Beatrice Teizen   |   28/09/2018 09:00

NDC possibilita personalização e diferenciação no mercado

É preciso ficar alerta, pois é possível que a tendência das áreas de cobrarem taxa extra se reserva não for feita usando NDC chegue ao Brasil.

Moderado pelo editor-chefe da PANROTAS, Artur Luiz Andrade, painel sobre NDC na Vila do Saber, na 46ª Abav Expo, trouxe, no final do segundo dia do evento, profissionais de diferentes setores para discutirem o que esse novo padrão de distribuição pode trazer de benefícios para as aéreas, agências de viagens, TMCs, empresas de tecnologia e, claro, os viajantes. O painel foi uma realização do Sabre e da PANROTAS, que acharam ser fundamental levar esse debate sobre o NDC para mais espaços, como a Vila do Saber da Abav Braztoa 2018.

Jhonatan Soares
Artur Luiz Andrade, da PANROTAS, Jefferson Simões, da Iata, Ian Molanphy, do Sabre, Erinaldo Silveira, da CWT, Thomas Comber, da American Airlines, e Jeremy Jameson, da Air Shop RQ
Artur Luiz Andrade, da PANROTAS, Jefferson Simões, da Iata, Ian Molanphy, do Sabre, Erinaldo Silveira, da CWT, Thomas Comber, da American Airlines, e Jeremy Jameson, da Air Shop RQ
“O NDC, além de distribuir por diferentes canais – o direto da aérea ou plataforma usada pela agência – todos os produtos e serviços auxiliares disponíveis em cada voo, permite personalização de cada viagem. Os novos dados ajudarão a dar transparência total para saber tudo que há para comprar. O valor agregado para uma agência usando o NDC é poder diferenciar um produto do outro e poder enfocá-lo com a pessoa”, explica o gerente de Vendas do Sabre para OTAs na América Latina, Ian Molanphy.

De acordo com o gerente de Relacionamento da Iata com a Indústria no Brasil, Jefferson Simões, as aéreas conseguem disponibilizar o mesmo recurso que está disponível no site e entregar para as agências de viagens, que terão mais argumentos de vendas e ferramentas para atender seus clientes. “NDC não é obrigatório (para as associadas Iata), mas as empresas que o utilizarem sairão na frente porque ofertarão mais serviços”, diz.

Para o mercado corporativo, o novo padrão possibilita a customização, empoderando o viajante. “E tudo isso é feito dentro da política de viagens do cliente. A TMC terá toda a informação interna, trazendo uniformidade de dados. É um grande capacitador para personalizar a sua venda”, conta o diretor de TI para América Latina da CWT, Erinaldo Silveira. A CWT abraçou o novo padrão e quer sair na frente da concorrência.

Quanto às aéreas, o objetivo do NDC é focado no passageiro, proporcionando a melhor oferta e experiência de compra em qualquer canal que ele for acessar. “Nosso NDC é bastante robusto, trabalhamos há mais de dez anos com os padrões. Para as agências queremos oferecer a oportunidade de elas venderem os serviços por meio do próprio portal que utilizam”, afirma o gerente de Distribuição Estratégica da American Airlines, Thomas Comber.

É preciso ficar alerta, pois é possível que a tendência das áreas de cobrarem taxa extra se a reserva não for feita usando NDC chegue ao Brasil. “Quem não tiver acesso terá preços finais maiores aos clientes. Diferenciar a agência no mercado on-line e definir estratégia para conseguir maior market share é muito importante”, finaliza o CEO da Air Shop RQ, Jeremy Jameson.

Por um momento, os players deverão conviver com um ambiente híbrido (e o Sabre já tem produto que mostra a oferta GDS e a NDC na mesma tela), e o mercado é que vai ditar as mudanças e o ritmo de adesão. No Brasil, por exemplo, a Gol já é certificada nos padrões NDC, e poderá usar quando quiser. Para a CWT, assim que os clientes começarem a usar, será muito rápida a adoção do novo padrão.

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