Beatrice Teizen   |   10/12/2022 10:32
Atualizada em 14/12/2022 17:41

Viajante de luxo mudou e consultor precisa acompanhar; entenda

Marina Gouvêa, da PrimeTour, fala sobre as mudanças no papel de quem viaja e de quem cuida das viagens

CANNES (FRANÇA) – As viagens de luxo têm uma série de particularidades que requerem atenção. Os viajantes desta categoria querem o melhor serviço possível, com a melhor condição que existe, mas também com preços que façam sentido ao que está sendo oferecido. Com a pandemia, muita coisa também mudou e, para lidar com isso, o consultor de viagens precisa estar sempre estudando e se reinventando.

PANROTAS / Beatrice Teizen
Marina Gouvêa, da PrimeTour
Marina Gouvêa, da PrimeTour
“O papel deste profissional está cada vez mais importante e também mais difícil e desafiador, uma vez que ele precisa saber muita coisa para poder entregar a melhor viagem ao cliente. Ele tem de compreender a necessidade do viajante porque cada um é um. O consultor de hoje tem de estudar e pesquisar muito para conseguir oferecer ao consumidor o que ele não consegue pesquisar sozinho”, conta a CEO da PrimeTour, Marina Gouvêa, presente na ILTM Cannes, que aconteceu nesta semana, na Riviera Francesa, e superou todas as expectativas.

Segundo Marina, a crise de covid-19 não foi um empecilho para o papel do consultor. Na verdade, ela foi uma alavancadora, uma vez que muitas pessoas que fizeram suas reservas sozinhas tiveram problemas, perderam dinheiro, tempo, saúde e paciência tentando reembolso ou remarcação de seus bilhetes.

“E quem trabalhava com um consultor bom, com uma agência boa, não precisou se preocupar, pois foi este profissional que realizou todo este trabalho. A chance de receber sua viagem ou crédito remarcado por meio de um consultor de volta versus ter feito on-line sem ter com quem falar foi de 90% de sucesso para 10%. E hoje as pessoas estão confiando muito mais suas viagens, dinheiro e tempo nas mãos deste especialista”, explica.

TREINAMENTOS
Com tudo parado em 2020, a PrimeTour aproveitou para investir no treinamento de seus consultores. Foram mais de 400 horas, sendo de três a quatro capacitações por dia. O trabalho neste período foi, principalmente, aprender. Em 2021, o número foi para 330, já que, felizmente, os profissionais voltaram a vender viagens, com as fronteiras reabrindo.

“Além de treinar na questão de novos destinos e produtos, capacitamos também em comportamento e atitude. Fizemos todo um trabalho de pesquisa sobre a jornada do cliente para entender os pontos positivos e oportunidades que tínhamos. Hoje oferecemos uma jornada muito mais legal do que oferecíamos antes”, diz Marina.

O VIAJANTE MUDOU
Além das viagens, o viajante de luxo também mudou. Marina aponta que, agora, ele quer a informação muito mais rápido, imediatamente, e que não tem mais hora. Com todo mundo em casa nos últimos dois anos, ficou muito mais fácil pedir delivery de restaurantes ou fazer qualquer tipo de compra on-line. Isso se refletiu nas viagens e no jeito que o viajante quer consumir essas viagens.

“Todos nós, como consumidores, nos tornamos muito mais imediatistas, não esperamos mais para as coisas. Outro detalhe é que os clientes tiveram muito mais tempo para fazer pesquisas e comparar preços. Não existe a possibilidade de o consultor enviar uma cotação e o cliente já não ter cotado antes ou dar uma cotada depois para ver se o preço que ele está mandando é competitivo. Com isso, nosso tempo de pesquisa aumentou bastante para poder oferecer tudo ao viajante.”

A executiva também reforça a transformação na experiência. Não é mais sobre passagem, transfer e hotel. É sobre o que há de legal no lugar, o que o viajante irá viver lá, o que poderá conhecer e aprender de diferente. “As pessoas estão muito mais ligadas na vivência do que simplesmente ir para o destino”, finaliza.


O Portal PANROTAS é media partner da ILTM Cannes e viaja a convite da organização do evento

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