Filip Calixto   |   05/12/2025 15:21

Setores de hospedagem e alimentação projetam faturamento de R$ 80 bilhões em dezembro

Projeção da Fhoresp indica expansão em dezembro, mas inflação limita ganhos reais dos setores

Divulgação/Fhoresp
A projeção indica que o setor de hospedagem deve alcançar R$ 11,1 bilhões no mês. O nicho de alimentação corresponde ao restante da projeção
A projeção indica que o setor de hospedagem deve alcançar R$ 11,1 bilhões no mês. O nicho de alimentação corresponde ao restante da projeção

Os setores de hospedagem e alimentação do Brasil devem registrar faturamento de R$ 80 bilhões em dezembro, segundo levantamento do Núcleo de Pesquisa e Estatística da Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo).

A estimativa considera o aumento do fluxo de turistas, o movimento de viagens no período e a atividade do mercado interno. A associação aponta, porém, que a inflação limita o crescimento real das empresas.

O coordenador do Núcleo de Pesquisa da entidade, economista Luís Carlos Burbano, afirma que dezembro concentra férias escolares, festas de fim de ano e pagamento do 13º salário, fatores que elevam o consumo de serviços de hospedagem e alimentação.

"Este movimento confirma que o Turismo brasileiro vive ciclo de expansão sustentado por diversos vetores de demanda e de oferta", comenta Burbano.

A projeção indica que o setor de hospedagem deve alcançar R$ 11,1 bilhões no mês. O segmento de alimentação fora do lar deve somar R$ 69 bilhões. Os dados constam em nota técnica da Fhoresp, que utilizou indicadores de receita nominal da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE como base de cálculo.

Impacto da inflação

O diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, afirma que empresas dos dois segmentos evitam repassar parte dos aumentos de custos ao consumidor, o que reduz o lucro.

Divulgação/Fhoresp
Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp
Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp

"Nosso setor é pressionado por custos de alimentos, energia, aluguel, salários e insumos. Mesmo com aumento na demanda, precisamos equilibrar as contas. As margens continuam apertadas. Todos trabalham mais para atender mais clientes, mas o lucro real não acompanha este fluxo", pontua.

Segundo a Fhoresp, a inflação acumulada para alimentação fora do lar, medida pelo IPCA, chegou a 27% entre 2023 e 2025. Pinto afirma ainda que a combinação de inflação, carga tributária e encargos trabalhistas afeta o desempenho financeiro das empresas do setor.

"Trabalhamos com carga tributária alta, mais encargos trabalhistas e a inflação do setor. Somos um dos maiores empregadores do Brasil e temos um longo caminho a ajustar para fazer com que as contas fechem no fim do mês", afirmou.

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Sobre o autor

Integrante da equipe PANROTAS desde 2019, atua na cobertura de Turismo com olhar tanto para as tendências do mercado quanto para histórias que movimentam o setor. Formado em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo e também em Processos Fotográficos, formações que permitem colaborar de forma dupla com a redação - entre textos e imagens. Fora do trabalho, encontra inspiração no samba, no cinema, na literatura e nos esportes