Filip Calixto   |   24/01/2024 11:02
Atualizada em 24/01/2024 11:06

64% dos brasileiros esperam aumentar gastos com viagens em 2024

Mais de 20 mil consumidores de 21 países participaram da pesquisa organizada pelo Boston Consulting Group

Divulgação
64% dos brasileiros que tipicamente viajam têm a expectativa de aumentar os gastos com viagens de lazer. As viagens a trabalho também seguem mesma tendência
64% dos brasileiros que tipicamente viajam têm a expectativa de aumentar os gastos com viagens de lazer. As viagens a trabalho também seguem mesma tendência

Pesquisa do BCG (Boston Consulting Group) aponta que mais brasileiros devem viajar pelo País ao longo de 2024. De acordo com a pesquisa Consumer Sentiment 2023, que projeta as tendências de consumo para o ano atual, 64% dos brasileiros que tipicamente viajam têm a expectativa de aumentar os gastos com viagens de lazer. Além disso, as viagens a trabalho também seguem mesma tendência, com 44% dos respondentes afirmando expectativas de aumento do gasto com viagens corporativas.

Na comparação internacional, o Brasil ainda se destaca: a categoria de viagens de lazer aparece na 1ª posição de propensão a aumento de gastos entre as 34 categorias avaliadas, enquanto ela aparece em 9º lugar na Índia e apenas em 19º lugar nos EUA, por exemplo.

Estes resultados são parte de um estudo global, no qual mais de 20 mil consumidores em 21 países (incluindo o Brasil) foram consultados sobre suas expectativas em relação ao consumo de produtos e serviços em 34 categorias. "Viagens a lazer" aparecem com destaque dada maior propensão de gastos dos brasileiros nesta categoria.

"Em 2023, vimos o Turismo de lazer totalmente recuperado em relação aos níveis pré-pandemia, movimentando valores até 25% acima dos níveis de 2019 – impulsionado pela recuperação da demanda e aumento de preços em especial nos setores de transporte e hotelaria. A expectativa para 2024 também é positiva para maior parte dos setores de viagens e Turismo", afirma o diretor executivo e sócio do BCG, Leandro Paez.

Segmento aéreo

No setor aéreo, a análise aponta diferentes comportamentos entre voos domésticos e internacionais. No doméstico, a demanda de passageiros retornou a patamares muito próximos aos de 2019, o que combinado ao aumento médio dos preços das passagens (impulsionado pelo alto custo de combustíveis, desvalorização cambial e restrição de oferta de assentos), aumentou a receita das maiores empresas aéreas no Brasil em cerca de 15% (estimativa em 2023 comparadas a valores de 2019).

"Maior parte da retomada da demanda aérea ainda é concentrada nos segmentos de lazer – enquanto viagens a negócio estão abaixo dos patamares de 2019 – principalmente pelo aumento de flexibilidade de trabalho remoto e maior atenção das empresas com despesas com viagens", pontuam os representantes da BCG.

Já nos voos internacionais, a recuperação tem sido mais gradual. As companhias aéreas ainda operam cerca de 13% (em volume de passageiros) abaixo dos níveis de 2019, evidenciando menor entrada de turistas no Brasil e também redução na quantidade de brasileiros viajando para o Exterior.

Ainda assim, a análise do BCG considera que o Brasil tem alto potencial de multiplicar a entrada de turistas estrangeiros.

Tendências

Entre as tendências que as empresas de setor de Turismo deveriam estar atentas em 2024, o BCG destaca o foco na experiência do viajante, fortalecimento de canais digitais e maior necessidade de personalização.

A consultoria aponta quatro pontos nos quais as empresas do segmento de viagens deveriam investir. São eles:

  • Aproveitar a retomada da demanda e oferecer valor a novos perfis e segmentos de viajantes, como Turismo de aventura/ecoturismo e “bleisure” (mix de lazer e corporativo);
  • Abraçar o digital, acreditar na "omnicanalidade" – que é a integração de todos os canais de comunicação e vendas do negócio, convergindo o mundo físico e o digital – e focar na personalização no serviço ao cliente;
  • Investir em crescimento de serviços e produtos adjacentes e eficiência operacional;
  • Fortalecer ecossistemas de parcerias, atuando de forma conjunta na cadeia de valor, incluindo segmentos complementares, prestadores de serviço, associações e órgãos governamentais.

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