Karina Cedeño   |   14/07/2022 14:06

Variante ômicron não intimida mais viajantes, diz estudo

Os viajantes garantem que as variantes e protocolos da covid não são mais um empecilho para suas viagens


Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os viajantes se sentem mais otimistas para viajar hoje, com a variante ômicron, do que na época em que predominava a variante Delta
Os viajantes se sentem mais otimistas para viajar hoje, com a variante ômicron, do que na época em que predominava a variante Delta
Quase 60% dos viajantes estão indo para um novo destino este ano, 30%, por sua vez, garantem que os protocolos relacionados à covid-19 não têm impacto sobre a escolha do destino da viagem, enquanto apenas 22% afirmam que os protocolos afetam significativamente suas reservas. Esse cenário, no qual predomina a variante ômicron, difere bastante do observado anteriormente com a variante delta.

As informações são de um recente estudo divulgado pelo provedor de dados de viagens OAG. A pesquisa também mostra que os viajantes estão fazendo suas reservas com mais antecedência em comparação com o período anterior à pandemia, quando grande parte deles fazia reservas de última hora.

Dados mostram que 62% estão reservando com pelo menos dois meses de antecedência, enquanto 51% estão reservando com dois a seis meses de antecedência. Por fim, 11% estão fazendo suas reservas com seis meses ou mais de antecedência. Esse é um forte contraste em relação a 2021, quando quase metade dos viajantes reservava em cima da hora (entre duas semanas a um mês) devido a preocupações com alterações de voos, cancelamentos e possíveis surtos de covid.

Aumento de preços versus decisão de compra
Outro ponto importante observado no estudo é o quanto o aumento do preço das passagens aéreas influencia a decisão de compra dos viajantes. Aumentos que vão de US$ 50 a US$ 100 não influenciam as reservas dos viajantes no momento. Apenas 4% disseram que era totalmente improvável comprar passagens com um aumento de US$ 50. Já 15% dos entrevistados, por sua vez, afirmam que não comprariam passagem aérea com um aumento de US$ 100.

Aumentos acima de US$ 200 já são mais propensos a influenciar as decisões de compra dos viajantes: 45% disseram que são menos propensos a reservar com um aumento de US$ 200 e 68% são menos propensos a reservar com um aumento de mais de US$ 300.

Retomada do corporativo
A pesquisa da OAG também mostra uma gradativa retomada das viagens corporativas: 89% dos entrevistados revelam que viajaram a negócios em 2022, em comparação aos 38% que disseram ter feito isso em 2021. E 90% disseram que sua empresa está planejando viagens a negócios nos próximos 12 meses – número quase 30 % maior em relação ao ano passado.

Podemos esperar que essa tendência continue, já que 50% contam que sua empresa planeja viajar com a mesma frequência ou com mais frequência no próximo ano em comparação com o período pré-pandemia.

“Estamos vendo o retorno das viagens a negócios, especialmente nos últimos dois meses. Os dados globais da GBTA mostram que mais empresas estão permitindo viagens – domésticas e agora também internacionais – dos funcionários. Os volumes de reservas e gastos com viagens continuam a retornar, e há altos níveis de otimismo e disposição dos funcionários em viajar a trabalho. Isso ocorre mesmo quando a indústria enfrenta desafios além da covid-19, incluindo aumento dos preços dos combustíveis, inflação, interrupção da cadeia de suprimentos e guerra na Ucrânia”, afirma a CEO da GBTA, Suzanne Neufang.

Com a demanda permanecendo forte nos próximos meses, apesar dos contínuos aumentos nas tarifas, as companhias aéreas estão confiantes em uma temporada bem-sucedida. Olhando mais adiante, há preocupação em torno do preço do petróleo, inflação e uma recessão econômica. Mas, por enquanto, o mercado, tanto da perspectiva da demanda quanto da oferta, está em sua melhor posição desde 2019.

Para a pesquisa, a OAG entrevistou mais de 1,4 mil viajantes norte-americanos em abril e maio deste ano. O estudo completo por ser acessado aqui.

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