Laura Enchioglo   |   05/06/2023 15:42
Atualizada em 05/06/2023 15:48

235 milhões de pessoas viajaram internacionalmente no 1º trimestre

Número é mais que o dobro registrado no mesmo período de 2022, segundo a OMT

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Chegadas internacionais atingiram 80% dos níveis pré-pandêmicos no primeiro trimestre
Chegadas internacionais atingiram 80% dos níveis pré-pandêmicos no primeiro trimestre
Estima-se que 235 milhões de turistas viajaram internacionalmente nos primeiros três meses deste ano, o que representa mais que o dobro do mesmo período de 2022, segundo dados divulgados pela Organização Mundial do Turismo (OMT).

O levantamento também aponta que as chegadas internacionais atingiram 80% dos níveis pré-pandêmicos no primeiro trimestre, e que dados revisados para 2022 mostram mais de 960 milhões de turistas viajando internacionalmente, o que significa que dois terços (66%) dos números pré-pandêmicos foram recuperados.

Recuperação por região no 1º trimestre de 2023

As Américas, da qual o Brasil faz parte, atingiu 85% do nível de chegadas registradas em 2019. No entanto, foi o Oriente Médio que atingiu os resultados mais consistentes, sendo a única região que superou, em 15%, o número de 2019, além de ser a primeira a recuperar os números pré-pandêmicos em um trimestre completo.

Impulsionada pela forte demanda intrarregional, o estudo aponta que a Europa atingiu 90% dos níveis pré-pandêmicos. A África alcançou 88% dos números de 2019.

Já Ásia e o Pacífico, que retardaram na maioria dos países a abertura das fronteiras, aceleraram sua recuperação com 54% dos níveis pré-pandêmicos. Segundo a OMT, a tendência ascendente deve acelerar agora que a maioria dos destinos, principalmente a China, foi reaberta.

Ainda, a OMT analisou os dados considerando as sub-regiões do globo: o sul da Europa mediterrânea e o norte da África também recuperaram os níveis pré-pandêmicos no primeiro trimestre de 2023, enquanto a Europa Ocidental, a Europa do Norte, a América Central e o Caribe chegaram perto de atingir esses níveis.

Segundo o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, os números do início do ano mostraram "a capacidade única do Turismo de se recuperar".

"Em muitos lugares, estamos próximos ou mesmo acima dos níveis de chegadas pré-pandemia, variando de insegurança geopolítica, escassez de pessoal e o impacto potencial da crise do custo de vida no Turismo, e devemos garantir que o retorno do Turismo cumpra suas responsabilidades como uma solução para a emergência climática e como um impulsionador do desenvolvimento inclusivo”, disse Pololikashvili.

RECEITAS DO TURISMO

As receitas do Turismo internacional voltaram a atingir a marca de US$ 1 trilhão em 2022, crescendo 50% em termos reais em relação a 2021, impulsionadas pela recuperação nas viagens internacionais.

Os gastos dos visitantes internacionais atingiram 64% dos níveis pré-pandemia (-36% em relação a 2019, medidos em termos reais).

Por regiões, a Europa teve os melhores resultados em 2022, com quase US$ 550 bilhões em receitas de Turismo (520 bilhões de euros), ou 87% dos níveis pré-pandêmicos. A África recuperou 75% de suas receitas pré-pandêmicas, o Oriente Médio 70% e as Américas 68%. Devido ao fechamento prolongado das fronteiras, os destinos asiáticos ganharam cerca de 28%.

O QUE ESPERAR NO FUTURO

Segundo a OMT, os resultados do primeiro trimestre de 2023 estão alinhados com as expectativas da Organização para o resto do ano, projetando que as chegadas internacionais recuperem de 80% a 95% dos níveis pré-pandêmicos.

No entanto, a recuperação do Turismo também enfrenta alguns desafios. Segundo o Painel de Especialistas da OMT, a conjuntura econômica continua a ser o principal fator a pesar na recuperação efetiva do Turismo internacional em 2023, com a inflação elevada e o aumento do preço do petróleo a traduzirem-se em custos de transporte e alojamento mais elevados.

Como resultado, espera-se que os turistas busquem cada vez mais a melhor relação custo-benefício e viajem para mais perto de casa. Ainda, segundo o estudo, a incerteza derivada da agressão russa contra a Ucrânia e outras tensões geopolíticas crescentes também continuam a representar riscos negativos ao Turismo.

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