações para a criação de uma nova empresa, cujos acionistas da Localiza terão 76,85% das ações e os da Unidas 23,15%.

FRANQUIAS
Prejudicado com a pandemia, o setor de franquias chegou a registrar queda média de faturamento de 48,2% em abril, de acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Com a reabertura gradual da economia e o aprimoramento de canais de venda digital, o setor vem registrando, aos poucos, uma redução nas perdas, mas ainda está longe da recuperação.

"Como os shoppings sofreram um impacto grande, isso afetou de maneira muito forte o setor de franquias. Muitas fecharam, principalmente quem não tinha capital para segurar a onda. Enquanto a economia não estiver reaberta totalmente e os shoppings em pleno funcionamento, será muito difícil que o setor se recupere de forma plena", afirmou Godke.

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