Setores de hospedagem e alimentação projetam faturamento de R$ 80 bilhões em dezembro
Projeção da Fhoresp indica expansão em dezembro, mas inflação limita ganhos reais dos setores

Os setores de hospedagem e alimentação do Brasil devem registrar faturamento de R$ 80 bilhões em dezembro, segundo levantamento do Núcleo de Pesquisa e Estatística da Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo).
A estimativa considera o aumento do fluxo de turistas, o movimento de viagens no período e a atividade do mercado interno. A associação aponta, porém, que a inflação limita o crescimento real das empresas.
O coordenador do Núcleo de Pesquisa da entidade, economista Luís Carlos Burbano, afirma que dezembro concentra férias escolares, festas de fim de ano e pagamento do 13º salário, fatores que elevam o consumo de serviços de hospedagem e alimentação.
"Este movimento confirma que o Turismo brasileiro vive ciclo de expansão sustentado por diversos vetores de demanda e de oferta", comenta Burbano.
A projeção indica que o setor de hospedagem deve alcançar R$ 11,1 bilhões no mês. O segmento de alimentação fora do lar deve somar R$ 69 bilhões. Os dados constam em nota técnica da Fhoresp, que utilizou indicadores de receita nominal da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE como base de cálculo.
Impacto da inflação
O diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto, afirma que empresas dos dois segmentos evitam repassar parte dos aumentos de custos ao consumidor, o que reduz o lucro.

"Nosso setor é pressionado por custos de alimentos, energia, aluguel, salários e insumos. Mesmo com aumento na demanda, precisamos equilibrar as contas. As margens continuam apertadas. Todos trabalham mais para atender mais clientes, mas o lucro real não acompanha este fluxo", pontua.
Segundo a Fhoresp, a inflação acumulada para alimentação fora do lar, medida pelo IPCA, chegou a 27% entre 2023 e 2025. Pinto afirma ainda que a combinação de inflação, carga tributária e encargos trabalhistas afeta o desempenho financeiro das empresas do setor.
"Trabalhamos com carga tributária alta, mais encargos trabalhistas e a inflação do setor. Somos um dos maiores empregadores do Brasil e temos um longo caminho a ajustar para fazer com que as contas fechem no fim do mês", afirmou.