Filip Calixto   |   27/05/2021 11:01   |   Atualizada em 27/05/2021 11:02

Turismo paulistano viu faturamento cair em 72% em março

Relatório da Fecomercio e da SPTuris mostra que o Turismo paulistano ainda nua cresceu em 2021

Dados levantados por uma parceria entre FecomercioSP e SPTuris mostram que o Turismo da capital paulista ainda sente os impactos da pandemia. De acordo com o levantamento, a atividade turística em São Paulo fechou o mês de março com queda de quase três quartos do faturamento (-72%) em relação ao mesmo mês de 2020, quando já estava sentindo os impactos da crise e via caírem drasticamente a taxa de ocupação hoteleira (-48%) e as movimentações nos aeroportos (-55%) e nas rodoviárias (-39%). O relatório ainda aponta que este ano nenhum índice relacionado ao Turismo na cidade cresceu na comparação com 2020.

Unsplash/Matt Aylward
Atividades vinculadas ao Turismo, como a hotelaria, ainda não tiveram nenhum índice médio de crescimento na cidade em 2021
Atividades vinculadas ao Turismo, como a hotelaria, ainda não tiveram nenhum índice médio de crescimento na cidade em 2021
O quadro pintado pelo estudo mostra que a situação atual fez com que o Índice Mensal de Atividade do Turismo caísse ao menor nível desde setembro de 2020, fechando o mês de março no patamar de 39,8 – era de 43,7 naquele mês do ano passado. O desempenho foi 21,5% menor do que fevereiro, enquanto, na comparação com março de 2020, a retração foi de 38,9%. Se a comparação for com janeiro de 2020, antes da crise de covid-19, atualmente o índice está 60% inferior.

IMAT-SP
Todos esses dados são parte de um novo indicador, o Índice Mensal de Atividade do Turismo (IMAT-SP), elaborado para mensurar as atividades do Turismo na cidade de São Paulo. Com esse relatório, que deve ser publicado mais frequentem ente, o CT (Conselho de Turismo) da FecomercioSP e o Observatório de Turismo e Eventos da SPTuris pretendem munir os profissionais do setor com informações que reflitam o comportamento de mercado.

O índice medido pela pesquisa é formado por cinco variáveis: faturamento das empresas turísticas, taxa de ocupação dos hotéis, estoque de empregos, movimentação em aeroportos e movimentação em rodoviárias). A partir dessa análise, o IMAT mostra que o melhor momento do Turismo paulistano nos último meses foi em dezembro de 2020, quando chegou ao patamar de 58,9. Dali em diante, não parou mais de cair, embora ainda não tenha chegado à pontuação mais baixa – de 27,2 em abril do ano passado.

Divulgação
Transamérica Expo Center, um dos centros de convenções da cidade, que depende bastante do segmento de eventos e viagens corporativas
Transamérica Expo Center, um dos centros de convenções da cidade, que depende bastante do segmento de eventos e viagens corporativas
RECUPERAÇÃO

Segundo avaliam os pesquisadores, dados como o IMAT-SP demonstram que a atividade turística na cidade de São Paulo deve seguir a ritmo lento nos próximos meses.

Em março, da mesma forma que as outras, a variável de estoque de empregos também retrocedeu na comparação com o ano passado, embora de forma mais tímida: -5%.

A expectativa é que os dados de abril sejam positivos, mas apenas pelo efeito estatístico, já que abril do ano passado foi um período marcado pelas severas restrições de circulação impostas pelo Plano São Paulo, do governo estadual, a fim de tentar diminuir a curva do covid-19 no município.

Segundo apontam os pesquisadores, a recuperação virá, na verdade, conforme a população for imunizada. Nas expectativas do setor, esta retomada ganhará fôlego apenas no segundo semestre.

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