Medo da violência ainda influencia decisões de viagem no Brasil, aponta estudo
Sensação de falta de segurança em terras fluminenses é compartilhada por 41% dos entrevistados

A sensação de insegurança continua sendo um fator nas escolhas de viagem dos brasileiros. Quatro em cada dez viajantes associam determinados destinos a riscos maiores para visitantes de fora pela violência, pela possibilidade de golpes ou pelo receio de circular à noite ou em áreas isoladas.
O levantamento da DeÔnibus investigou como os turistas de diferentes regiões lidam com a questão da segurança, destacando desde situações negativas frequentemente vivenciadas em rodoviárias até práticas recomendadas para evitar imprevistos durante o trajeto.
Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia ocupam o pódio dos lugares mais preocupantes, que fomentariam, para os respondentes, algumas de suas maiores preocupações em uma viagem hoje.
Principais conclusões do estudo:
- Violência é a principal preocupação dos brasileiros durante uma viagem;
- Rio, São Paulo e Bahia são os Estados onde os viajantes se sentem mais inseguros;
- 29% dos turistas já foram vítimas de roubo ou furto e 14% já caíram em golpes;
- 4 em cada 10 brasileiros já evitaram passeios e saídas turísticas por medo da violência;
- Pesquisar bastante (71%), evitar saídas à noite ou sozinho (60%) e se hospedar com segurança (60%) são algumas das dicas dos brasileiros.
Ao serem questionados sobre os maiores “sustos” de viagem, por exemplo, 97% dos respondentes afirmaram já ter experienciado ocasiões aflitivas em outras cidades ou países, como se hospedar em áreas arriscadas (27%), ter caído em golpes contra turistas (14%) e ser atingido pelo assédio ou discriminação (15%), sem contar o mais comum entre os casos: ter tido seus objetos furtados ou roubados, impactando o roteiro planejado fora de casa.

Entretanto, engana-se quem pensa que viver momentos do tipo tenha tornado os brasileiros acostumados com a falta de segurança. O efeito, na verdade, é o contrário: hoje, tanto a violência quanto o receio de possíveis golpes foram apontados como as principais preocupações dos viajantes ouvidos, algo que se reflete na resistência em fazer passeios em certos locais — especialmente nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, onde os respondentes se sentem mais inseguros em 2025.
5 dicas para uma viagem segura segundo os viajantes
Na busca por mais segurança em suas viagens, a DeÔnibus descobriu a quais boas práticas os brasileiros mais recorrem enquanto turistas, do momento em que escolhem suas hospedagens até as aventuras e passeios por aí.
Para não ser pego de surpresa, o segredo, ao menos entre os entrevistados, estaria em pesquisar bastante, checando cada detalhe sobre os riscos e pontos de atenção do destino antes mesmo de fazer as malas (71%). Dessa forma, o viajante não apenas garantiria mais previsibilidade durante os dias fora, como ainda poderia descobrir novas facetas (e possíveis diversões) do lugar escolhido.
Uma vez hospedado, somaria-se à dica acima uma série de cuidados essenciais, voltados à experiência nas ruas, restaurantes e demais espaços compartilhados: não levar ou exibir objetos de valor (57%), evitar andar à noite ou sozinho (60%) e deixar de usar dinheiro físico em locais movimentos (50%), por exemplo.
Em alguns casos, o contato frequente com familiares e amigos, bem como o envio da própria localização a pessoas de confiança — hábitos já praticados por cerca de 40% dos respondentes —, também podem ser de grande ajuda, em especial para mulheres, idosos, pessoas com deficiência e outros públicos vulneráveis.

“É preciso colocar a segurança em primeiro lugar durante todas as etapas do planejamento de uma viagem”, destaca a gerente de comunicação da DeÔnibus, Ana Luiza Mattar. “Escolher a própria passagem em sites confiáveis, bem como dar uma atenção especial à hospedagem escolhida, é o primeiro passo para garantir que um período de diversão e relaxamento não se torne uma dor de cabeça.”
Maioria dos viajantes se sentem seguros em rodoviárias
Apesar de a maioria dos viajantes destacarem se sentir seguros nas rodoviárias, para 25% deles, ainda há espaço para certas melhorias. Entre as sugestões, por exemplo, aparecem a demanda por mais profissionais de segurança no local (68%), o aumento da vigilância em áreas estratégicas (64%) e, por fim, investimentos na iluminação interna e externa para os passageiros (63%).
Já para melhorar ainda mais as experiências nos ônibus, de acordo com os entrevistados, as viações também poderiam ampliar a manutenção e revisão dos veículos (65%), mantendo câmeras e sensores a bordo (60%) e equipes bem treinadas para um ótimo atendimento (60%).