Artur Luiz Andrade   |   17/12/2020 08:54   |   Atualizada em 17/12/2020 09:03

Viagens internacionais voltam a níveis dos anos 1990 por causa da covid

Setor levará de dois anos e meio a quatro anos para voltar a níveis de 2019

Reprodução site OMT
De janeiro a outubro, segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), destinos em todo o mundo deixaram de receber 900 milhões de viajantes internacionais de janeiro a outubro, em comparação aos números de 2019. Uma perda de US$ 935 bilhões em receita gerada pelo Turismo, dez vezes mais que as perdas de 2009, por conta da crise econômica global.

“Mesmo com as notícias de uma vacina devolvendo a confiança aos viajantes, ainda há um longo caminho para a recuperação. Por isso devemos fazer esforços para reabrir as fronteiras com segurança e apoiar os empregos e negócios do Turismo”, disse o secretário geral da OMT, Zurab Pololikashvili.

A expectativa da OMT é que 2020 termine com uma queda em viagens internacionais entre 70% e 75%, o que coloca o Turismo mundial em níveis de 30 anos atrás, com um bilhão a menos de chegadas e uma perda que ultrapassará US$ 1 trilhão nos gastos com viagens e US$ 2 trilhões de impacto negativo no PIB global.

Queda de viagens internacionais nos dez primeiros meses de 2020, por região
Queda de viagens internacionais nos dez primeiros meses de 2020, por região
RESTRIÇÕES

A região da Ásia/Pacífico, a primeira a sofrer os impactos da pandemia de covid-19, e a com maior nível de restrições às viagens até hoje, viu uma queda de 82% nas chegadas internacionais nos dez primeiros meses do ano. Some-se a isso o receio dos viajantes do Ocidente em visitar destinos muito longe de casa e mais distantes de suas culturas e hábitos.

O Oriente Médio vem na sequência em índice de queda de chegadas internacionais, com 73%, seguido da África, com 69%, e Américas e Europa com 68% cada. O ressurgimento do vírus na Europa provavelmente deve frear os “bons” resultados de setembro e outubro, quando a queda de viajantes internacionais foi de 72% e 76%, respectivamente, menos que outras regiões (a Ásia registrou quase 100% de queda, por exemplo). A Europa foi o continente com mais flexibilização de restrições, especialmente entre os membros do Espaço Schengen.

Já a reabertura do Caribe tem melhorado os índices das Américas nos últimos dois meses. A criação de bolhas de segurança entre países, como anunciaram Austrália e Nova Zelândia, é uma tendência para a reabertura das fronteiras.

Divulgação
Foto: Divulgação/Sita
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De acordo com o último levantamento da OMT, 18% dos destinos mundiais continuam fechados, contra 82% em abril. A previsão de retorno das viagens internacionais com mais consistência é para o segundo semestre de 2021. E a volta aos níveis de 2019 está prevista entre dois anos e meio e quatro anos. Até lá, países com mercados domésticos relevantes e gigantescos, como Estados Unidos, Brasil, China e México levam vantagens, além do fluxo intra-europeu e do tráfego entre países vizinhos, como Brasil e Argentina e México e Estados Unidos.

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